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Projeto terapêutico singular

Por:   •  17/3/2018  •  3.807 Palavras (16 Páginas)  •  1.048 Visualizações

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Essas ferramentas podem ser aplicadas, através de condutas terapêuticas que se articulam entre si e do trabalho interdisciplinar, trabalhando na individualidade do sujeito, na coletividade, envolvendo também a família, assim como a equipe multiprofissional durante este processo. “O projeto terapêutico incorpora a noção interdisciplinar que recolhe a contribuição de várias especialidades e de distintas profissões” (PINTO, et al, 2011, p.494).

A terapêutica indicada pelo PTS não se restringe somente a fármacos e a visão biologista, buscando, portanto, a singularidade (a diferença) como fator principal, valorizando assim, o poder da escuta, da palavra, da educação em saúde e do apoio psicossocial, permitindo o envolvimento da família, com a valorização de sua história, cultura e vida cotidiana.

O modelo de atenção psicossocial tem como características a valorização do saber e das opiniões dos usuários/famílias na construção do projeto terapêutico. (PINTO et al, 2011, p. 494). Tais atributos contribuem para a ampliação dos recursos terapêuticos e disponibilizam uma melhor atenção psicossocial por parte da equipe multidisciplinar.

O Ministério da Saúde (2008, p. 41) afirma que existem quatro etapas para o desenvolvimento do PTS, sendo estas: diagnóstico, definição de metas, divisão de responsabilidades e reavaliação. Em contrapartida, segundo a Resolução COFEN 358/2009, Art, 2º, o processo de enfermagem organiza-se em cinco etapas: histórico de enfermagem, diagnósticos de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação. Assim, enquanto o processo de enfermagem possui cinco etapas, o PTS possui apenas quatro, visto que seu primeiro item (diagnóstico) abrange as duas primeiras etapas do processo de enfermagem, ou seja, o histórico e os diagnósticos. É importante ressaltar que o PTS não é uma tarefa exclusiva da equipe de enfermagem, podendo ser elaborado por qualquer profissional da saúde do CAPS, visto que a etapa de implementação do projeto deve abranger toda a equipe da unidade atuando em suas respectivas tarefas.

1.1 OBJETIVOS

A partir disso, os seguintes objetivos foram traçados:

•Identificar as demandas psicossociais de um usuário de um CAPSad III;

•Descrever a história atual e pregressa do usuário;

•Elaborar intervenções terapêuticas de acordo com as necessidades observadas.

- METODOLOGIA

O estudo foi realizado através da coleta de dados durante as segundas de 8h às 17h e terças-feiras de 8h às 12h, uma vez que eram os dias nos quais cumpria carga horária em estágio supervisionado no CAPSad III em questão. A coleta de dados iniciou-se em abril e teve término em maio de 2016. Esta se deu através da consulta ao prontuário físico e entrevista psiquiátrica.

O objeto de estudo foi um usuário acolhido no CAPSad III, o qual foi submetido a um exame psíquico e a uma entrevista psiquiátrica por parte da acadêmica de enfermagem. A entrevista constou de perguntas acerca da história patológica pregressa, histórico familiar, motivo de internação, história da doença atual, queixa principal e história pessoal. No exame psíquico, por sua vez, foram observados impressão geral e funções psíquicas do usuário. Após esse processo, os dados obtidos foram comparados com o prontuário do sujeito em questão.

A elaboração do PTS foi baseada na Cartilha da PNH sobre Clínica Ampliada, Equipe de Referência e Projeto Singular Terapêutico expedida pelo Ministério da Saúde em 2008. Além disso, foi assegurado ao usuário privacidade e confidencialidade das informações coletadas.

- HISTÓRICO E COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados através da análise do prontuário e entrevista psiquiátrica com o usuário.

3.1 IDENTIFICAÇÃO

O usuário escolhido para o desenvolvimento foi T.B., sexo masculino, de 51 anos, natural do Rio de Janeiro, solteiro, desempregado e com ensino médio completo. Foi atendido pela primeira vez em um CAPSad III do Rio de Janeiro no dia 25 de abril de 2016.

3. 2 DIAGNÓSTICO MÉDICO

Atualmente possui o diagnóstico médico de Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool (F10) e Transtorno de personalidade com instabilidade emocional (F60.3).

3.3 MEDICAÇÕES

Quadro 1: Medicações Utilizadas pelo usuário.

MEDICAÇÕES

Clorpromazina 100mg

Clonazepam 2mg

Fluoxetina 20mg

Carbamazepina 200mg

Loasartana 50mg

Hidroclorotiazida 25 mg

Atenolol 50 mg

Glibencamida 5mg

Cloridrato de metformina 50mg

Levotiroxina sódica 88mg

3.4 CRIAÇÃO DO VÍNCULO

A aproximação com o usuário ocorreu através de atendimentos particulares e semanais. Ocorreu um total de três encontros; em todos eles a mãe o acompanhava, porém T.B. era atendido primeiramente sozinho e depois chamávamos a mãe. O primeiro encontro foi o mais significativo, onde aconteceu o atendimento de primeira vez e ele falou abertamente sobre toda sua trajetória até o CAPS. Nesse dia, T.B. encontrava-se angustiado, mas comunicativo e determinado a encontrar uma solução rápida para mudar seu estilo de vida e resolver seus problemas. No segundo encontro, estava com o rosto edemaciado após queda de própria altura decorrente ao uso de álcool, foi menos comunicativo e demonstrou estar entristecido e desanimado com o tratamento. Após o segundo encontro, participou de grupos de Redução de danos. No terceiro encontro, se mostrou arredio, irritado e insatisfeito com os serviços pois gostaria de resultados imediatos; relatou não gostar de participar de grupos como o de redução de danos, porém participou ativamente do grupo terapêutico logo após este encontro.

3.5 ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA

Entrevista

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