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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA SÍFILIS: HISTÓRIA, CAUSAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Por:   •  2/7/2018  •  1.880 Palavras (8 Páginas)  •  323 Visualizações

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considerações históricas

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008), ocorrem 340 milhões de casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) no mundo por ano, entre as quais 12 milhões são de sífilis e, em 90% dos casos, acontecendo em países em desenvolvimento.

Informes oficiais da (OMS, 2008) indicam que, por ano, ocorrem cerca de 12 milhões de novos casos de sífilis na população adulta em todo mundo, em grande parte em países em desenvolvimento. (MAGALHÃES et al., 2013). No Brasil, são estimados que ocorrem mais de 900 mil casos novos de sífilis por ano. (PIRES, et al., 2014 ).

A origem da sífilis é muito discutida, há mais de cinco séculos, desde a documentação da primeira epidemia, em 1495, na Europa. Nesta época uma praga se acometeu entre as tropas do líder francês Charles VIII durante a queda de Nápoles, onde pode ter disseminado a doença pela Europa. (GARCIA, 2009).

Relativamente à origem da sífilis, focaram-se várias teorias, uma que defendia que a doença era uma vontade divina, tendo sido os afetados escolhidos por Deus para, a partir dessa provação, encontrarem uma recompensa no céu, outras especularam que a doença teria sido transmitida aos conquistadores europeus, pelos nativos das Índias Ocidentais, tendo sido reforçada a ideia de que “a origem da sífilis seria o Novo Mundo” (FERREIRA, 2013, p.01).

FERREIRA (2013), diz que a doença surgiu a partir de eventuais mutações de espiroquetas agentes da bouba, doença existente há séculos na África Central. Existe também a teoria designada por pré-colombiana, defendendo que a sífilis teria sido resultado de outras troponematoses já existentes na Europa, e, por outro lado, a teoria colombiana que defende que a infecção teria sido levada do Novo para o Velho Continente.

Em seu livro CARRARA (1996) relata várias interpretações que se existia durante o XIX, pelos estudiosos da época, onde eram classificavam suas constatações em quatro ideias sendo eles: Princípios ético-místico que era baseado em concepções étnicas e até astrológicas, onde algo místico entrelaçado aos planetas do sistema solar exercia poder aos órgãos sexuais. O principio empírico terapêutico considerava que para a doença ser considerada sífilis ela teria quer sofrer a ação de um metal pesado, que seria o mercúrio onde o mesmo era utilizado como tratamento da sífilis.

O principio experimental patológico já observara os sintomas clínicos, e também se baseava em experimentos onde tentava-se inocular o até então considerado vírus sifilítico em pessoas como parte do processo experimental. Já o principio fazia suposições onde todas as doenças generalizadas no sangue eram consideradas sífilis.

Já no Brasil a história se supõe que a sífilis surgiu através da miscigenação das raças, onde poderia haver uma prática de relações sexuais exacerbadas entre pessoas de diferentes regiões do mundo, onde a colonização de novos povos como os escravos trazidos da África, teria grande influência, onde os mesmo não trocavam somente suas culturas, mas também diversas doenças sexualmente transmissíveis, dentre elas a sífilis (GRIEBELER, 2009).

Durante séculos sua importância sempre foi destacada não só pela alta incidência, mas também pelo surgimento de formas graves, como más formações produzidas nos recém-nascidos e sua alta taxa de mortalidade. Apesar de que hoje em dia parece não ter mais um alto destaque, atualmente conta com uma alta prevalência e que tem afetado a população mais vulnerável (GALATOIRE et al., 2012).

Segundo PIRES et al., (2014), o agente etiológico da sífilis foi descoberto por Fritz Richard Schaudinn e Paul Erich Hoffman em 1905 e o primeiro teste sorológico realizado foi disponibilizado em 1906, utilizando a técnica de fixação do complemento, onde o antígeno para a reação foi preparado através de um extraído do fígado de um natimorto, onde a mãe possuía sífilis.

Seguindo aos anos 1960 e, principalmente a partir da década de 1980, detectou-se um recrescimento mundial da sífilis, acometido devido ao aumento da prática sexual e o uso crescente das drogas injetáveis. Devido a esses fatores houve aumento dos casos de sífilis adquirida, e proporcionalmente a evolução de sua transmissão vertical (LORENZI et al., 2009).

Outras formas de transmissão consideradas raras e com baixo interesse epidemiológico são por via indireta como, por exemplo: tatuagens, seringas contaminadas, e também por transfusão sanguínea (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006).

A sífilis é uma doença infectocontagiosa causada pela espiroqueta Treponema pallidum, que é uma bactéria Gram-negativa e possui forma de espiral. Tem cerca de 5-20 micrômetros de comprimento, com apenas 0,1 a 0,2 micrômetros de largura. Move-se ao longo do seu eixo longitudinal. Tem como habitat a mucosa urogenital. É uma bactéria anaeróbia facultativa e de catalase negativa (COSTA ET al., 2010).

LARA (2010) diz que a transmissão da sífilis pode ocorrer pela via sexual (sífilis adquirida) e verticalmente (sífilis congênita), onde a sífilis congênita acomete pela disseminação hematogênica do Treponema pallidum da gestante infectada não tratada ou de forma inadequada para o feto por via transplantaria (transmissão vertical).

- TAXONOMIA E CARACTERÍSTICAS DO TREPONEMA

Reino Prokaryotae, Filo Bacteria (Eubacteria), Classe Spirochaetes, Ordem Spirochaetales, Família Spirochaetaceae, Gênero Treponema, Espécie pallidum, Subespécie pallidum.

As bactérias do género Treponema apresentam em sua parede celular estruturas semelhantes às das bactérias que se colorem de Gram-negativa, caracterizando-se por serem bacilos helicoidais de corpo celular em forma de espiral envolvido por uma membrana citoplasmática e delimitado por uma membrana externa (FERREIRA, 2013).

O treponema apresenta motilidade ativa, suas espirais são bastante delgadas e, não podem ser facilmente observadas ao microscópio, exigindo uma coloração imunofluorescente ou microscopia de campo escuro. Não é possível realizar seu cultivo através dos meios de cultura in vitro, por isso não se sabe ainda quais os seus fatores de virulência a nível molecular (OLIVEIRA, 2011).

GARCIA (2009) relata que na microscopia eletrônica, é possível observar um corpo procariótico envolvido por duas estruturas membranosas, onde as quais

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