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A (Des) Informação da Atividade Física

Por:   •  2/10/2018  •  5.014 Palavras (21 Páginas)  •  611 Visualizações

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O princípio da conscientização se fundamenta na justificativa de que o indivíduo deve compreender os motivos pelos quais ele realiza determinado exercício. Isso ajudaria a conseguir resultados mais eficientes. E quando este objetivo é deturpado por interferências externas como, por exemplo, propagandas publicitárias milagrosas e que prometem e comprometem seriamente a saúde dos desinformados.

É indiscutível que a globalização disponibiliza diversos meios de comunicação que favorecem o acesso ao conhecimento à população. Com a população mais informada, é necessário que os profissionais estejam mais fundamentados e seguros sobre suas habilidades. Então, o profissional de Educação Física, além de prescrever os exercícios, deve ser um agente capaz de mudar determinados comportamentos por meio de seus conhecimentos, o qual deve ser utilizado para persuadir o aluno a iniciar e a aderir aos programas de atividade física.

Em resumo, o princípio da conscientização nada mais é do que a informação adequada e fundamenta\da a ser transmitida ao cliente/aluno a fim de favorecer o processo de adoção (iniciar/escolher atividade física), modificação (ex: comportamento relacionado à saúde) e adesão (manutenção da prática consistente) do treinamento físico.

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2. O PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA

É o princípio que estabelece que não existem duas pessoas iguais. Em termos de condicionamento físico isso significa dizer que o mesmo exercício, na mesma intensidade, na mesma duração e na mesma frequência semanal proporcionará diferentes efeitos de treinamento a depender de fatores como sexo, idade, capacidade máxima, experiência prévia e técnica de execução.

De acordo com Tubino, “chama-se individualidade biológica o fenômeno que explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz que com que não existam pessoas iguais entre si.” (TUBINO, 1984, p. 100).

Cada ser humano possui uma estrutura e formação física e psíquica própria, neste sentido, o treinamento individual tem melhores resultados, pois obedeceria as características e necessidades do indivíduo. Grupos homogêneos também facilitam o treinamento desportivo. Cabe ao treinador verificar as potencialidades, necessidades e fraquezas de seu atleta para o treinamento ter um real desenvolvimento. Há vários meios para isso, além da experiência do treinador, que conta muito, os testes específicos são primordiais.

Supondo-se não existe uma regra básica ou única para ser aplicado em diferentes indivíduos, sejam diferenças genéticas ou biológicas.

Segundo Benda & Greco, uma das Capacidades do Rendimento Esportivo é a Capacidade Biotipológica, que está dividida em Capacidade constitucional Fenótipo e Capacidade constitucional Genótipo:

“O genótipo é o responsável pelo potencial do atleta. Isso inclui fatores como composição corporal, biótipo, altura máxima esperada, força máxima possível e percentual de fibras musculares dos diferentes tipos, dentre outros. O fenótipo é responsável pelo potencial ou pela evolução das capacidades envolvidas no genótipo. Neste se inclui tanto o desenvolvimento da capacidade de adaptação ao esforço e das habilidades esportivas como também a extensão da capacidade de aprendizagem do indivíduo.” (BENDA & GRECO, 2001, p. 34).

Segundo Dantas:

“O indivíduo deverá ser sempre considerado como a junção do genótipo e do fenótipo, dando origem ao somatório das especificidades que o caracterizarão.” (DANTAS, 1995, p. 39), “deve-se entender o genótipo como a carga genética transmitida à pessoa e que determinará preponderantemente diversos fatores” (ibidem, 1995, p. 39) e, “os potenciais são determinados geneticamente, e que as capacidades ou habilidades expressas são decorrentes do fenótipo.” (ibidem, 1995, p. 39).

Para este autor, o campeão seria aquele que nasceu com um “dom da natureza” e que, aproveitando totalmente esse dom, o desenvolve através de um perfeito treinamento (ibidem, 1995, p. 40).

Nos Jogos PanAmericanos de 2007 verificamos em entrevistas de atletas brasileiros considerados fenômenos pela mídia, um discurso que os bons resultados obtidos não eram frutos somente de um Dom, e sim de muito esforço, trabalho, treinamento, incentivos financeiros e técnicos.

Elevando a importância dos fatores ambientais, do fenótipo do atleta, consequentemente, elevamos a importância do treinador, do profissional de Educação Física e sua intervenção para o sucesso do atleta, de um campeão.

Não cabe aqui discutir fatos históricos ligados às tentativas de manipulações das características genéticas, do genótipo de atletas, através, principalmente, dos ideais da Eugenia no decorrer do século XX. Mas sempre irá caber em qualquer lugar o alerta em relação às tentativas de manipulação e violação do corpo, da integridade e dos direitos de todo o homem.

Por isso, sempre que você se deparar com propagandas milagrosas que prometem um corpo perfeito repentino, fique atento. Nunca coloque em prática um hábito desses sem consultar antes seu médico e nutricionista e principalmente seu Professor de Educação Física. Pode ser difícil conter a impaciência, mas o melhor caminho para chegar a um resultado saudável é a informação consciente.

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3. O PRINCÍPIO DA ADAPTAÇÃO

Podemos dizer que a adaptação é um dos princípios da natureza. Não fosse a capacidade de adaptação, que se mostra de diferentes modos e intensidades, várias espécies de vida não teriam sobrevivido ou conseguido sobreviver por longos tempos e em diferentes ambientes. O próprio homem conseguiu prevalecer no planeta, como espécie, devido à sua capacidade de adaptação.

De acordo com Weineck, a adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os sistemas. Sob “adaptações biológicas no esporte”, entendem-se as alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas (WEINECK, 1991):

“Na biologia, compreende-se “adaptação” fundamentalmente como uma reorganização orgânica e funcional do organismo, frente a exigências

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