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Eventos vitais e níveis de prevenção

Por:   •  29/11/2017  •  2.243 Palavras (9 Páginas)  •  494 Visualizações

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A promoção da saúde aparece como prevenção primária, confundindo-se com a prevenção referente à proteção específica (vacinação, por exemplo). Corresponde a medidas gerais, educativas, que objetivam melhorar a resistência e o bem-estar geral dos indivíduos (comportamentos alimentares, exercício físico e repouso, contenção de estresse, não ingestão de drogas ou de tabaco), para que resistam às agressões dos agentes. Também diz respeito a ações de orientação para cuidados com o ambiente, para que esse não favoreça o desenvolvimento de agentes etiológicos (comportamentos higiênicos relacionados à habitação e aos entornos). (DEMARZO, 2010)

Já a proteção especifica aplica-se medidas dirigidas a determinado agravo a saúde com o objetivo de interceptar suas causas antes mesmo que as mesmas atinjam o indivíduo. Exemplo: Imunização: vacina; Quimioprofilaxia: é a prevenção de patologias por meio do uso de medicamentos; Proteção contra acidentes: ex: cinto de segurança; Controle de Vetores: ex: acúmulo de água parada (dengue);Aconselhamento Genético: ex: mulheres acima de 40 anos tendo filhos, relações entre familiares : primos.

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

A prevenção secundária, de acordo com Rouquayrol (2003),é realizado no individuo ,sob a ação do agente patogênico, ao nível do estado de doença, e inclui: diagnóstico ,tratamento precoce e a limitação da invalidez. Engloba estratégias populacionais para detecção precoce de doenças, como por exemplo, o rastreamento de câncer de colo uterino. Também contempla ações com indivíduos doentes ou acidentados com diagnósticos confirmados, para que se curem ou mantenham-se funcionalmente sadios, evitando complicações e mortes prematuras. Isto se dá por meio de práticas clínicas preventivas e de educação em saúde, objetivando a adoção/mudança de comportamentos (alimentares, atividades físicas etc.) O diagnostico precoce permite o início imediato do tratamento e evita, muitas vezes, o agravamento da enfermidade. "Prevenção secundária significa prevenção da evolução das enfermidades através da execução de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos." (DIAS, 2002) O tratamento igualmente precoce permite a cura ou o estacionamento do processo evolutivo da doença, a fim de evitar complicações ou sequelas. A limitação da invalidez visa de meios para limitar a invalidez e evitar a morte do individuo, para o sucesso desta limitação de invalidez é necessário que o tratamento seja adequado para a rotina e a patologia do individuo.

PREVENÇÃO TERCIÁRIA

No que tange a prevenção terciária, Rouquayrol(2003) descreve que consiste na prevenção da incapacidade através de medidas destinadas a reabilitação. Fazem parte dessas medidas a fisioterapia, fisiatria, cuidados de enfermagem, a terapia ocupacional e a colocação de próteses, por exemplo. Lida com a recuperação funcional de sequelas, que muitas vezes são irreversíveis. Assim,é o processo de reeducação e readaptação de pessoas.Portanto ,para o MS(2001),a prevenção terciária tem por finalidade prevenir e retardar o desenvolvimento de complicações agudas e crônicas e também evitar mortes precoces. Nesta fase, faz-se também necessária atuação visando reabilitar os indivíduos acometidos pelas complicações.

A promoção da saúde deve ser realizada em todos os níveis de cuidado aos clientes seja no caso de pessoas com antecedente familiar ou clientes com alguma patologia instalada com ou sem agravo. O foco principal do profissional deve ser a prevenção primária devido a magnitude da patologia na sociedade mundial e a susceptibilidade das pessoas devido ao estilo de vida nocivo a saúde . (SILVA; LIMA, 2006)

Enfim, as medidas preventivas à disposição do individuo são inúmeras, e muitas delas devem ser incorporadas ao estilo ou hábito de vida porque certamente contribuem para a manutenção e qualidade de vida. A sociedade cabe a prevenção ao nível das estruturas. Às organizações políticas, às organizações civis não estatais cabe a ação preventiva mais abrangente de remover estruturas arcaicas impeditivas de se promover a saúde em todos os níveis.

PREVENÇÃO QUATERNÁRIA

As ações em saúde, tanto preventivas quanto curativas, têm sido consideradas, em algumas situações, excessivas e agressivas, tornando-se também um fator de risco para a enfermidade e a doença. Por essa razão, em 1995, Jamoulle e Roland propuseram o conceito de Prevenção Quaternária (Prevenção da Iatrogenia) (ALMEIDA, 2005), aceito pelo Comitê Internacional da Organização Mundial dos Médicos de Família (WONCA) em 1999. Esse novo nível de prevenção pressupõe ações clínicas centradas na pessoa, e pautadas na epidemiologia clínica e na saúde baseada em evidências, visando melhorar a qualidade da prática em saúde, bem como a racionalidade econômica. Portanto, as ações devem ser cultural e cientificamente aceitáveis, necessárias e justificadas, prezando pelo máximo de qualidade da atenção com o mínimo de quantidade/intervenção possível. Outro objetivo da prevenção quaternária é construir a autonomia dos usuários e pacientes por meio de informações necessárias e suficientes para poderem tomar suas próprias decisões, sem falsas expectativas, conhecendo as vantagens e os inconvenientes dos métodos diagnósticos, preventivos ou terapêuticos propostos. Em suma, consiste na construção da autonomia dos sujeitos e na detecção de indivíduos em risco de sobre tratamento ou excesso de prevenção, para protegê-los de intervenções profissionais inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis (ALMEIDA, 2005).

Existem frequentemente excessos de medidas preventivas e diagnósticas em assintomáticos e doentes, tanto em adultos como crianças. Nem todas as intervenções médicas beneficiam as pessoas da mesma forma, e, quando excessivas ou desnecessárias, podem prejudicá-las. Não se pode esquecer o potencial de dano das intervenções: cuidados tanto curativos quanto preventivos, se excessivos, comportam-se como um fator de risco para saúde. Além disso, quando se está promovendo as drogas como medida de prevenção (uma tendência recente notável) e o número de pacientes atingidos é muito grande, essa expansão da exposição às drogas pode causar importantes danos. (NORMAN; TESSER, 2009)

A prevenção quaternária obriga a resistir aos modismos (consensos, protocolos e guias sem fundamento científico), à corporação profissional-tecnológico-farmacêutica e inclusive à opinião pública. Implica, além disso,

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