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BASES BIOLÓGICAS PARA O ESTUDO DA IDADE E CRESCIMENTO

Por:   •  6/11/2018  •  6.015 Palavras (25 Páginas)  •  385 Visualizações

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Fase de larva. Esta fase compreende indivíduos entre os instantes da eclosão e da metamorfose, e sua forma, tempo de vida e taxa de crescimento variam bastante, principalmente ao se considerar os grandes grupos filogenéticos. No caso dos peixes teleósteos, o período crítico ocorre com transformação da pós-larva em larva propriamente dita, quando se verifica a passagem da alimentação pelo vitelo para a alimentação externa ou ambiental; quando se trata de elasmobrânquios, cujos embriões já são liberados em sua forma definitiva (alevino), a metamorfose é interna. O momento da eclosão é o inicio de um período crítico na vida de um organismo aquático, com profundas modificações fisiológicas e comportamentais: o minúsculo animal deve mudar seu sistema respiratório e excretor, de um intercâmbio através dos fluidos do ovo e da membrana, para um intercâmbio diretamente com a água através de estruturas corporais (guelras, rins, pele); deve manter seu equilíbrio osmótico sem ajuda da membrana do ovo; torna-se um objeto natante, assim mais provável de atrair a atenção de predadores; e deve capturar e digerir seu próprio alimento, logo que suas reservas de vitelo forem utilizadas.

Fase Juvenil. Começa com a metamorfose da larva para a forma definitiva, semelhante à do adulto, e termina quando o indivíduo atinge a maturidade sexual. Como nessa fase ocorre apenas desenvolvimento somático, a espécie atinge sua taxa de crescimento mais elevada.

Fase adulta. O indivíduo atinge capacidade reprodutiva, que se processa em ciclos periódicos, ou não, de acordo com a freqüência de desova. Nesta fase, o crescimento em tamanho (somático) passa a receber a competição do crescimento genético, pois as gônadas exigem energia para seu desenvolvimento. A taxa de crescimento diminui gradualmente até a senilidade, enquanto aumenta a utilização de material nutriente para a formação dos produtos sexuais, de modo que o crescimento genético torna-se proporcionalmente maior do que o desenvolvimento somático. Isto explica porque as fêmeas de espécies marinhas apresentam menor taxa de crescimento, mas atingem maior tamanho do que os machos, como por exemplo, a cavala e a serra. Em água doce, o tamanho maior parece estar associado com o sexo que protege a prole ou constrói o ninho. Segundo estudioso, o principal motivo porque peixes maiores convertem menor fração do seu alimento em novos tecidos se deve a uma redução na área superficial das guelras, de modo que a quantidade de oxigênio absorvido para a síntese de substancia corporal é suficiente apenas para a manutenção do organismo.

3. Histórico

- Em 1895, Petersen propôs determinar a idade de um peixe pela curva de crescimento.

- Em 1898, Hofbauer publicou um artigo sobre a idade da carpa através das escamas.

- Em 1909, Suvorov estudou o crescimento pelo método do cultivo.

- Em 1920, Arnold realizou o primeiro trabalho sobre marcação.

Em 1934, Bertalanffy utilizou um modelo matemático do comprimento em função da idade.

4. Importância do estudo

Para que a vida dos peixes seja estudada é necessário conhecer sua idade e taxa de crescimento. A idade e crescimento caracterizam um momento da vida do peixe determinado por condições do meio ambiente, maturidade sexual e época de desova. Assim, o estudo da idade e do crescimento é utilizado na solução dos seguintes problemas:

- Estudo da dinâmica populacional: interpretação da taxa de crescimento dos indivíduos. As flutuações na abundância de peixes dependem principalmente da abundância de jovens em anos anteriores, da percentagem de sobreviventes no tempo da maturidade sexual e do recrutamento que abastece o estoque comercial.

- Projetos de pesca: a idade dos indivíduos maduros e a idade de recrutamento são imprescindíveis no volume da captura.

- Criação e alimentação: informação base para pesquisas em aqüicultura, principalmente na definição de um alimento artificial (ração) que forneça retorno rápido para o empreendedor.

- Aclimatação de espécies: importar espécies para um possível investimento pesqueiro.

5. Fatores que afetam o crescimento

Como o crescimento é usualmente positivo (crescimento em peso por um certo período de tempo), isto indica que o balanço energético no metabolismo é positivo. Desta forma, o metabolismo é a soma do anabolismo (síntese dos tecidos) com o catabolismo (energia produzida pela quebra das ligações químicas). Assim, a síntese dos tecidos é maior do que o catabolismo no crescimento dos peixes. Os principais fatores controladores do processo anabólico são os hormônios de crescimento secretados pela glândula pituitária e os hormônios esteróides vindos das gônadas.

Conseqüentemente, a taxa de crescimento dos peixes é altamente variável por causa da grande relação com uma variedade de interações aos fatores ambientais como: temperatura, níveis de oxigênio dissolvido e amônia, salinidade. Além de outros fatores como o grau de competição, a qualidade e quantidade do alimento ingerido, idade e estado de maturação.

Temperatura. É uma das mais importantes variáveis ambientais. A temperatura freqüentemente denota uma razão ótima para o máximo de crescimento.

Oxigênio dissolvido. Embora a temperatura mantenha estreita relação com a quantidade de oxigênio dissolvido, a tolerância depende das variações de oxigênio, sendo assim, um fator determinante.

Amônia. Ë um composto primariamente excretado pelos peixes, e está presente em diferentes concentrações no meio ambiente, o que poderá acarretar uma diminuição na taxa de crescimento onde, este fenômeno ainda é desconhecido. Porém, o alto teor de amônia pode ser um fator limitante em um cultivo, uma vez que, o composto é um poluente, acarretando numa redução da taxa de crescimento.

Salinidade. Afeta também o crescimento das espécies eurialinas (toleram uma ampla faixa de salinidade) como o pupfish, que tolera um crescimento máximo de até 35 0/00.

Competição. Pode ser inter e intra-específica, por limite de suprimento alimentar e espaço; influenciando no crescimento.

Disponibilidade alimentar. Interage com os outros fatores, particularmente a temperatura, afetando

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