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Classes Terapêuticas Medicamentosa

Por:   •  5/2/2018  •  12.535 Palavras (51 Páginas)  •  483 Visualizações

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Faz se necessário acrescentar que, quando algum medicamento é administrado juntamente com um alimento existe a possibilidade de alterações na farmacodinâmica ou na farmacocinética da droga ou do nutriente, alterando o estado nutricional ou a resposta terapêutica, sendo então definida a interação fármaco-nutriente. Existem poucos estudos a respeito dessas interações e devido aos estudos de biodisponibilidade dos medicamentos serem realizados em indivíduos em jejum por exigência dos órgãos sanitários, a interação dos nutrientes e a biodisponibilidade dos fármacos são de difícil conhecimento, com isso, muitas vezes interações acontecem e não são percebidas.

O fato de a administração oral ser preferida e consequentemente a mais utilizada na prática clínica por comodidade e segurança, as interações droga-nutriente são facilitadas. Dentre todos os fármacos disponíveis, os antimicrobianos, administrados em sua maioria por via oral, se destacam pela frequência de utilização e uso incorreto, e por isso terão enfoque neste trabalho cujo objetivo é fornecer informações referenciadas nos auxiliem na orientação correta quanto ao uso destes medicamentos associados a alimentos.

Os nutrientes podem interferir na absorção do fármaco por meio da modificação do pH do conteúdo intestinal, velocidade do esvaziamento gástrico, aumento da atividade peristáltica do intestino, competição pelos sítios de absorção, fluxo sanguíneo esplâncnico ou ligação direta do fármaco com componentes dos alimentos (complexação) (MOURA; REYES, 2002)

Na sequência será apresentado as outras classes acima citadas, bem como seus mecanismos de ação, indicação terapêuticas, contra indicação e interação medicamentosa.

2-1 ANTIBIÓTICOS

Os antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados como bactericidas, quando causam a morte da bactéria, ou bacteriostáticos, quando promovem a inibição do crescimento microbiano. O uso de antibióticos prejudica a flora intestinal, podendo causar diarreia. Infecções causadas por bactérias GRAM positivas são mais comuns no sistema respiratório e as causadas por GRAM negativas, no sistema urinário.

Os antibióticos de origem natural e seus derivados semissintéticos compreendem a maioria dos antibióticos em uso clínico e podem ser classificados em β-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapeninas, oxapeninas e monobactamas), tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolídeos, peptídicos cíclicos (glicopeptídeos, lipodepsipeptídeos), estreptograminas, entre outros (lincosamidas, cloranfenicol, rifamicinas etc). Os antibióticos de origem sintética são classificados em sulfonamidas, quinolonas e oxazolidinonas.

Cefalosporinas: são antibióticos b-lactâmicos que apresentam as mesmas características estruturais das penicilinas. Possuem a mesma estrutura b-lactama-diidrotiazínica. Os antibióticos do grupo das cefalosporinas são classificados por geração: cefalosporinas da primeira geração têm atividade contra gram-positivos e pouca atividade contra gram-negativos, cefalosporinas de segunda geração têm atividade melhor contra gram-negativos e algumas cefalosporinas têm atividade anti anaeróbica, cefalosporinas da terceira geração apresentam menor atividade contra gram-positivos, porém com maior atividade contra Enterobacreriacae, e cefalosporinas da quarta geração têm um espectro de atividade semelhante ao da terceira geração, mas com maior estabilidade à hidrólise por b-lactamases. Exemplo de um antibióticos celalosporinas são a Cefalotina, Cefazolina, Cefitriaxona, dentre outros. Interação medicamentosa: Para Fonseca (1994) e Evangelista (2002) a administração das cefalosporinas deve ser realizada preferencialmente longe das refeições já que o alimento retarda a sua absorção.

Carbapeninas: possui ação inibidora da síntese da parede celular bacteriana e é bactericida contra um amplo espectro de patógenos - Gram-positivos e Gram-negativos aeróbios e anaeróbios. Espectro de ação: Cocos gram-positivos em geral, excluindo estafilococos oxacilina-resistentes e a maioria dos enterococos; bacilos gram-negativos em geral, excluindo Acinetobacter, H. influenzae, Stenotrophomonas e Pseudomonas, anaeróbios em geral. Principais usos: Infecções graves por germes multirresistentes, especialmente gram-negativos produtores de β-lactamases.

Atualmente, existem duas novas classes de antibióticos b-lactâmicos: carbapenem e cefapenem. Este grupo contém um grupamento metileno no lugar do átomo de enxofre no quinto anel tiazolidínico da penicilina. O primeiro membro desta classe é o imipenem, produzido por Streptomyces cattleya, um análogo da tienamicina. A ação é o mesmo descrito para os antibióticos b-lactâmicos. É possível acrescentar também o Carbacefem. Este se difere por contém um grupo metileno no lugar do enxofre no sexto membro do anel diidrotiazínico da cefalosporina. O representante desta classe é o loracarbef. O loracarbef é o primeiro antibiótico b-lactâmico semi-sintético da classe carbacefem. É um análogo do cefaclor, ação é a mesma descrito para os antibióticos b-lactâmicos.

Aminoglicosídeos: Ação bactericida altera a síntese protéica. Espectro de ação: Pseudomonas spp., Escherichia coli, Proteus spp. Providencia spp., KlebsiellaEnterobacter-Serratia spp., Acinetobacter spp. (anteriormente MimaHerellea) e Citrobacter freundii, Streptococcus pyogenes, enterococos, Streptococcus pneumoniae e estafilococos produtores ou não de penicilinase. Principais usos: Infecções por microorganismos resistentes a outros aminoglicosídeos. Tratamento de infecções por N. asteróides e micobacterioses (em associação a outras drogas). Interações: No uso associado à β-lactâmicos, há sinergismo contra Enterococus spp. Furosemida potencializa os efeitos ototóxicos. Anfoterecina B, cefalotina, vancomicina, antiinflamatórios não esteróides, ciclosporinas, enflurano e metoxiflurano aumentam a nefrotoxicidade. Aumento de nefrotoxicidade e de ototoxicidade quando usada com cisplatina. Sulfato de magnésio como outros bloqueadores neuromusculares, pode levar a aumento do risco de apnéia ou de paralisia respiratória. Exemplos de antibióticos aminoglicosídeos: Gentamicina, Neomicina + Bactracina, dentre outros.

Classe Glicopeptídeos: Exemplo Vancomicina, Ação: Inibição de síntese protéica Espectro de ação: Cocos gram-positivos (Streptococcus sp, Staphylococcus sp e Enterococcus sp. Boa atividade contra Clostridium difficile, Listeria monocytogenes e Corynobacterium jeikeium. Ativa contra

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