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A influência do bem estar e do estresse dos cavalos atletas

Por:   •  6/10/2017  •  3.146 Palavras (13 Páginas)  •  694 Visualizações

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Particularmente na espécie eqüina, as diferentes formas de utilização, tais como meio de transporte, ferramenta de conquistas, trabalhos e esportes determinaram, desde a domesticação, mudanças na forma de criar e manter os cavalos. As principais mudanças foram a restrição do tamanho das áreas disponíveis ao pastejo, da diversidade de alternativas alimentares e do tempo disponibilizando para o cavalo se alimentar no dia. Estas mudanças desrespeitam uma das principais, se não a principal, particularidade evolutiva desta espécie, o complexo anatômico e fisiológico do aparelho digestório. Esta estratégia de criação e utilização do cavalo desencadeou a simplificação da dieta em duas classes principais de alimentos, os volumosos (pastos e forragens conservadas) e concentrados (alimentos com alto conteúdo energético e/ou protéico), com a preocupação quase que exclusiva de atender as necessidades nutricionais sem levar em consideração aspectos relacionados às formas de disponibilização destes alimentos e o comportamento alimentar dos eqüinos.

O ambiente adequado de pastagem pode disponibilizar muito mais do que nutrientes, pois permite a liberdade aos animais para expressarem o comportamento natural da espécie e contribuem para diminuir o aparecimento de inúmeros transtornos aos cavalos, como sérios problemas digestivos até vícios de comportamento e, conseqüentemente, alterações no bem-estar de animais em fazendas de criação e, com maior freqüência, em centros de treinamento.

O cavalo é o resultado de sua genética e do ambiente no qual é criado. Dos fatores ambientais, a nutrição é um dos mais importantes para o bem estar de qualquer animal (SANTOS, 1997). Ao contrário de outras espécies de interesse zootécnico, em que o criador busca um rápido crescimento e ganho de peso, os cavalos necessitam de uma dieta nutricional adequada a sua utilização.Os programas de alimentação para eqüinos variam conforme a idade, o sexo e a atividade a qual é destinado. Um cavalo nutrido adequadamente, além de apresentar boa saúde, fertilidade e longevidade, desempenhará melhor sua função. Infelizmente, existem poucas informações e a escassez de pesquisas científicas sobre a nutrição de eqüinos, ao contrário das outras espécies domésticas, tem contribuído para que sua alimentação seja realizada mais como arte do que propriamente ciência.

Estudos a respeito dos padrões de comportamento dos eqüinos livres em pastagens, quando analisados de maneira genérica, apresentam características similares em relação ao tempo destinado à colheita das forragens, à locomoção, ao descanso e às outras atividades sociais. Os valores encontrados correspondem de 10 a 16 horas por dia para o pastejo, com duração de 2 a 3 horas para cada refeição, separadas por intervalos curtos, caracterizados por períodos de descanso, pela locomoção e outras atividades sociais (Tyler, 1972; Duncan, 1980; Dittrich, 2001; Gomes, 2004; Radunz, 2005; Santos et al., 2006; Zanine et al., 2006). Esta similaridade comportamental é uma importante ferramenta para o manejo alimentar de eqüinos em pastagens, devido à necessidade de tempo para o cavalo decidir nas referidas etapas para a colheita da forragem. O pastejo noturno é de 20 a 50% do tempo de ingestão diária, influenciado pelas condições ambientais (Doreau et al., 1980; Fleurance et al.,2001; Dittrich, 2001). Imposições de manejo, como o confinamento noturno, alteram os padrões de pastejo. Potros confinados a noite, com concentrado e feno em quantidades não limitantes disponíveis na cocheira, pastam por mais tempo a tarde, quando comparado a outros que permanecem todo tempo no pasto (Sá Neto et al., 2008).

Uma das principais problemáticas na formulação de ração para cavalos atletas é estimar as exigências energéticas desses animais. Através da intensidade de trabalho à que o animal está submetido, que pode ser dividido em (trabalho leve, trabalho moderado, trabalho pesado ou intenso, e muito pesado ou intenso), podendo essas exigências aumentarem em 25%, 50% e até 100% respectivamente em relação a exigência de manutenção, uma alternativa que tem sido utilizada é a Suplementação com óleos que tem se tomado um importante meio de fonte de energia de alta digestibilidade para eqüinos. Vantagens da suplementação com óleos em eqüinos incluem diminuição no uso de energia para produção de calor, aumento da performance, alteração no metabolismo com exercícios, diminuição da exigência de alimentos e água, um temperamento mais calmo e aumento da condição corporal, (MORGADO E. ;GALZERANO L., 2006. Segundo RODRIGUES; GUERRA, 2010.). A adição de óleos e gordura é uma ótima maneira de aumentar a energia da dieta sem aumentar o volume de alimentos consumido.

Se as exigências energéticas de eqüinos atletas fossem supridas somente com carboidratos, a quantidade oferecida deste nutriente seria muito elevado, provocando laminite e cólica. Como os óleos e as gorduras não estão sujeitos à fermentação microbiana, este risco é mínimo. Vale ressaltar que as exigências nutricionais, tanto para macro-nutrientes (energia, proteína, lipídios, água e fração fibrosa) quanto para micronutrientes (vitaminas e minerais), dos animais são influenciados por vários fatores relacionados ao animal (como a espécie, a idade, o estado fisiológico, o peso vivo, a intensidade de exercícios), relacionados ao ambiente (temperatura ambiente e sistema de criação), e relacionados às dietas como taxa de consumo e digestibilidade das dietas que podem ainda sofrer influência dos seguintes fatores como: ingredientes da dieta, o tamanho da partícula do alimento, a freqüência de alimentação, no entanto os excessos também podem ser prejudiciais podendo predispor e até mesmo causar o surgimento de patologias (PRIMIANO et al., 2010). O manejo dos cavalos deve ser orientado para que o agente estressante não chegue a causar uma perda no rendimento. Isso pode ser feito através de alterações na forma como o animal percebe este agente ou utilizando alguns “modificadores” de forma mais intensa.

Toda forma de treinamento, transporte e alojamento do animal deve respeitar as regras do bem-estar, infelizmente nem sempre é possível adequar-se a essas regras, mas deve-se sempre tentar chegar o mais próximo possível disso. Todo manejo e treinamento deve atender ao bem-estar, assim como o transporte e a alimentação. O treinamento deve considerar o eqüídeo como um ser vivo e não pode ter técnicas consideradas abusivas pela FEI (Federação Eqüestre Internacional), o transporte deve ser adequado ao animal respeitando seu espaço e dando-lhe segurança para evitar qualquer tipo de dano físico, levando em conta provisões como,

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