A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO
Por: Hugo.bassi • 20/12/2017 • 2.198 Palavras (9 Páginas) • 487 Visualizações
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Figura 2- ciclo evolutivo Anisakis sp.
[pic 3]
Fonte: CDC-2008
1.3-ANISAQUÍASE
Anisaquíase é uma importante infecção transmitida por peixes e causada por larvas de terceiro estágio (L3) de nematódeos da família Anisakidae. As duas espécies mais envolvidas na infecção humana são o Anisakis simplex e Pseudoterranova decipiens. (Maciel, 2008)
A infecção humana resulta do consumo de peixe cru, insuficientemente cozido, congelado, salgado ou defumado contendo larvas infectantes vivas do nematódeo, a ingestão de pescado infectado por anisakídeos, mesmo após cocção adequada, pode resultar em reações alérgicas de grau variável, descritas em pacientes hipersensíveis. (Maciel, 2008)
A resposta imunológica é desencadeada pelo potencial antigênico das partículas 22 parasitárias existentes no pescado mesmo após a cocção o que justifica a necessidade de inspeção prévia do pescado quando destinado ao consumo humano (Maciel, 2008).
1.4-SINAIS CLÍNICOS
A enfermidade no homem pode se apresentar de duas maneiras distintas: a forma aguda, resultante do efeito local do parasita sobre a parede do tubo digestivo; e a forma alérgica, devido à hipersensibilidade imediata, mediada por IgE. (Bataier, 2009)
A primeira geralmente ocorre com a presença de uma única larva no trato digestivo, provocando fenômenos irritativos locais com sintomas como náuseas, vômitos e dor epigástrica que pode ser confundida com apendicite, úlcera, peritonite e enfermidade de Crohn (Bataier, 2009).
Os sintomas ocorrem entre duas horas após a ingestão do pescado contaminado até as duas primeiras semanas da infecção. Com a evolução do quadro pode haver hemorragia gástrica, perda de peso ou obstrução intestinal, sugerindo tumor, porém a maioria dos casos relatados é aguda (Rodrigues, 2010).
A forma alérgica é provocada por antígenos do parasita, ocasionando quadros que podem variar de uma simples urticária a um angiodema, incluindo choque anafilático. (Bataier, 2009)
1.5-DIAGNÓSTICO
O diagnóstico pode ser realizado através de endoscopia, no qual o parasita pode ser removido. Em outros casos o diagnóstico é mediante por achado de lesões granulomatosas com a presença do parasita. Ou ainda, quando o paciente tosse o parasita, assim a doença pode ser diagnosticada pelo exame morfológico do nematódeo (Maciel, 2008).
1.6-TRATAMENTO
Os casos severos de anisaquíase são extremamente dolorosos e requerem intervenção cirúrgica. A remoção física do parasita é o único método conhecido para reduzir a dor e eliminar a causa. Não há tratamento farmacológico capaz de combater o parasita. (Bataier, 2009)
1.7- EPIDEMIOLOGIA
No Brasil não há casos notificados, embora existam estudos relatando a existência de peixes contaminados com parasitas da família Anisakidae, ciclo endêmico mais disseminado em geral é reconhecido como sendo entre focas e bacalhau, motivo pelo qual, em algumas comunidades de pesca, há uma pressão para a redução de populações de focas, para diminuir a perda econômica resultante da rejeição de peixe à inspeção (Rodrigues, 2010).
A maioria dos casos de infecção humana por parasitas da família Anisakidae têm sido descritas de Japão. De fato, 96% dos casos reportados de diferentes países ao redor do mundo foram registrados no Japão até 1990 (Rodrigues, 2010).
1.8-CONTROLE E PROFILAXIA
As medidas de controle são importantes para o pescado que será consumido cru, parcialmente cozido, salgado e defumado, o exame dos peixes em uma bancada iluminada é utilizado por processadores comerciais para reduzir o número de parasitas em determinados peixes de carne branca, frequentemente infectada. Este método não é totalmente eficaz, nem é muito adequado para remover a maioria dos nematódeos dos peixes com a carne pigmentada. (Rodrigues, 2010)
Temperaturas altas ou baixas ou altas concentrações de sal podem ser usadas para destruir ou inativar nematódeos em peixes. Em contraste, condições ácidas não afetam os nematódeos. (Bataier, 2009)
Como medidas de segurança alimentar recomendam-se a cocção a 60°C por 10 minutos ou o congelamento, a 20 °C por 7 dias, para a inativação dos parasitas, a evisceração dos peixes logo após a pesca evita a penetração das larvas dos mesentérios para os músculos. (Bataier, 2009)
2.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Realizando a analise detalhada dos fatos relatados no estudo de caso do Sr. João, acrescidas as informações da pesquisa realizada sobre a Anisaquíase, e possível destacar algumas características do caso que demonstram que o medico ágil de forma adequada e realizou o diagnostico correto.
Inicialmente vemos que seu João e uma pessoa simples do interior, pescador, que provavelmente depois de um dia de trabalho, tem por abito levar algum peixe para refeição da família, que ele próprio escolhe.
Porem mesmo trabalhando há muito tempo com o pescado seu João desconhece os métodos de preservação de alimentos , assim como não sabe da incidência de doenças como anisaquíase, onde o peixe já pode estar contaminado, e associado ao preparado de forma inadequada, leva ao desenvolvimento da doença.
Nota-se que os primeiros sintomas relatados por ele também são característicos da doença, o que deve ter chamado ainda mais a atenção do medico que após lhe questionar sobre sua rotina, lhe indicou alguns exames para confirmação do caso.
E importante que seu João seja conscientizado pela equipe de saúde, ele precisa saber a forma de contagio e principalmente os métodos de prevenção, evitando assim a reincidência da doença, assim como os cuidados que necessários ao tratamento evitando assim o agravo da doença.
Portanto a notificação do caso deve ser imediata, devendo-se informar aos órgãos competentes a confirmação da doença, para que possam tomar as devidas providencias, visando o controle e o esclarecimento a população, através de medidas educativas sobre a doença.
CONCLUSÃO
Anisakis simplex e Pseudoterranova decipiens são de grande importância em saúde pública por causarem a anisaquíase, após a ingestão de pescado cru,
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