BASES FILOSOFICAS E SOCIOLOGICAS DO MOVIMENTO HUMANO

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Outros filósofos como Nietzsche e Foucault também fazem alusão a um corpo ativo e, Deleuze já fala sobre os tempos modernos em que o corpo “ativado” está em evidência.

Termino com as frases do autor, Wagner Wey Moreira, onde ele relata o confronto entre corpo realmente ativo e um corpo ativado, que é o mal da nossa sociedade moderna.

Rendermo-nos a todo esse processo de hipercontrole dos corpos, seja nos aspectos estéticos, seja nos físicos, seja nos maquinicos, não é, penso, um exercício do corpo ativo. Vivemos hoje a era dos corpos hiperativos, mas isso não passa de uma forma de sobrecontrole. Por isso penso ser Focault um autor-chave para entendermos o presente momento e também para pensarmos filosoficamente o corpo ativo. Acompanhamos as analises foucaultianas sobre a ação do disciplinamento sobre os corpos; vimos com ele que, ao mesmo tempo que o corpo sofre a ação do poder, ele pode também exercer poder, oferecer resistência.

Penso que o conceito de corpo ativo, assim como sua materialização cotidiana, deve ser uma forma de resistência. Resistência a cultura do hiperconsumo; resistência ao império do efêmero; resistência a imposição de uma estética pasteurizada; resistência ao narcisismo sem limites; resistência ao controle generalizado. Corpo ativo como uma espécie de cuidado consigo mesmo, uma ação sobre si mesmo que nos faça a um só tempo mais saudáveis e mais conscientes de nossas possibilidades, de nossos entornos, de nossos limites. Corpo ativo como uma forma de ser no mundo, como o exercício de uma vida autônoma, critica, criativa.

Em suma, o conceito de corpo ativo implica uma atitude ética para consigo mesmo e para com os outros e o mundo: a escolha racional e consciente de uma forma de geria sua própria vida, que implica o cuidado consigo mesmo e o cuidado com os outros; uma forma de fazer-se melhor a cada dia, fazendo com isso que o mundo também.

Referências:

GALLO, S. Corpo ativo e Filosofia. In: MOREIRA, W. W. (Org.). Século XXI: a era do corpo ativo. Campinas: Papirus, 2006. Capítulo 1.

NARDI, E. R. Bases Filosóficas e Sociológicas do Movimento Humano. Batatais: Claretiano, 2016. Unidades 1 e 2