GEOPROCESSAMENTO NO PLANEJAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: UMA FERRAMENTA PARA AUXILIO NA TOMADA DE DECISÃO

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A utilização de técnica de geoprocessamento nos processos de tomada de decisão podem possibilitar economia ou até mesmo aumento de recursos financeiros. Dependendo do planejamento, o uso de verbas pode não trazer retorno financeiro, porém, pode proporcionar outros tipos de benefícios, tal como, oferecer melhores serviços à população e melhor imagem à organização (SOARES e MORAVIA, 2015). Os estudos urbanos que utilizam técnicas de geoprocessamento facilitam a geração de banco de dados que auxilia na solução de problemas relacionados à urbanização e suas constantes transformações (FONSECA et al., 2013).

Para Donha et al., (2006), a tecnologia atrelada ao Sistema de Informações Georreferenciadas (SIG) tem sido utilizada em vários setores como uma ferramenta importante para o planejamento ambiental, visto que a avaliação integrada de um grande número de variáveis torna-se mais simples e mais fácil com o uso deste tipo de sistema; permitindo desta forma, a geração de informações intermediarias e conclusivas, além de possibilitar novas inclusões e interações de variáveis a qualquer tempo. Segundo Gough e Waer (1996), as decisões referentes às questões ambientais requerem de seus decisores uma tomada de decisão mais coerente e comprometida com o atendimento de vários aspectos, tais como, defesa, economia e técnicas. Por isso, o grau de incerteza é uma das características frequentemente relacionada às decisões ambientais.

Considerando a quantidade de resíduos retirados dos igarapés da cidade de Manaus e o investimento das verbas públicas utilizado para este serviço, esta pesquisa tem como objetivo utilizar o geoprocessamento como uma ferramenta auxiliar na tomada de decisões, quanto ao planejamento de resíduos sólidos nos igarapés da área urbana de Manaus.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

O Estudo ocorreu na cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, está localizada na microrregião

denominada Médio Amazonas, sua posição geográfica é de 03º 06’07” de latitude Sul e 60º 01’30” de

longitude Oeste (Figura 1). Com uma população de 2.020.301 habitantes em 2014 (IBGE, 2015).

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Figura 1 - Mapa de localização da área de estudo. Fonte: Elaborado pela autora.

Métodos

Para a realização desta pesquisa, o procedimento metodológico adotado consistiu em: pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e processamento dos dados, conforme ilustrado na Figura 2.

Figura 2 - Etapas da pesquisa[pic 4]

RESULTADOS

Os resultados serão apresentados de acordo com os seguintes itens:

Aspectos ambientais da área de estudo

A observação em campo foi de suma importância para a pesquisa, onde foram realizadas as análises das condições ambientais do lugar. A maioria das ruas dos bairros visitados possuem serviços de drenagem e pavimentação, auxiliando na melhoria dos sistemas de coleta e esgotamento sanitário, no entanto, algumas ruas próximas à área de drenagem urbana não foram beneficiadas com esse tipo de serviço e encontram-se em condições precárias. A população que reside nas proximidades dos igarapés pertence à classe social baixa e mora em edificações do tipo palafita, embaixo das casas são encontradas grandes quantidades de resíduos. Nota-se que, além do material despejado pelos próprios moradores, em período de cheia a água faz com que mais resíduos cheguem a estes locais e no período de vazante eles ficam depositados no solo abaixo das palafitas.

Constatou-se a existência de resíduos em locais inadequados e a carência de saneamento básico nessas áreas, onde o despejo do esgoto é de forma direta, ou seja, por fossa negra e seu esgoto de lavagem de louças e roupas são ligados de forma direta nos igarapés por meio de tubulação de aproximadamente uma polegada. Todos os problemas observados indicam que esses locais são propícios à proliferação de vetores que podem transmitir doenças. Além desses aspectos, foi observado que a maioria dos moradores não possuem uma boa qualidade de vida e apresentam um baixo grau de escolaridade.

Localização dos igarapés listados pela SEMULSP

Durante as visitas a campo foram identificados e georrefenciados 84 igarapés listados na figura abaixo na área urbana da cidade de Manaus, o mapeamento foi realizado de bairro a bairro por meio dos dados disponibilizados pela SEMULSP. Com os resultados processados, foi observado que alguns dos pontos levantados encontram-se a uma distância bem próxima um dos outros, não ultrapassando a área urbana da cidade.

Do mesmo modo foi constatado que a nomenclatura dos igarapés é alterada à medida que ultrapassa o limite de um bairro, e tais nomenclaturas são confusas dentro da própria SEMULSP, como é o caso do igarapé do Mindu que nasce no Bairro Alfredo Nascimento e percorre vários bairros, porém quando chega a outro determinado bairro recebe nova denominação, porém, trata-se do mesmo igarapé. Outro exemplo, é o igarapé do Franco que percorre a Avenida Brasil em um momento é chamado de igarapé do Franco e em outro chamado de igarapé da Avenida Brasil, provavelmente isso venha a ocorrer devido à retirada de resíduos em vários trechos do mesmo igarapé.

Quantificação dos resíduos retirados dos igarapés

A Figura 3 mostra o resultado da quantidade de resíduos sólidos que são recolhidos dos igarapés do Município de Manaus durante o ano de 2014. Os maiores valores foram encontrados nos igarapés próximos ao Rio Negro, com uma quantidade bem mais elevada de que comparados aos igarapés que drenam os bairros.

Além disso, a quantidade poderá ter origem de outros lugares, sendo que o rio é um meio de transporte muito utilizado na região, muitos resíduos são despejados nas margens dos rios e a correnteza transporta para a margem da cidade, mas isso não significa que essa seja a única origem, vale ressaltar que os moradores que residem próximos a margem também despejam seus resíduos nos igarapés ocasionando desta forma uma elevada quantidade de resíduos.

De acordo com Blume e Machado (2006), o SIG por meio de métodos de geoprocessamento dos dados, permite estipular