Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilidades em Educação de Infância
Por: SonSolimar • 12/6/2018 • 3.597 Palavras (15 Páginas) • 417 Visualizações
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- Historial da psicologia vocacional
- Surgimento
A psicologia vocacional nasceu no início do século XX nos EUA com a preocupação de entender e poder intervir no bem-estar social e educativo de jovens. Ao longo do desenvolvimento dessa área, as investigações acerca dos aspectos relacionados ao processo de escolha de uma profissão foram e continuam sendo realizadas, e é por isso que actualmente os profissionais de psicologia usufruem de modelos, métodos e materiais que permitem realizar um trabalho focado no desenvolvimento do comportamento vocacional.
- Aspectos históricos
A história da orientação vocacional quanto ciência, teve dois acontecimentos importantes que marcaram seu início. O primeiro foi à criação do centro de orientação profissional norte-americano, o Vocational Bureau of Boston, fundado entre 1907 e 1909. (CARVALHO, 1995). E o segundo em 1909 quando Frank Parsons publicou sua obra Choosing a Vocation baseada em suas experiências de aconselhamento com jovens adultos.
Se pararmos para ver os registos do homem e as suas escolhas, aperceber-nos-emos da visão "elitizada" da construção da orientação profissional, formada ao longo dos anos.
- Veremos que isso acontece desde a Idade Média, quando o nível e campo ocupacional eram determinados pelo nascimento, sendo a aprendizagem realizada dentro das famílias, ou seja, as ocupações davam-se hereditariamente.
- Com a Revolução Francesa, em 1789, vem a liberdade de escolha. Assim, estas já não eram determinadas pelas famílias mas sim ocasionadas pela igualdade de direitos dos homens.
- Com a Revolução Industrial, com a mudança do modo de produção agrário para o industrial, o cenário transforma-se mais uma vez, ou melhor, complementa-se nas relações de trabalho.
Exige-se qualificação humana, pois surgem novas ocupações, e a partir desse momento surgem os primeiros sinais da orientação profissional. O objectivo era detectar trabalhadores inaptos para a realização de determinadas tarefas, buscando desta forma a eficiência industrial. Era o homem certo para cada ocupação. Com essa transformação, o capitalismo sofre uma explosão, dando início a uma nova era, quando o que interessava eram fins lucrativos.
Em 1909 ocorre a publicação do 1º livro sobre orientação profissional; Escolher uma Profissão, de Frank Parsons, e também o surgimento do primeiro centro de orientação profissional, criado pelo mesmo.
A teoria de Parsons é tida como clássica nesse campo, e até hoje exerce grande influência não só no aspecto teórico como também em relação à prática da orientação, além de ser conhecido como o pai da Orientação Vocacional (GIACAGLIA, 2003).
Parsons (1909) acreditava que o orientador deveria procurar identificar para cada orientando o que ele chamava de “lugar certo” no mundo das profissões, considerando suas características pessoais e as características de cada profissão. A distribuição dos cargos que anteriormente era feita por nascimento e posição social agora deveria ser feita de acordo com a capacidade e interesse do indivíduo. Para tal mensuração utilizava-se de testes psicológicos. (GIACAGLIA, 2003).
Com a 1ª Guerra Mundial, em 1917, amplia-se a demanda por orientação profissional para o recrutamento de novos membros para o exército e com isso o incentivo para surgimento de novos testes como os de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade. Com esses acontecimentos, podemos marcar o início da construção da teoria do traço e factor, de Parsons.
Os rumos da orientação profissional eram de concepção directiva; porém, por volta de 1940, com o surgimento da teoria de Carl Rogers centrada na pessoa, a orientação profissional passa a ter um novo rumo, dando lugar para o surgimento de novas teorias mais "subjectivas”.
Para uma certa vertente, a escolha é como manifestação de pulsões inconscientes, um processo desenvolvido durante toda a vida que sofre influências do campo familiar, escolar, social, económico; sendo que a pessoa constrói a sua escolha em contacto com a percepção da sua subjectividade juntamente com a realidade das profissões e contingências sócio-económicas, que mudam constantemente.
Em 1980, Celso Ferretti sugeriu um novo modelo de organização profissional, sendo o objectivo a reflexão sobre o próprio processo de escolha profissional e sobre o trabalho. Para esse autor, as escolhas são multideterminadas e com possibilidades relativas, sendo influenciada pela sociedade política e cultural.
Silvio Bock, em 2002, tomando como alicerce as críticas de Ferretti, nomeia uma nova abordagem, a sócio-histórica, da qual critica e separa-se das teorias e técnicas tradicionais no campo da orientação profissional, levantando questões sobre a liberdade e a igualdade de escolha do indivíduo, afirmando que a profissão é construída pela pessoa dentro de um processo social e cultural.
- Conceito de vocação, psicologia de orientação vocacional e escolha profissional
- Vocação
A vocação é a inclinação para uma actividade profissional ou artística definida. A psicologia actual admite uma verdadeira predestinação na escolha de um ofício em certos indivíduos. No entanto, esta vocação real pode ser desconhecida ou simplesmente irrealizável. Pode, então, criar perturbações psicológicas, devidas à insatisfação das aspirações profundas do sujeito.
- Psicologia de orientação vocacional
É uma área da psicologia que visa apoiar as pessoas (principalmente adolescentes) a conhecerem as suas capacidades e competências, os seus interesses, necessidades e expectativas, para poderem construir o seu projecto de vida.
- Escolha profissional
É um período da vida onde muitos jovens ou porque não dizer a maioria necessita de fazer uma escolha profissional. Essa escolha gera dúvidas que muitas vezes dificulta este processo. Nesta fase os jovens já têm certa bagagem de conhecimento que pode ajudá-lo nesta escolha, porém há muitos factores como: a escola, a família, a sociedade, a remuneração, entre outros, que neste momento permeiam a mente deste jovem. Certamente a família é a que mais implica nesta escolha, principalmente os pais e irmãos.
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