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As tranformacoes no cuidado do paciente em transtorno mental

Por:   •  25/4/2018  •  3.490 Palavras (14 Páginas)  •  546 Visualizações

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1 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica a partir de livros, artigos científicos. Revisão teórica sobre a reforma psiquiátrica e as transformações, juntamente com a família e a sociedade moderna.

2. A loucura na antiguidade e na Idade Média

Na antiguidade, há cerca de 2.500 anos na Grécia, existiam apenas alusões à loucura como comportamentos estranhos, ou seja, a loucura era considerada, de um modo geral, uma manifestação dos deuses (manifestação divina) (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

Coexistindo com essa visão, na Grécia antiga, Aristófanes acreditava que a doença mental pudesse ter características específicas e uma causa definida. Ele justificava o pensamento da época, que atribuía à doença mental uma manifestação divina, à peculiaridade da doença que causava assombro aos demais. Por pensar na doença mental como orgânica Aristófanes defendia uma intervenção a base de banhos, purgativos e de alimentação especial (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

A compreensão de Saúde Mental tem passado por diversas fases dentro da história. Em épocas passadas, as doenças eram explicadas como resultantes da ação sobrenatural; a partir de 600 a.C., os filósofos gregos trouxeram a idéia organicista da loucura e até o começo da Idade Média o tratamento dispensado era de apoio e conforto aos doentes mentais ((SOUZA, 2007).

Ainda na Idade Média, os conceitos de louco, em razão da ignorância da época e do fervor religioso, tinham definições parecidas. Os que infringiam os mandamentos da lei de Deus e os doentes mentais propriamente ditos estavam na mesma situação diante os religiosos. Os pecadores ainda tinham maiores chances de serem salvos. Religião e doença mental, portanto, faziam parte do mesmo grupo. Para a época, todo pecador era também um demente (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

Se o doente não apresentava sinais de violência, ele vivia normalmente com a família, integrando-se a ela e à sociedade, pois sua doença era mandada por Deus, e todos dependiam de suas graças. Porem se não tivesse quem cuidasse dele, o mesmo era enviado para um asilo. Para as pessoas saudáveis, ajudar um louco propiciava-lhes uma boa ação aos olhos de Deus, pois as boas obras contribuíam para a salvação da alma. Os loucos eram, portanto, necessários, pois ofereciam às pessoas uma oportunidade de, com suas boas ações, ganharem o reino dos céus (VASCONCELOS, ROSA, 2003).

2.2 A Idade Moderna: da loucura à doença mental

Média ligada até a Idade Moderna houve uma radical mudança de conceitos e o paciente que sofria de transtorno mental passou a ser visto como um possuído pelo demônio, dessa forma o tratamento para os mesmos era o espancamento, privação de alimentos, tortura e aprisionamento para que estes se livrassem dessa possessão (ROSA, 2003).

A evolução tomou-se uma forma surpreendente nos últimos anos: o genoma humano foi decodificado e foram criados meios de monitorar a atividade de circuitos neurais do cérebro humano. É espantoso pensar que, há menos de dois séculos, os tratamentos dispensados aos doentes mentais eram, em geral, semelhantes ao adotado pelo hospital de Bicêtre, que funcionou em Paris até meados do século XVIII, era considerada verdadeira casa de horrores, a instituição abrigava enfermos, presidiários, inválidos, órfãos e loucos. Estes últimos eram praticamente abandonados à própria sorte (ROSA, 2003, p. 235).

Phillipe Pinel assumiu a direção de Bicêtre (1745-1826). Ele separava doentes por tipo de “desvio” ou “alienação mental”, decidindo-se assim conhecer doenças mentais e acompanhar os pacientes. A partir dos manicômios, lugares onde pessoas que tinha transtornos mentais eram internadas para que sua doença evoluísse naturalmente, só assim as patologias mentais puderam ser reconhecidas e estudadas (ROSA, 2003, p. 237).

Ao passar do tempo a internação parcial psiquiátrica foi adotada em alguns países com uma importante modalidade de serviço alternativo, na medida em que refletiam o cenário sócio-político de um movimento histórico-social, conhecido como Reforma Psiquiátrica. Dentre esses serviços, destaca-se o Hospital-dia, caracterizado como um recurso intermediário, entre a internação total e o ambulatório, na assistência em saúde mental (ROSA, 2003, p. 240).

Segue o regime de hospitalização parcial, como um programa de tratamento específico, se assemelha ao modelo ambulatorial tradicional, e que se distingue pelo tipo de paciente assistido. Este com distúrbios mentais que exigem o acompanhamento mais intensivo e por uma equipe de profissionais (ROSA, 2003).

No Brasil, esse serviço passou a ser implantado a partir de 1992 pelo Ministério da Saúde, com vistas o fortalecimento do processo de Reforma Psiquiátrica e a luta em prol da superação do modelo manicomial (ROSA, 2003).

O tratamento se dá em torno da reinserção familiar dessas pessoas que sofrem com os transtornos mentais, prevenindo recaídas e evitando-se a hospitalização total. Fazendo necessário então a presença de uma equipe multiprofissional para esse acompanhamento, composta em alguns casos, por enfermeiros, psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, educador físico, terapeuta ocupacional e técnico em enfermagem.

Com os avanços das Reformas Sanitárias e Psiquiátricas no Brasil, muitas mudanças vêm ocorrendo no setor saúde. No campo da saúde mental, certamente a maior conquista é o processo de desinstitucionalização do portador de sofrimento psíquico e a gradual implementação de serviços de saúde em meio aberto, como os CAPS, os Hospitais-dia e os Residenciais Terapêuticos. A partir dessa reformulação, os sujeitos que antes viviam enclausurados nos hospitais psiquiátricos, agora podem contar com um tratamento mais próximo de seus familiares e da comunidade onde vivem (ROSA, 2003, p. 245).

2.3 Processo de Reforma Psiquiátrica uma breve apresentação

O sistema manicomial constituiu-se com base num modelo hospitalocêntrico que visava a tratar os chamados "doentes mentais". Esse modelo foi produzido pelo discurso médico que adotava como prática de tratamento dos pacientes o eletrochoque, a convulsoterapia, entre outros. Segundo Foucault (1999), o discurso médico designava a loucura como anormalidade e desrazão. Assim, foram criados hospitais psiquiátricos para conter e tratar os sujeitos acometidos pela doença mental, o que era visto como uma forma de proteção à sociedade, uma vez que os "loucos" eram

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