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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE RUÍDO NO PROCESSO EXECUTIVO DE CONCRETAGEM UTILIZANDO CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL E CONCRETO CONVENCIONAL

Por:   •  8/5/2018  •  3.838 Palavras (16 Páginas)  •  447 Visualizações

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Segundo Joshi (2005), a construção civil, mesmo com o desenvolvimento tecnológico observado, ainda caracteriza-se como uma atividade geradora de grande quantidade de ruídos, um dos principais causadores da poluição no meio urbano e de problemas de saúde ocupacional.

Conforme destacam Caponi (2004) e Vendrame e Graça (2009), a ocorrência de problemas de saúde ocupacional afetam a produtividade econômica, são responsáveis por um impacto substancial sobre o sistema de proteção social e influenciam no nível de satisfação do trabalhador e no bem estar geral da população. Neste contexto, verifica-se que a saúde do trabalhador é uma temática de interesse dos trabalhadores, das empresas, do governo e de toda a sociedade, uma vez que, conforme complementam Zhou e Zhang (2011), problemas ocupacionais resultam em grandes perdas econômicas e impactos sociais.

Neste contexto, a utilização de Concreto Auto-adensável (CAA) tem sido uma alternativa estudada visando, dentre outras contribuições, a possibilita a diminuição da geração de ruídos no processo executivo de obras de construção civil, uma vez que elimina a necessidade de adensamento mecânico na etapa de lançamento do concreto.

1.1 Concreto Auto-Adensável

Historicamente, junto à escassez de trabalhadores qualificados na indústria da construção civil japonesa, observou-se redução na qualidade do processo executivo de construção, acarretando em problemas de durabilidade em estruturas de concreto. Em função disto e, também, da busca pela diminuição de problemas executivos em estruturas de concreto armado densamente armadas, iniciaram-se os primeiros estudos do concreto auto-adensável no Japão (OKAMURA e OUCHI, 2003).

O conceito inicial do concreto auto-adensável foi proposto por Okamura (1986). Objetivou-se desenvolver um concreto sem que o fator humano fosse uma variável. Neste contexto, surge o concreto autoadensável, o qual, com a utilização de aditivos superplastificantes e adições minerais, inertes ou não, apresenta propriedades que garantem alta fluidez, capacidade de preenchimento de fôrmas sem necessidade de vibração ou compactação, apenas pela ação do peso próprio, além de coesão suficiente para evitar segregação dos agregados (RILEM, 2003; VICTOR, 2007; ABNT NBR 15823-1, 2010).

1.2 Vantagens e Dificuldades da utilização de CAA

A tecnologia do concreto auto-adensável é um direcionamento para a industrialização do processo produtivo de estruturas, proporcionando diminuição do custo da mão-de-obra, melhoria da qualidade e durabilidade das estruturas e maior segurança aos trabalhadores (GOMES, 2002; TUTIKIAN, 2004).

O CAA permite o preenchimento de fôrmas mesmo com alta densidade de armaduras e formas complexas, em locais nos quais não seria possível empregar a vibração mecânica do material. Além disso, o processo de execução apresenta menor duração, com redução de mão de obra e diminuição do esforço físico, diminuição de ruídos devido a ausência de vibração e, consequente economia de energia, resultando em melhoria no ambiente de trabalho (DE LA PENÃ, 2001; NUNES, 2001; ABNT NBR 15823-1, 2010).

Em sua composição, verifica-se a necessidade de uso de materiais finos para auxilio do desenvolvimento de uma microestrutura coesa e com controle de viscosidade, o que possibilita o uso de resíduos triturados, moídos e que possuam características homogêneas. Desta forma, será possível proporcionar ganhos ambientais, pois grande parte das adições é proveniente de resíduos industriais e o uso dos mesmos em concreto, desde que estudados previamente, evitam que sejam lançados na natureza, sem destinação adequada (EFNARC, 2002; LISBÔA et al., 2005; MOLIN FILHO, 2012).

Apesar das vantagens apresentadas, o CAA apresenta algumas exigências a serem verificadas, tais como: a necessidade de mão de obra especializada, acompanhamento em todas as etapas do processo produtivo, controle para evitar a segregação na fase de transporte e descarga, dosagem do aditivo superplastificante em canteiro de obras, execução de ensaios de recebimento segundo as prescrições da ABNT NBR 15823-2: 2010 e ABNT NBR 15823-3: 2010 e cuidados para que o lançamento se dê de forma rápida para evitar a perda da autoadensabilidade e das propriedades caracterizadas pela aplicação dos aditivos no CAA (LISBÔA, 2004; PEINADO et al., 2013).

1.3 Ruído

Conforme destaca Bistafa (2011), entende-se como ruído um som sem harmonia, caracterizado como indesejável, sendo que, quando de intensidade elevada, pode causar transtornos à saúde, tais como: perda de audição, aumento da pressão arterial, estresse e nervosismo.

Menezes Júnior (2002) afirma que a perda da audição devido a ruídos intensos é uma das doenças ocupacionais frequentes no ramo da construção civil, e Bistafa (2011) afirma que os transtornos causados pelos ruídos intensos afetam o rendimento das atividades do trabalhador, resultando em perda de produtividade e eficiência.

1.4 Nível de Ruído

Segundo Menezes Junior (2002), a faixa que compreende o limite de audição até o limite de dor varia de 2 x 10-5 N/m2 a 200 x 10-5 N/m2. Ainda de acordo com o autor, as amplitudes sonoras são consideradas de forma relativa por meio de uma escala logarítmica denominada escala decibel (dB). Dessa forma, representa-se a sensação auditiva humana utilizando-se a escala A, por meio do cálculo do Nível de Intensidade Sonora (NIS) que é dado em dB(A).

O Nível de Intensidade Sonora (NIS), pode ser calculado por meio da equação 1.

[pic 2] (Equação 1)

Em que:

I = Intensidade sonora

I0 = é a intensidade de referência no limiar de audição, dada por I0 = 10-12 Wm-2.

Pode-se comparar a diferença entre os NIS produzidos e as intensidades que os produziram por meio da equação 2.

[pic 3] (Equação 2)

Conforme destaca Gerges (2000), ficar exposto por um longo período a níveis de ruído elevados pode causar danos à audição. Nesse sentido, Menezes Júnior (2002) ressalta que o grau de danos à audição depende, além do nível de ruído, da permanência do ouvinte a esta intensidade de ruído, uma vez que, em um intervalo de tempo, o nível de ruído pode alterar na intensidade e na

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