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MÉTODOS DE AQUECIMENTO NA PREVENÇÃO DE HIPOTERMIA NO INTRAOPERATÓRIO DE CIRURGIA ABDOMINAL ELETIVA GOIÂNIA – GOIÁS

Por:   •  7/2/2018  •  2.588 Palavras (11 Páginas)  •  439 Visualizações

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2 - MÉTODOS

Trata-se de um estudo com delineamento quantitativo não experimental, prospectivo, tipo exploratório e descritivo. O estudo foi realizado no período de agosto a novembro de 2013, no centro cirúrgico de um hospital público de ensino, referência em cirurgias complexas de médio e grande porte, situado na região sul do Brasil. O artigo em questão é um recorte da dissertação de mestrado intitulada: "Avaliação da hipotermia não planejada no transoperatório de cirurgias eletivas abdominais", do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina. A população do estudo foi constituída por 263 pacientes submetidos à cirurgia abdominal eletiva com exposição visceral. A amostra foi constituída de 63 pacientes que atenderam os critérios de inclusão. O tamanho amostral foi determinado se utilizando nível de significância de 5% e poder de teste de 90%, tendo como base o desvio padrão de pesquisas anteriores. A amostragem foi do tipo não probabilística sequencial. Os critérios de inclusão empregados para definir a amostra foram: idade entre 18 a 59 anos; de ambos os sexos; tempo cirúrgico mínimo de 120 minutos; índice de Massa Corporal (IMC) igual ou inferior a 35 kg/m2 ; e, classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA) I, II, e III. Foram excluídos 200 pacientes devido: à idade superior a 60 anos (88), e à obesidade mórbida (110) e ASA IV (2). Em relação ao IMC, utilizou-se a classificação da OMS17: Obesidade I (30 a 34,99 kg/m2 ; Obesidade II, considerada severa (35 a 39,99 kg/m2 ; e, Obesidade Mórbida (IMC ↑ 40 kg/m2 . Esse dado foi coletado do registro feito pelo anestesista no prontuário do paciente. Para o recrutamento dos sujeitos foi verificada diariamente a relação dos pacientes que seriam submetidos, no dia seguinte, à cirurgia abdominal eletiva e com exposição visceral. Os pacientes receberam a visita de uma das pesquisadoras na unidade de internação que coletou informações sobre as comorbidades e realizou a avaliação física do sujeito, a fim de garantir a sua participação, respeitando-se os critérios de inclusão. Todos os dados foram registrados em instrumento próprio. No dia da cirurgia, os pacientes foram recebidos pela mesma pesquisadora que os acompanhou durante o período de cirurgia e coletou todos os dados do estudo. Para o alcance do objetivo proposto se elaborou um instrumento, o qual foi submetido à validação aparente (clareza/ compreensão) e de conteúdo (relevância) por três experts: um enfermeiro, um anestesista e um cirurgião. Os mesmos sugeriram acrescentar medicações anestésicas usadas, diagnóstico de enfermagem e a temperatura da sala de recuperação, porém estas não foram acatadas por não estarem relacionadas aos objetivos do estudo. Sequencialmente, realizou-se um pré-teste com cinco pacientes que não compuseram a amostra, e não houve necessidade de adequações do instrumento elaborado. O instrumento contemplou dados relacionados ao paciente, ao procedimento anestésico e cirúrgico, à sala cirúrgica e à implementação de métodos de aquecimento. Os dados relacionados às características dos participantes foram extraídos do prontuário e os demais dados, durante a observação do procedimento cirúrgico. A mensuração da temperatura timpânica dos pacientes assim como a temperatura e umidade da sala cirúrgica foram realizadas com intervalo de 15 e de 30 minutos na primeira e na segunda hora, respectivamente. No período de 120 minutos se efetuaram, em cada paciente, seis aferições da temperatura timpânica, com intervalo de 15 e de 30 minutos na primeira e na segunda hora. Essas medidas foram antecedidas por duas outras mensurações, na chegada à sala cirúrgica (tempo zero) e logo após a indução anestésica. A temperatura foi aferida sempre com o mesmo termômetro timpânico da marca Adtemp® TM 421. A verificação da temperatura e umidade das salas cirúrgicas foi através do termohigrômetro, marca More Fitness®, posicionado junto à parede a uma distância de 130 cm do paciente. Para a classificação da hipotermia, utilizaram-se os parâmetros empregados pela literatura2: hipotermia leve, temperatura entre 35°C a 35,9°C; hipotermia moderada, entre 34°C a 34,9°C; e, hipotermia grave, ≤ a 33,9°C. Os dados foram organizados em um banco de dados do programa Microsoft Office Excel versão 15.0.44 (2013) e analisados com a estatística descritiva simples por meio do software SEstatNet18. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Santa Catarina, (Parecer nº 374.659/2013), atendendo a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde19. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado pelos sujeitos da pesquisa

CONCLUSÃO

Reportando-se aos objetivos do estudo, o centro cirúrgico em que foi realizada a pesquisa adota três medidas de aquecimento ativo, sendo a irrigação com fluido aquecido praticada em todos os pacientes. Como método passivo também foram identificadas três medidas de aquecimento, destacando-se a manutenção do sistema de refrigeração desligado até o início da cirurgia, embora não tenha sido empregada na totalidade dos sujeitos. Constatou-se que houve queda gradual da temperatura no intraoperatório, principalmente na primeira hora do procedimento cirúrgico, mesmo com a utilização de dispositivos de aquecimento ativo associado ao passivo. Pode-se inferir que não houve ocorrência de hipotermia grave, ou seja, menor ou igual a 33,9°C, devido aos métodos de aquecimento empregados nos 63 pacientes que participaram do estudo. Apesar dos resultados positivos em relação à prevenção da hipotermia, especialmente moderada e grave, com a implementação dos métodos de aquecimento identificados na pesquisa, verificou-se que a utilização desses ainda é bastante empírica, uma vez que não há uma padronização das práticas. Além disso, existem métodos atuais mais eficientes que poderiam ser utilizados nos serviços de saúde. Nesse sentido, considera-se importante que os gestores e a equipe cirúrgica, em especial os profissionais de enfermagem, conheçam essas tecnologias e seus benefícios, a fim de incorporá-las nas instituições e garantir a segurança do paciente. Sugere-se realizar novos estudos para analisar a associação dos métodos de aquecimento com as variáveis de caracterização dos pacientes, das condições da sala cirúrgica e da temperatura dos fluidos aquecidos e a variação da temperatura apresentada pelos participantes.

REFERÊNCIAS

- Reales-Osorio RJ, Palomino-Romero R, Ramos-Clason EC, Pulgarín-Díaz JI, Guette-Viana A. Prevención de hipotermia

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