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COMISSÃO DE VERDADE

Por:   •  13/2/2018  •  1.704 Palavras (7 Páginas)  •  345 Visualizações

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relataram a dificuldade de construírem as suas próprias narrativas.

Revelam- -se hoje as continuidades de nosso passado ditatorial, em diferentes esferas: nas dificuldades enfrentadas por ex-presos e perseguidos políticos para superar as sequelas, físicas e psicológicas, causadas pela violência de Estado; no silenciamento imposto a milhares de pessoas atingidas pela repressão e que ainda temem contar suas histórias; na transmissão dos traumas entre gerações para os filhos e netos de militantes presos, mortos ou desaparecidos; e na repetição dos padrões de violação de direitos humanos nos tempos atuais. As sequelas da ditadura ficam ainda mais evidentes com a constatação de que grande parte da população desconhece o ocorrido no passado e com a crescente banalização das práticas violentas das forças policiais que continuam a ser emprega.

Conhecer os efeitos da ditadura que ainda perduram é etapa necessária para conseguirmos, enfim, romper com nosso passado ditatorial recente.

A forma como crianças e jovens foram afetados pelo terror de Estado. Muitos deles foram perseguidos e monitorados, cresceram dentro de prisões, presenciaram a detenção dos pais e assistiram a sessões de tortura2 . Quando não diretamente atingidos pela violência de Estado, os filhos, netos ou irmãos mais novos de militantes políticos foram indiretamente afetados pela atmosfera de insegurança, medo, vigilância e terror que rondava suas vidas. As histórias dessas crianças ficaram, contudo, encobertas durante muitos anos e constituem, hoje, uma das formas de expressão das continuidades da ditadura no presente.

O Rio de Janeiro tem vivido um novo ciclo de remoções forçadas, que afetam especialmente a população de baixa renda e moradora de favelas localizadas em áreas de interesse do mercado imobiliário. Este processo de reorganização da cidade é orientado por políticas públicas que se valem de argumentos como a revitalização de territórios, afastamento de áreas de risco e reutilização de locais relacionados ao “Projeto Olímpico”. As iniciais da Secretaria Municipal de Habitação (SMH), inscritas em spray nas casas a serem removidas, são hoje um símbolo da segregação urbana que vive a cidade do Rio de Janeiro.

O golpe de Estado de 1964 foi resultado de uma ação articulada entre setores das Forças Armadas e frações das classes dominantes. Durante as décadas de ditadura que se seguiram, houve aqueles que se beneficiaram e aqueles que foram submetidos à violência do Estado. Isto porque o golpe representou a tomada do Estado por setores conservadores e reacionários da sociedade brasileira (militares, grandes grupos midiáticos, empresários reunidos em torno do complexo IPES/IBAD e parcela da Igreja) que implantaram um projeto elitista e antidemocrático, contrário aos interesses do país.

A Comissão de verdade no Brasil veio despertar creio que em cada um de nós um olhar para o que o Brasil já viveu e o que estamos vivenciando agora, ou seja, a população brasileira, de 1946 a 1988 onde o país viveu um dos piores momentos da Ditadura Militar. No período da ditadura no Brasil, havia censura, perseguição e prisão. Podemos dizer que através da Comissão de verdade vimos mais claro a ditadura sem disfarces sendo os atos e fatos verdadeiros ou fictícios. Atos terroristas, torturas praticas usadas pelos oficiais e por uma política punitiva da qual não tínhamos noção.

Vemos que as perseguições se davam de uma forma tão natural como se fosse uma casa a bandidos perigosos, todos aqueles que se levantavam contra o regime, não precisavam nem pegar em armas eram considerados inimigos, e aos inimigos internos valia tudo, até desaparecer com os restos mortais.

Esse trabalho é muito difícil, porém importantíssimo para podermos, inclusive, refletir por que a lei é assim ainda hoje e em que momento tudo surgiu, o que nós estamos fazendo e qual o nosso saber sobre tudo isso. Observa-se a lei foi como mais um instrumento de controle social.

Profissionais fazendo esse tipo de trabalho, torturas psicológicas, tratamentos em ferimentos provocados, um verdadeiro terrorismo, e tudo isto visto como natural sem levar em consideração o humano, ao invés de progressos e avanços através do conhecimento, o medo de perder a profissão era mais forte que ter que se negar a pratica de tais atos, muitos viam isto como natural.

Acho que é importante debatermos mais, discutirmos e mostrarmos que aquilo que vivemos não está só lá, está aqui, hoje e aqui ainda vemos esta subjetividade que atravessa a sociedades através das divisões das classes das cotas nas faculdades que são explicitas sem lógica, o povo caminha em meio às discriminações. Acho importante trazermos isso para hoje.

Quem viveu aquele clima realmente pensa muito sobre a lei do país. As leis que apareceram durante esse período foram leis ditatoriais, vale pensar hoje como a lei está sendo criada e quem são os interessados em contribuir, para o bem geral ou para benefícios de uma parte da população o melhor seria que todos tivessem o interesse nestas leis que surgem em benefícios de tudo menos da sociedade que realmente precisa.

Naquela época própria ditadura criou sua legislação e hoje, me pergunto a que ponto está sendo controlada, em nossos estudos, de nossos filhos, as nossas faculdades, nossas profissões tudo que a sociedade depende para viver ou sobreviver, como naquela

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