Saneantes - Vigilância Sanitaria

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O paciente iniciará tratamento quimioterápico que atua na destruição de células cancerígenas, bloqueando funções essenciais destas, por ser um tratamento sistêmico, todos os tecidos podem sofrer danos, embora em graus diferentes. Este tratamento pode causar desconforto no sistema digestório como náuseas, diarreia, constipação, vômitos, estomatite, entre outras reações que podem diminuir a ingesta de alimentos e agravar o quadro nutricional deste paciente.

A terapia nutricional para estes casos seria a Terapia Nutricional Enteral (TNE), que é indicado, principalmente, para pacientes que não conseguem suprir suas necessidades nutricionais pela via oral, isto pode ocorrer por diversos fatores, neste em caso em particular, são as sequelas do carcinoma e da cirurgia realizada no esôfago, um dos órgãos que compõem o trato gastrointestinal superior, como comentado anteriormente. Porém mesmo diante destas sequelas o trato gastrointestinal continua funcionante.

A nutrição enteral é definida pela RDC nº 63 de 06 de Julho de 2000 da ANVISA como:

“[...] alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sonda via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou completar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.”

Com o suporte enteral os nutrientes podem ser administrados lentamente e de forma contínua, permitindo que o organismo possua maior período de absorção.

A via de acesso será por sonda nasogastrica que terá sua introdução nasal e término no estomago, é recomendado à pacientes que necessitam da terapia por período curto. A nasogastrica tem como vantagens maior tolerância às dietas variadas, boa aceitação de fórmulas concentradas de nutrientes, permite maiores volumes de dieta em menos tempo, é de baixo custo e de fácil colocação e posicionamento. As desvantagens é o alto risco de aspiração da dieta em paciente com dificuldades de deglutição e possíveis tosses, náuseas e vômitos podem ocasionar a saída da sonda.

A administração deve ser realizada em bolo com a injeção de dieta na sonda sendo sucedida por uma injeção de água potável (cerca de 20-30ml) para a limpeza e prevenção de possíveis contaminações. Esta forma de administração é fisiologicamente semelhante com à alimentação normal por manter a rotina da atividade do trato gastrointestinal, além de ser mais simples e evita complicações como diarréria, distensão abdominal, entre outras. Na administração da dieta o paciente deve permanecer sentado ou reclinado em 45º para que não haja aspiração.

A dieta deve ser rica em proteína que desempenharão função construtora, formando músculos, hormônios, anticorpos, enzimas e fornecimento de energia, deve ser acrescido com mix de vitaminas antioxidantes como a vitamina E, C, selênio e zinco, que são capazes de proteger as células sadias do organismo contra a ação oxidante.

É de responsabilidade do enfermeiro a orientação à família, paciente e colaboradores sobre os cuidados com a sonda e administração de nutrientes, é importante explicar e orientar sobre a importância e a necessidade do procedimento terapêutico. Faz parte da competência da enfermagem as anotações sobre o procedimento e as evoluções do quadro nutricional do paciente, assim como a realização das avaliações para a verificação de possíveis ganhos, perdas e/ou necessidades de outra abordagem nutricional.

- Considerações finais

O acompanhamento nutricional correta e eficaz é responsável por assegurar uma adequada ingestão alimentar, de acordo com as necessidades nutricionais do paciente. A nutrição se faz presente no ambiente hospitalar de forma positiva, para que haja uma melhora no quadro nutricional do paciente, que em casos de câncer são prejudicados e impede que o individuo melhore.

O enfermeiro como parte de uma equipe multiprofissional deve empenhar-se em auxiliar a prevenção de desnutrição, identificar precocemente os sinais físicos da desnutrição, avaliar se houve aceitação da dieta, auxiliar no tratamento da desnutrição juntamente com o médico e o nutricionista, transmite informações sobre a importância da nutrição para a equipe, pacientes e familiares. Portanto, enfermeiro tem como obrigação possuir conhecimento sobre este tema, pois a alimentação correta interfere positivamente nos tratamentos, recuperação e prevenção de futuras patologias.

- Referências Bibliográficas

- SHIBAO, Julianna. - Nutrição Aplicada à Enfermagem: Introdução à Nutrição:

Conceitos Básicos, Leis da Alimentação e Pirâmide Alimentar. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.

- SHIBAO, Julianna. - Nutrição aplicada à enfermagem: Composição dos Alimentos: macronutrientes, micronutrientes e deficiências nutricionais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.

- SHIBAO, Julianna. - Nutrição Aplicada à Enfermagem: Triagem de Risco Nutricional. Caderno