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RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAS NO BRASIL 

Por:   •  25/11/2018  •  1.168 Palavras (5 Páginas)  •  317 Visualizações

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O caminho suave, como diversas outras cartilhas, reservavam aos negros os piores papéis: a empregada trapalhona que não sabe falar, o moleque, o malvado.

Pesquisa em Salvador (1980) mostrava nos livros didáticos: Enquanto a mãe branca era ilustrada 54 vezes, a negra surgia uma única vez. O pai branco comparecia 29 vezes, quase sempre executando funções relevantes; o pai negro na única vez que foi ilustrado, vinha como autêntico trapalhão.

Hélio Santos escreve: “Não esqueço, ainda na adolescência, ao ler Helena de Machado de Assis, a grave dúvida que me assolou o espírito. Helena diz: «Orei a Deus porque infundiu aí no corpo vil do escravo tão nobre espírito de dedicação». Segundo o texto, a situação de escravo não era vil e sim o seu corpo. Corpo negro”.

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Na música popular brasileira o negro é agredido com ataques frontais, principalmente, a mulher negra: Negra do cabelo duro/qual é o pente que te penteia. Lamartine Babo: O teu cabelo não nega mulata. Porque és mulata na cor. Mas como a cor não pega mulata. Mulata eu quero o teu amor.

Tiririca em Veja os cabelos dela: Essa negra fede! Fede de lascar/bicha fedorenta, fede mais que gambá.

Caetano Veloso é exceção. Em Beleza pura, canta: Quando essa preta começa a tratar do cabelo/é de se olhar.

Os empresários de bandas femininas, do axé music, sabedores da paixão nacional, faturam alto com essa subserviência estética. Contratam moças claras (não necessariamente brancas) e formam bandas, em que duas coisas são fundamentais: um corpo malhado e o cabelo loiro (vale tingir).

Trata-se de uma mistura explosiva para o imaginário masculino negro-mestiço nacional: a dança e a música são negras, o corpo bem nutrido das moças também lembra mulheres negras. Contudo, o cabelo é loiro.

Ver a nova abertura do Fantástico.

A saúde vem se transformando num produto comercializável. O corpo saudável adquiriu valor de mercado na sociedade capitalista, na qual parece que quanto mais se adquire saúde, mais sucesso se tem!

A beleza também se tornou mercadoria, atributo da saúde. Buscam-se clínicas para se conseguir a perfeição corporal. Se você possui algum “defeito” ou “detesta” alguma parte de seu corpo, a cosmética tem as “armas” e o poder para resolver qualquer problema.

O Brasil atualmente é o segundo país no mundo em número de cirurgias plásticas, só perdendo para os EUA. Homens e mulheres em busca da perfeição corporal são cortados, costurados, espetados por agulhas, queimados por raios laser, besuntados e massageados com cremes, pagando preços bem inferiores aos de uma década atrás.

Se por um lado, há a democratização da beleza, por outro, há a vulgarização dos corpos. Todos “esculpidos” de acordo com os modismos de cada estação.

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http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/2010/08/21/boa-aparencia/

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purareflexao.blogspot.com

Nesse mundo moderno temos o dever de ser belos, magros, ter cabelos lisos, pouco pelo e parecer “naturais” diante do espelho de nós mesmos e dos outros.

A POLÍTICA DE GETÚLIO VARGAS E OS IDEAIS EUGENISTAS

A política de Getúlio Vargas na década de 30 foi direcionada em defesa do nacionalismo de inspiração nazifascista. O partido de Plínio Salgado, Ação Integralista Brasileira, fundado em 1932, pregava a radicalização de políticas nacionalistas e xenófobas (a xenofobia pode ter como alvo não apenas pessoas de outros países, mas de outras culturas, subculturas, sistemas de crenças ou características físicas), aproximando-se dos ideais eugenistas.

Do Jeca ao Zé Carioca

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