USO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS EM AMBULÂNCIAS DO SAMU-RP
Por: Carolina234 • 5/11/2018 • 2.565 Palavras (11 Páginas) • 310 Visualizações
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O estudo está organizado da seguinte forma: 1) referencial teórico, 2) visão geral do sistema e o processo de desenvolvimento com as principais funcionalidades, 3) resultados obtidos após as avaliações do sistema e 4) conclusões e trabalhos futuros.
2. Referencial Teórico
São abordados aspectos sobre o registro eletrônico do paciente, atendimento pré-hospitalar e mHealth.
2.1 Registro Eletrônico do Paciente
Segundo McDonald (1990), o registro eletrônico do paciente é “um repositório de informação mantida de forma eletrônica sobre o estado e cuidados de saúde de um indivíduo, durante toda sua vida, armazenado de modo a servir a múltiplos usuários legítimos”. Os registro de saúde, dentre os quais o mais importante é o prontuário médico, recentemente ainda são representados por documentos em papel mantidos em uma variedade de formatos, conteúdos e locais diferentes. A impossibilidade de acessar e integrar dados de pacientes individuais ou de grupo de pacientes resulta em uma visão fragmentada da evolução dos problemas de saúde individuais e a impossibilidade de recuperar a informação agregada dos prontuários de uma comunidade [Massad et al. 2003].
Na última década, principalmente devido aos avanços e disponibilidade das soluções tecnológicas, cada vez mais instituições incentivam e investem em desenvolvimento de ferramentas e sistemas computacionais para auxílio na área da saúde, gerando uma mudança radical na forma em que são criadas, mantidas e recuperadas as informações clínicas e administrativas referentes a indivíduos e comunidades. De forma semelhante aos países desenvolvidos, no Brasil, há vários anos existem grupos de pesquisadores dedicados à exploração do registro eletrônico de saúde [Massad et al. 2003].
2.2 Atendimento pré-hospitalar
Diante do aumento da expectativa de vida, maior controle de agravos não transmissíveis e ocorrências por causas externas, temos um grande número de atendimentos de urgência/emergência, havendo a necessidade de atuação das vítimas no local (via pública ou domicílio), bem como de transporte adequado para um serviço emergencial de cuidados definitivos. Desta forma surgiram os serviços de atendimento pré-hospitalar (APH), os quais possibilitam a intervenção precoce, reduzindo os índices de mortalidade e minimizando sequelas [Martins et al., 2003].
O APH influencia positivamente as taxas de morbidade e mortalidade por causas externas, especialmente os acidentes de transporte que crescem em ritmo elevado, com base nos dados do Mapa da Violência 2013 [Waiselfisz, 2013].
O SAMU é o responsável pela assistência direta às emergências no âmbito pré-hospitalar e pela ordenação do fluxo de pacientes através da Central de Regulação de Urgência [Heckman, 1991]. É regulamentado pela Portaria nº 2048 (2002) e utiliza unidades de suporte básico (USB), que são tripuladas por técnico de enfermagem e motorista socorrista e unidades de suporte avançado (USA), nas quais se encontra presente o médico, enfermeiro e motorista. Normalmente, se possível, realiza-se um registro do ocorrido seja impresso ou vídeo [Martins et al., 2003].
2.3 Mobile Health
A disseminação sem precedentes de tecnologias móveis, bem como os avanços de sua aplicação na área da saúde evoluiu para um novo campo conhecido como mHealth [Vital Wave, 2009].
Para fins de pesquisa, o Observatório Global para eHealth (GOE) definiu este conceito como a prática médica e de saúde suportado por dispositivos móveis como smartphoines, tablets, dispositivos de monitoramento de pacientes, assistentes digitais pessoais (PDAs), dentre outros dispositivos sem fio. Mobile Health envolve o uso de importantes funcionalidades providas por estes dispositivos como: serviço de mensagens (SMS), de posicionamento global (GPS), bem como terceira e quarta geração de telecomunicações móveis (3G e 4G) e tecnologia Bluetooth [World Health Organization, 2011].
De acordo com a União Internacional de Telecomunicações, existem cerca de 5 bilhões de assinantes de telefonia móvel no mundo, com mais de 85% da população do mundo coberto por um sinal sem fio comercial [The world in 2010]. A penetração de redes de telefonia móvel, em muitos países de renda baixa e média supera várias outras infraestruturas, como estradas pavimentadas, eletricidade e até mesmo a internet fixa. A crescente sofisticação destas redes, que oferecem cada vez mais altas velocidades de transmissão de dados, juntamente com aparelho mais baratos e mais poderosos, estão a transformar o modo em que os serviços de saúde e as informações são acessadas, coletadas e gerenciadas. O aumento da acessibilidade pode abrir possibilidades para uma potencialização dos cuidados médicos com foco no cidadão [World Health Organization, 2011].
No exterior, os governos estão expressando interesse em mHealth como estratégia para complementar e fortalecer sistemas de saúde e para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDGs) relacionados à saùde em países de baixa e média renda. Este interesse tem se manifestado em uma série de implementações, em especial na área da saúde materna e infantil, e programas para reduzir a carga de doenças relacionadas com a pobreza, incluindo o HIV/AIDS, malária e tuberculose [Millennium Development Goals].
Por meio dos inúmeros benefícios proporcionados pelas soluções tecnológicas na área da saúde, o crescimento da utilização de tecnologias móveis/sem fio e a necessidade de mobilidade apresentada pelo APH, neste contexto o presente trabalho traz iniciativas computacionais móveis ao tema pré-hospitalar, não sendo encontrados sistemas ou ambientes computacionais para a gestão das informações específicas. Pretende-se realizar a construção de um sistema de registro eletrônico por meio de dispositivos móveis (tablets), que possa ser utilizado pelos profissionais de sáude das USB e USA do SAMU.
3. Visão Geral
Neste trabalho foi desenvolvido um sistema de registro eletrônico para o APH, utilizando-se das tecnologias móveis (tablets) para coletar os dados e prover a mobilidade necessária às ambulâncias do SAMU. O objetivo do sistema é possibilitar que um profissional de saúde possa coletar/cadastrar dados do paciente no âmbito extra-hospitalar, e que posteriormente permita a realização de buscas e o envio destas informações para continuidade no atendimento hospitalar.
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