Sistema de Irrigação Localizada (gotejamento e microaspersão) para a cultura da bananeira
Por: Rodrigo.Claudino • 30/1/2018 • 2.136 Palavras (9 Páginas) • 365 Visualizações
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USO DE AGUA E IRRIGAÇÃO
A irrigação localizada compreende a aplicação de água em apenas uma fração da área cultivada, em alta frequência e baixo volume, mantendo o solo na zona radicular das bananeiras sob alto regime de umidade. A área mínima molhada deve ser de aproximadamente 1/3 da área sombreada (ou projeção da copa das bananeiras). A área de solo molhado exposto à atmosfera fica bem reduzida e, consequentemente, é menor a perda de água por evaporação direta do solo. A água aplicada por estes sistemas penetra no solo e se redistribui formando um bulbo molhado, cuja forma e tamanho dependem da vazão aplicada, do tipo de emissor, da duração da irrigação e do tipo de solo. A infiltração ocorre em todas as direções, porém, no sentido vertical é mais pronunciado quando o solo apresenta características arenosas.
Um sistema completo de irrigação localizada é composto das seguintes partes: emissores (gotejadores, microaspersores, microtubos), tubulações (linhas laterais, secundárias e de derivação) para distribuição da água e cabeçal de controle (conjunto motobomba, sistema de filtragem, injetores de fertilizantes, sistema de controle de pressão e vazão), além de acessórios e conexões indispensáveis para operação e manejo do sistema no campo.
Os emissores são os dispositivos que controlam a saída da água, desde as linhas laterais, em pontos discretos e contínuos. Distinguem-se em miniaspersores (difusores ou microaspersores), gotejadores, mangueiras ou tubulações de gotejadores (tubo gotejador, mangueira porosa, mangueira perfurada). Os caraterísticas fundamentais que devem apresentar um emissor e que definem sua escolha consistem em vazão uniforme e constante, reduzida sensibilidade a obstruções, elevada uniformidade de fabricação, resistência a agressividade química e ambiental, estabilidade da relação pressão-vazão, reduzida perda de carga nos sistemas de conexão, resistência ao ataque de insetos e/ou roedores e, baixo custo de aquisição. Os emissores, dentro do custo total de um sistema, correspondem por 5 a 10 %.
SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO E MATERIAIS DA TUBULAÇÃO
Em sistemas de irrigação localizada as tubulações são normalmente de polietileno (baixa e média densidade) e de PVC (linha principal), de acordo com a ordem de funcionamento. As Linhas laterais são as tubulações de última ordem no sistema, sobre as quais são conectados os emissores; devem ser dimensionadas de forma a permitir que os emissores distribuam a água com um adequado grau de uniformidade, minimizando a variação de vazão ao longo do seu comprimento; normalmente são de polietileno flexível de baixa densidade, com diâmetros internos de 10, 12,5 e 15 mm, em geral.
As Linhas de derivação são tubulações que alimentam as linhas laterais; hidraulicamente são iguais a essas, pois são de múltiplas saídas; são dimensionadas e devem permitir uma pressão adequada no início de cada lateral, derivando a vazão necessária para cada uma delas.
As secundárias abastecem as de derivação; nem sempre são necessárias, entretanto, quando a área irrigada é grande, exigindo sua divisão em várias subnidades de irrigação, agrupam-se as subunidades que funcionam simultaneamente, alimentando-as com uma tubulação denominada linha secundária; o dimensionamento deve se basear em critérios econômicos, cujos diâmetros mais comuns são de 20 a 80 mm; podem ser de polietileno ou PVC.
A Linha principal é a tubulação que conduz a água da motobomba, passando pelo cabeçal de controle, até as linhas secundárias; podem ser de PVC ou até mesmo de poletileno de alta densidade, dependendo das condições de pressão a qual será submetida.
A principal diferença entre os sistemas de irrigação localizada e outros sistemas, é que nos primeiros o balanço entre evapotranspiração e água aplicada é mantido em períodos compreendidos entre 24 e 72 horas (maior freqüência de aplicação). O gotejamento e a microaspersão são os principais representantes dos sistemas de irrigação localizada em uso comercial.
SISTEMA DE GOTEJAMENTO E MICROASPERSÃO
No conceito geral de sistemas de irrigação localizada, ficam bem diferenciados os sistemas gotejamento e microaspersão. As diferenças fundamentais são: o gotejamento aplica água em pontos, utilizando emissores denominados gotejadores; a microaspersão aplica água sobre uma pequena área circular ou setorial, através de emissores denominados microaspersores; em gotejamento as vazões são de até 20 l/h em cada ponto de emissão, e em microaspersão de até 200 l/h; a seção de saída da água nos emissores varia em torno de 0,78 mm2 em microaspersores e 0,12 mm2 em gotejadores; os gotejadores operaram sob pressões inferiores a 10 mca e os microaspersores entre 10 e 20 mca.; em microaspersão, como a seção de saída da água é um pouco maior que nos gotejadores, os sistema de filtragem é mais simples.
A irrigação localizada oferece uma grande potencialidade de benefícios à planta, entretanto, por ser um método mais sofisticado de operação e manejo apresenta limitações operacionais e de manejo, que dependem de fatores técnicos, econômicos e agronômicos.
Economia e eficiência de aplicação de água: As razões atribuídas à economia de água incluem a irrigação de apenas uma fração da área cultivada (principalmente em plantas arbóreas), a redução da evaporação na superfície do solo, o reduzido risco de escoamento superficial e a controlada perda por percolação profunda.
Comparando com sistemas de aspersão e de superfície, a economia de água pode atingir 20 a 30%, porém, fica claro que a quantidade de água necessária a cultura é a mesma independentemente do processo de aplicação ou sistema. Uma vez que permite um maior controle da lâmina de água aplicada e serem bastante reduzidas as perdas, resulta em elevada eficiência na aplicação e uso da água.
Maior produção e melhor qualidade do produto: O conteúdo de água em uma fração do volume de solo onde estar o sistema radicular permanece alto e com pequenas variações, em consequência do suprimento de água em baixas quantidades e alta frequência. Com isso evita-se a ocorrência de estresse hídrico na planta e, portanto, favorece o desenvolvimento da cultura com incremento da produção e melhor qualidade do produto.
Menor risco do efeito de sais para as bananeiras: A minimização do risco da salinidade para as plantas por sistemas localizados pode ser atribuída a fatos como, diluição da concentração
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