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Saúde e Identidade de Gênero/Transsexualidade

Por:   •  7/3/2018  •  1.595 Palavras (7 Páginas)  •  265 Visualizações

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Entretanto, tem se visto que esses serviços em vez de serem locais de acolhimento e proteção, sendo apresentado como locais que conserva e reproduzem os preconceitos e as desigualdades sociais. Em algumas Unidades a discriminação é mais notória, o que corrobora com que os trans resistam durante muito tempo a procurar assistência médica. Mostrando como os profissionais da área de saúde não são capacitados a lidarem com esses assuntos tabus, porém é necessário tratar com a dimensão subjetiva do cuidado.

No Brasil, são estabelecidas normas para a atuação do psicólogo em relação às questões de sexualidade, prevendo que o profissional não deve tratar dessas questões de gênero como patologia, distúrbio ou perversão, não tendo um olhar de heteronormatividade no qual é considerado anormal o individuo que não se encontra nesse padrão imposto de que o sexo biológico tem que se relacionar com a identidade de gênero, sendo assim marginalizado pela sociedade. Portanto os psicólogos desenvolvem o papel que compreende o sofrimento do sujeito, mediando à formação de novas realidades para melhor inserção no meio, desta forma contribuindo com todo seu conhecimento acerca do desenvolvimento humano, trazendo consigo uma reflexão acerca do preconceito, contribuindo assim para o desaparecimento de descriminações e oferecendo uma melhor qualidade de vida.

Problematização

O diagnóstico de “Transtorno de Identidade de Gênero”, se dá através do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV), que se encontra formalmente classificado no Código Internacional de Doenças (CID 10). Para o diagnóstico ser dado é necessário seguir alguns critérios, evidenciar uma persistente identificação com o gênero oposto, que consiste no desejo do sujeito, ou a insistência do sujeito de que ele é do sexo oposto; a identificação com o gênero oposto não se pode pensar em um simples desejo de quaisquer vantagens culturais vista por ser do outro sexo, deverá ter evidencias de um desconforto que persista no próprio sexo, relacionado a uma sensação de incoerência no gênero deste sexo; o diagnóstico não poderá ser feito se o sujeito tiver uma condição intersexual física; deverá haver evidencias de sofrimento clinicamente significativo, ou que o sujeito venha ter prejuízos no seu relacionamento social, ocupacional ou em áreas importantes do convívio do sujeito.

Dito isso, nosso posicionamento é a favor da despatologização da transexualidade, partindo do pressuposto que ao patologizar essa condição se estabelece um estigma maior do que o que esse individuo já vivenciou como, por exemplo, a discriminação, constrangimentos, humilhações, que ferem o seu estado psicológico. E também o fato da patologização racionalizar e generalizar esse fenômeno, sem considerar a subjetividade do individuo, e o fato de que cada um é um ser singular e vivencia as situações de diferentes maneiras e dessa forma o enquadram em uma só condição, desta forma é preciso um diagnóstico que compreenda o sofrimento psíquico e social enfrentados por essas pessoas pelo fato de não se aceitarem com seu corpo o que pode levar a depressão, transtornos alimentares, afetar suas relações pessoais entre outros fatores, e se identificarem com um gênero diferente do seu sexo biológico, por isso é necessário um acompanhamento que o ajude a aceitar essas condições que causam esse sofrimento, e não encaixa-lo em uma doença que possui cura ou tratamento. E independente de ser ou não uma patologia essas pessoas precisam de respeito, cuidado, oportunidades na sociedade, e todos os direitos humanos que são conferidos a toda a sociedade.

Considerações Finais

Diante de tudo que foi visto pode-se afirmar que a prática dos profissionais da saúde que são envolvidos ou tem interesse pela área do transtorno de identidade de gênero precisam assumir uma postura ética, bioética, jurídica e social com um tratamento humanizado que respeite as condições do individuo mesmo sabendo que os recursos e serviços desenvolvidos para esse público é pouco e não é colocado em prática como deveria ser.

Também é necessária uma qualificação desses profissionais que irão lidar com os transexuais em si sabendo que eles devem ser acolhidos e tratados nos serviços de saúde, e não ridicularizados e constrangidos como geralmente são e se sentem, seguindo os preceitos da universalidade, integralidade e equidade da atenção que são princípios resguardados pelo SUS. Atendendo as suas necessidades de forma que considere a subjetividade do individuo e não o vendo com algo fora dos padrões e excluídos pela sociedade, visando integrar esses indivíduos de forma justa e a dar a devida importância de tratar de forma igual uma diversidade.

Sendo assim, é importante que existam campanhas de conscientização da sociedade, debates, informações através da mídia, com o intuito de mudar essa visão negativa das pessoas para com os transexuais para que essas pessoas possam ser inseridas no mercado de trabalho, universidades, nas unidades básicas de saúde, ser tratadas com dignidade e respeito, saírem nas ruas sem serem ridicularizadas, agredidas, vitima de preconceitos, violência, promovendo assim a integração e não a exclusão desse público que precisa de apoio, acolhimento, cuidado, escuta e de ter vez na sociedade.

É de fundamental importância manter um campo de reflexões sobre o tema, visto que é pouco falado e escasso de informações voltado para essa problemática que vem crescendo e nós como futuras psicólogas devemos nos abster de todos os pré-conceitos que já vem se reproduzindo desde muito tempo para promover o cuidado mais humano e dessa forma aproximar mais o ser travesti da sociedade, considerando toda a sua vivência.

Sendo assim, os profissionais dessa área devem seguir preceitos éticos, tratando todos os pacientes com dignidade, humanização e sem distinção da identidade de gênero, orientação sexual ou sexo biológico.

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