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O Relatório Extensão Rural

Por:   •  18/5/2018  •  2.208 Palavras (9 Páginas)  •  316 Visualizações

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Tabela 1 – Dados socioeconômicos de Abreu e Lima.

Área da unidade territorial – 2015

126,193

km²

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - 2010 (IDHM 2010)

0,679

Matrícula - Ensino médio – 2015

3.458

matrículas

PIB per capita a preços correntes – 2013

13.294,09

reais

População residente

94.429

pessoas

População residente – Homens

45.125

pessoas

População residente – Mulheres

49.304

pessoas

População residente alfabetizada

78.004

pessoas

Módulo Fiscal

7 ha

Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios particulares permanentes – Rural

170

reais

Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios particulares permanentes – Urbana

325

reais

Tabela 2 - Produção Agrícola Municipal - Lavoura Permanente 2015.

Banana (cacho) - Quantidade produzida

350

toneladas

Banana (cacho) - Valor da produção

280

mil reais

Banana (cacho) - Área destinada à colheita

47

hectares

3 HISTÓRIA DO AGRICULTOR

Sr. Jones, agricultor nascido em 10 de agosto de 1958, no município de Abreu e Lima, localizado na Zona da Mata do Estado de Pernambuco, onde mora até hoje, é proprietário de um sítio de 3ha - localizada na comunidade de Inhamã (Figura 3), pertence a 5 herdeiros, mas somente o Sr. Jones mora e trabalha na terra. Casado com Dona Lenir e pai de um casal de filhos (ambos técnicos agrícolas, onde uma segue carreira de Geógrafa e o outro estudante de Biológicas). O Sr. Jones estudou até a 8ª série, onde posteriormente trabalhou em diversas lojas no Recife, como metalúrgico e em outras fábricas da região. No período que se encontrava desempregado, trabalhava na terra da propriedade que morava. Entretanto, revelou que mesmo trabalhando com roçado no sítio, sempre teve a intenção de voltar a trabalhar na cidade.

[pic 2]

Figura 03 – Comunidade de Inhamã

O Sr. Jones trabalhou na terra de forma convencional, através da monocultura de inhame, sem conhecimentos tecnológicos e sempre agredindo o solo. Além disso, toda vez que solicitava algum crédito para investir na plantação, o dinheiro sempre chegava atrasado, por consequência, a produção não rendia muito. Até que no ano de 1988, conheceu um seminarista que o convidou para o curso de Apicultura do Projeto de Tecnologia Alternativa (PTA), promovido pela Associação Municipal Assistência Social (AMAS) e EDUCATER. O Sr. Jones passou por uma semana de curso, sendo a parte teórica no Centro Mariapi e a prática no Assentamento Pitanga, localizado entre Abreu e Lima e Igarassu. Também participou de outros cursos, como por exemplo na Paraíba.

Com a consolidação da Apicultura, já em 1994, o Centro Sabiá (anteriormente PTA), AMAS e Comissão Pastoral da Terra (CPT) investiram na Agrofloresta (ou Sistema Agroflorestal - SAF). Essa técnica é interessante para agricultura familiar por reunir vantagens econômicas e ambientais. A utilização sustentável dos recursos naturais a uma menor dependência de insumos externos, que caracterizam este sistema de produção, resulta em maior segurança alimentar e economia, tanto para os agricultores, como para os consumidores (EMBRAPA, 2002).

Todos os anos, o Centro Sabiá enviava técnicos e agricultores, para fazer um estágio na propriedade do Sr. Ernst Gotsch, localizada em Piraí do Norte, sul da Bahia, onde o Sr. Jones teve a grande oportunidade de ser um dos estagiários enviados em 1996. A partir dessa iniciativa, a propriedade do Sr. Jones começou a restaurar o ambiente e diversificar as espécies para novos cultivos. Sobre a produção através da Agrofloresta o Sr. Jones explica:

Um dos segredos é fazer um bom planejamento da área e plantar uma diversidade de plantas. Uma agricultura que trabalha imitando a natureza.

Como anteriormente, o Sr. Jones trabalhava com a monocultura de inhame, sem muito conhecimento técnico ou apoio governamental, a terra estava batida e fraca. Ao ser questionado se o sítio precisou de alguma correção de solo, explicou:

A gente não fez correção do solo, não. A gente percebeu que o solo estava muito ácido, plantamos muitas leguminosas, né? Feijão de coco, sombreiro, leucena, capim-elefante... Plantas adubadoras.

Devido a grande variedade de plantas exóticas introduzidas no sítio, através da agrofloresta e o crescimento da produção o Sr. Jones explica como lidar com as “pragas” ao ser questionado:

A gente não considera praga. Se por um acaso aparecer alguma praga lá, a gente se questiona onde é que estamos errando que está dando condições para aquela praga aparecer... Quando se entra na mata, ninguém vê um ataque de praga dominando o ambiente. Aparecia muita formiga cortadeira, a saúva. Ela é originária da tanajura e só pousa em lugar aberto, se a agricultura está dentro de uma floresta, o seu cultivo

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