RESENHA REFERENTE AO CADERNO TEMÁTICO “PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS DA INCLUSÃO”
Por: Rodrigo.Claudino • 22/5/2018 • 1.446 Palavras (6 Páginas) • 452 Visualizações
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Segundo a pesquisa da autora qualquer indisciplina será anotada no livro de ocorrências e considerada um ato infracional, levando o adolescente a cumprir medidas socioeducativas. Vejamos que somente um lado é escutado e o outro julgado, uma vez que quem lança no livro é o professor e o aluno apenas arca com o que foi anotado. É aquele ditado “se ouvimos somente a versão da chapeuzinho vermelho o lobo sempre será o mau da história”. Como o adolescente pode querer voltar para um ambiente construído dessa maneira?
Assim, o juizado da infância e da juventude é quem tem o poder para aplicar essas medidas que podem ser: em meio aberto ou fechado. Em meio aberto o adolescente pode sofrer uma advertência, ter a obrigação de reparar um dano, prestar serviços a comunidade ou ter liberdade assistida. Já nas medidas fechadas o adolescente pode ser inserido num regime de semiliberdade ou internação.
Assim como é abordado no segundo texto escolhido, escrito pelo psicólogo mestre em psicologia social Jean Fernando dos Santos, é preciso pensar qual o papel do psicólogo e da psicologia frente essas situações, a quem estão servindo: Aos adolescentes ou ao sistema judiciário e assim fomentando o processo de silenciamento dos adolescentes?
Em consonância com a primeira autora quando é perguntado o porquê da evasão escolar são trazidas questões como perseguição e discriminação, desrespeito na relação professor-aluno em ambas as partes. Mas se os professores não respeitam os alunos, como podem exigir respeito?
Faz-se necessário buscar reelaborar a escola, transformar num local de socialização e comunicação entre agentes da escola e alunos, construção de diálogos, pois a questão de “direito a permanência na escola” só está presente nos meios legais, no cotidiano é percebido grande evasão escolar.
Em paralelo, é preciso enxergar o problema não somente de uma ótica do senso comum, mas buscar encontrar os motivos por trás do dito “mau” comportamento, sendo inúmeros fatores responsáveis por isso e não somente o adolescente.
Pensar através de uma articulação entre profissionais da educação, da justiça, da psicologia e assistência social, além das famílias, maneiras de melhorar a problemática que tangencia a educação brasileira, não somente dos jovens em medidas socioeducativas, mas nas escolas como um todo. Além de considerar esses jovens como sujeitos que são capazes de dialogar o que pensam e que isso é construído através de suas histórias e cultura nas quais fazem parte.
Ainda segundo o autor do segundo texto, é percebido que as escolas vem demonstrando de forma ainda mais presente a lógica do silenciamento, como diz em sua fala:
No entando, o que observamos é que, mais uma vez, a lógica do silenciamento vai se mostrando presente denotando como não construímos espaços efetivos de participação e protagonismo sendo que aqueles que seriam os maiores interessados diretamente não se sentem legitimados a participar. (P.51)
Apesar do plano socioeducativo der sido um sucesso, os adolescentes entendem que o ato de ir a escola é de suma importância. Nenhum deles rejeita a ideia de que ira escola é ruim, mas quando vão se sentem discriminados. Eles dizem que ao entrarem na escola todos ficam olhando e os discriminando por serem mais humildes. Essa experiência possibilita cada vez mais o isolamento de certos alunos, e mesmo com a participação da equipe educativa tentando intervir com a família de cada estudante que tem o comportamento visto como ruim, a experiência com é questionada, uma vez que eles acabam sendo vistos como infratores, o silenciamentoque muitas vezes é aplicado pelos próprios professores fica cada vez mais evidente.
Silenciar o aluno no ambiente escolar é impedir que o mesmo tenha o pensamento expressado, denotando em mau comportamento pelo mesmo , que adota medidas de maus atos para ser visto e assim recebendo a atenção devida da escola.
Como propõe a autora do primeiro texto:
A Primeira coisa para repensar a escola éessa lógica do silenciamento, o tempo todo, ensinemos a silenciar-se, precisamos ensinar a falar, aliás, não precisamos ensinar a falar, precisamos deixar falar. (p.46)
O aluno não é uma tabula-rasa no qual só ouve a voz do professor e se cala, tendo o professor como uma figura de autoridade em sua frente. Mas a escola precisa deixar o aluno falar, porque se o aluno não encontra espaço para expor aquilo que pensa, ele irá se rebelar com maus comportamentos e ser tratado como um infrator e se não receber a atenção devida, procurará ser recebido pelos funcionários da fundação casa que tratam bem e dão oportunidades para que o aluno fale.
A escola precisa receber o aluno como um ser pensante e estar disposta e deixar que o aluno fale por si, que dialogue, exponha suas ideias e se sinta bem recebido pela escola, permitindo
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