RECICLAGEM E REUSO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICIPIO DE ARACAJU
Por: SonSolimar • 3/4/2018 • 3.871 Palavras (16 Páginas) • 382 Visualizações
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O presente trabalho justifica-se por exemplificar os benefícios tanto da reciclagem quanto do reuso dos RCC e analisar os impactos ambientais que poderem ser evitados com essa prática.
A elaboração do trabalho consiste em introdução, referencial teórico, onde são apresentados os principais pontos evidenciados através de pesquisas bibliográficas baseadas no tema em questão, metodologia, resultados e discussões, onde são expostas todas as vertentes estudadas a respeito do tema, e as considerações finas.
O campo de pesquisa abordado neste trabalho busca elucidar algumas questões como: quais os benefícios da reciclagem dos RCC? Por que apesar de seus benefícios a reciclagem dos RCC não é utilizada em larga escala? Como é feita a destinação dos RCC a serem reciclado? Como os RCC podem ser reutilizados? Como é feito o descarte dos RCC que não podem ser reciclados ou reutilizados?
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a temática do reuso e reciclagem dos resíduos sólidos da construção civil realizados pelas empresas do município de Aracaju, focando na viabilidade econômica e nos benefícios ao meio ambiente proporcionados por tal prática. Do mesmo modo, os objetivos específicos são: Quantificar a produção de material reciclado a partir de RCC, Coletar os dados pertinentes à geração de RCC no município, Exemplificar os danos ambientais causados pelo descarte irregular dos RCC
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REFERENCIAL TEÓRICO
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ASPECTOS HISTÓRICOS DA SUSTENTABILIDADE
Ao final do século XVIII e início do século XIX a revolução industrial avançava exponencialmente aumentando não só o consumo de matéria prima como também a produção de dióxido de carbono (CO²) gerado a partir do consumo de carvão mineral como combustível nas máquinas à vapor. A pesar de todo o dano causado ao meio ambiente por essa corrida tecnológica, a sustentabilidade só veio a ser realmente abordada no pós-Segunda Guerra Mundial.
Como mostra Barreira Filho:
Com o desenvolvimento tecnológico e as descobertas cada vez mais avançadas da ciência e do seu modo de intervir sobre a natureza, a sociedade se viu diante de um poder capaz de destruir o planeta. E foi no contexto pós-Segunda Guerra Mundial que se iniciou a discussão e construção do conceito de Sustentabilidade ligado à idéia de preservação do meio ambiente, do lugar.
A idéia de que os recursos naturais eram inesgotáveis começou a perder sua consistência, pois, com o fim dos recursos naturais, como os países desenvolvidos – detentores dos maiores avanços tecnológicos e maior exploração destes recursos – poderiam continuar seu desenvolvimento? (BARREIRA FILHO, 2004).
Um dos primeiros marcos da conscientização da sustentabilidade foi quando em 1962, a bióloga Rachel Carlson lançou seu livro “Primavera Silenciosa”, que expunha os danos causados pelos produtos químicos lançados no meio ambiente durante a Segunda Guerra Mundial para o combate de insetos.
Segundo Resende (2015), o livro Primavera Silenciosa teve um impacto mundial imediato, fazendo com que a década de 60 fosse marcada pelo despertar dos malefícios dos produtos químicos na agricultura, desafiando as práticas dos cientistas agrícolas e enfurecendo as indústrias químicas.
A crescente da filosofia de sustentabilidade se mantem ao decorrer dos anos fazendo com que em 1968, o empresário Aurelio Peccei em conjunto com o cientista Alexander King, convidem um grupo seleto de cerca de 30 personalidades da época para analisar assuntos relacionados a política, economia internacional e, ao meio ambiente. A primeira reunião aconteceu em uma pequena vila em Roma, de modo que passaram a ser denominados como “Clube de Roma”, porem o grupo só veio a ter uma relevância mundial significativa quatro anos após sua fundação, quando em 1972, uma equipe de cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) foi contratado com o intuito de elaborar um relatório denominado “Os Limites do Crescimento”.
O relatório é descrito por Souza da seguinte forma:
O modelo mostrava essencialmente que um crescimento populacional exponencial associado ao correspondente uso de recursos, em combinação com a finitude dos recursos e a poluição gerada, levaria a um sério declínio não só na qualidade material da vida humana mas também no próprio tamanho da população global, por volta do ano de 2050. Mas por outro lado, uma outra conclusão do trabalho foi que aquelas tendências de crescimento poderiam ser alteradas, estabelecendo condições de estabilidade ecológica que seriam sustentáveis para o futuro. (SOUZA et al., 2009)
No mesmo ano da publicação de Os Limites do Crescimento, a Organização das Nações Unidas (ONU) organizou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, conhecida como “Conferencia de Estocolmo” que foi a primeira conferência realmente global, focada na defesa do meio ambiente, contando com representantes de 113 países.
De acordo com o posicionamento de Philippe LE PRESTRE18, foram quatro os principais fatores que motivaram, à época, a decisão de realizar uma conferência mundial sobre a proteção do meio ambiente:
a) o aumento da cooperação científica nos anos 60, da qual decorreram inúmeras preocupações, como as mudanças climáticas e os problemas da quantidade e da qualidade das águas disponíveis; b) o aumento da publicidade dos problemas ambientais, causado especialmente pela ocorrência de certas catástrofes, eis que seus efeitos foram visíveis (o desaparecimento de territórios selvagens, a modificação das paisagens e acidentes como as marés negras são exemplos de eventos que mobilizaram o público); c) o crescimento econômico acelerado, gerador de uma profunda transformação das sociedades e de seus modos de vida, especialmente pelo êxodo rural, e de regulamentações criadas e introduzidas sem preocupação suficiente com suas consequências em longo prazo; d) inúmeros outros problemas, identificados no fim dos anos 1960 por cientistas e pelo governo sueco, considerados de maior importância, afinal, não podiam ser resolvidos de outra forma que não a cooperação internacional. São exemplos destes problemas as chuvas ácidas, a poluição do Mar Báltico, a acumulação de metais pesados e de pesticidas que impregnavam peixes e aves. Procurando,
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