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A Saúde em Quilombos

Por:   •  8/5/2018  •  1.762 Palavras (8 Páginas)  •  555 Visualizações

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Étnico-Racial

A luta pelo direito a educação, por manter suas culturas, tradições e valores são até hoje suas maiores lutas, assim podendo reivindicar direitos sociais e políticos, direito a diferença e respeito.

Apesar de nossa sociedade ser constituída por diversos grupos étnico-raciais, a história ainda e marcada por diversas desigualdades e descriminações, assim, impedindo um desenvolvimento cultural e social de nosso país.

Em um país em que somos, em maioria, formados por negros e pardos essa cultura discriminatória se dá pelo desconhecimento e pela ignorância, pois desde pequenos somos incitados a hierarquizar as classificações sociais, raciais, de gênero, entre outras. Ou seja, aprendemos a tratar os diferentes como errados ou inferiores.

Existe ainda uma grande descriminação desses grupos étnicos dentro das escolas, incluindo por parte de alguns professores, que tratam de forma diferente os alunos brancos e os negros, o que acaba levando muitas vezes os alunos negros pararam de frequentar as aulas, sendo a educação uma das melhores formas de extinguir esse tipo de preconceitos.

Entrevista com Wildeci, estudante graduando em licenciatura em educação do campo, habitante do quilombo Vão das Almas (GO).

Grupo: Existe algum posto de saúde ou hospital onde você vive?

Wildeci: “Não há hospitais assim com uma estrutura boa porque não tem condição de um hospital ir para lá, porque lá o acesso lá não é muito fácil”

Grupo: Quando alguém adoece, o que vocês fazem?

Wildeci: “Geralmente a gente tem que se deslocar para a cidade”

Grupo: Como é o acesso da universidade para o quilombo onde você mora?

Wildeci: “Bem... é meio difícil sim. Lá tem uma estrada ruim. Não tem uma estrada assim, como a do DF, uma coisa assim boa”

Grupo: Como são as casas do quilombo onde você vive?

Wildeci: “Feitas de madeira, não tem tijolo, adubo mesmo, da própria terra e coberta por palha”

Grupo: Lá tem esgoto?

Wildeci: “Não há esgoto”

Grupo: E encanamento?

Wildeci: “Não tem encanamento dentro das casas”

Grupo: Eletricidade?

Wildeci: “Também não”

Grupo: Tem escolas onde você mora?

Wildeci: “No meu caso, onde eu moro não há mais escolas. Houve fechamento por questão de poucos alunos”

Grupo: Tem pouco aluno por que não tem criança ou por que elas não vão à escola?

Wildeci: “É que falta criança mesmo”

Grupo: A população é mais idosa?

Wildeci: “É mais idoso sim, e os jovens que estavam lá se dispersaram, por necessidade de trabalho, de se locomover”

Grupo: Vocês usam tratamentos alternativos?

Wildeci: “Sim, usa muito, bastante as prantas. Com a experiência dos mais velhos faz remédio com elas e funciona muito bem”

Conclusão

Com base nos fatos expostos aqui, nota-se a baixa qualidade de vida que os quilombolas têm. Devido a vários fatores como a falta de uma infraestrutura que leva eles ficarem expostos a lixo e não ter acesso a recursos básicos, como água, esgoto e eletricidade. Além disso, há grandes problemas ao acesso à programas e melhores condições de vida, seja pela falta de educação, pelo preconceito e pela estrutura física.

Com essa baixa qualidade de vida, jovens migram dos quilombos para outras cidades, fazendo com que a população local seja basicamente de adultos e idosos, que a longo prazo pode acabar com o fim do quilombo.

Apesar de existir alguns auxílios a esse povo, não são o suficiente. Não adianta só dar acesso a outras regiões, é necessário que tenha uma maior integração desses quilombos, levar escolas, postos de saúde, hospitais e também tentar desenvolver uma renda, para que eles não fiquem sempre a mercê do governo.

Referencias

G1, Projeto visa diminuir incidência da doença de chagas em comunidades. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/48764/referencias-bibliograficas-tiradas-na-internet-como-colocar-no-trabalho>. Acesso em 12 de junho de 2016.

Visão Cidade, Casa de Taipa: Morar nelas é um desafio para a saúde pública. Disponível em: . Acesso em 12 de junho de 2016.

Carta Capital, Ecos da escravidão. Disponível em: . Acesso em 12 de junho de 2016.

FREITAS et al. Saúde e comunidades quilombolas: uma revisão da literatura. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v13n5/151-10.pdf>. Acesso em 13 de junho de 2016.

FARIAS; ALVEZ; CARDOSO. Saberes da terra: escolarização em comunidade quilombola. Disponível em :. Acesso em 13 de junho de 2016.

GOMES, Janet. Repensando a educação das relações etino-raciais na comunidade quilombola da Mormaça-RS. Disponível em: . Acesso em 14 de junho de 2016.

SILVA, José Antonio Novaes da. “Condições sanitárias e de saúde em Caiana dos Crioulos, uma comunidade Quilombola do Estado da Paraíba”. Saude soc., São Paulo, v. 16, n. 2, p.11-124, 2007.

Perguntas:

1-Qual uma possível solução para o fim da impunidade desses casos?

2-Como fazer para assegurar a integridade física dessas pessoas para que não sofram tanto com a violência?

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