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Guerra Civil

Por:   •  4/5/2018  •  3.461 Palavras (14 Páginas)  •  359 Visualizações

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O cenário de conflitos da Europa, como o Bloqueio Continental de Napoleão induziu os comerciantes do Norte a aplicarem seus capitais na produção de manufaturas e, consequentemente, propiciando um processo de industrialização e atração de imigrantes europeus para os estados nortistas, porém, acirrava-se a insatisfação dos estados sulistas com as consequências desse processo, tal como, as tarifas protecionistas exigidas pelos industriais do Norte (MAGNOLI, 2006).

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INICIO DO COMFLITO

A importação de novos escravos foi proibida por uma lei aprovada no Congresso em 1808, levando os Sulistas a se dedicarem exclusivamente à reprodução dos mesmos e permanecendo, o contrabando até o ano de 1860, gerando um encarecimento do escravo, tornando-o a sua propriedade mais importante do que a propriedade da terra para os sulistas, enquanto o norte crescia a campanha pela abolição (MAGNOLI, 2006). O apoio que ainda poderia existir no Norte a favor da escravidão esvaiu-se com o livro Uncle Tom's Cabin, de Harriet Elizabeth Stowe, uma ardente abolicionista que o publicou em 1852.

O crescimento das divergências envolvendo a expansão da escravidão para o Oeste desgastou as bases dos compromissos de 1820, e, posteriormente, o de 1850, sendo esse uma inovação para substituição do anterior pelas concepções de autodeterminação e soberania popular como as principais ferramentas para a determinação de quando um território poderia ser aceito como um estado livre ou escravista, porém, introduziu uma nova Lei dos Escravos Fugitivos (Esta lei permitia aos senhores do Sul ir ao Norte para “recuperar” seus escravos fugidos). Segundo James McPherson, a Lei dos Escravos Fugitivos foi muito mais efetiva para a formação de uma mentalidade anti - sulista que todo o proselitismo empregado por décadas de propaganda abolicionista. Aos olhos do cidadão comum a agressividade política do Sul deu razão aos abolicionistas e outros setores do Norte que eram críticos do estilo de vida da região escravista. Estes setores vinham longamente proclamando, sem sucesso, que o trabalho escravo degradava o trabalho livre e que existiria uma conspiração sinistra dentro do governo para promover os interesses do Sul.

Norte viram o “Acordo do Kansas-Nebraska” como uma derrota da democracia nortista para o despotismo do Sul. As forças emergentes da oposição do Norte tirariam vantagem dessa situação, identificando-se como defensores das liberdades civis, lutando pela conquista do poder federal e prometendo banir a escravidão nos territórios do Oeste. Segundo Foner (1970, p.310) os americanos haviam se transformado em dois povos: “um povo para a liberdade e um para a escravidão. Entre os dois, o conflito era inevitável.

Neste cenário americano aparece Abraham Lincoln (1809-1865), um republicano contrário à escravidão, que durante sua candidatura da presidência, em 1858, discursa: “ Uma casa dividida não pode perdurar. Creio que este governo não pode suportar ser, permanentemente, metade pela escravidão e metade pela liberdade. Não desejo a dissolução da União – não desejo que a casa desmorone – mas espero que deixe de ficar dividida. Tornar-se à inteiramente uma coisa ou outra” (J.F.C. FULLER, 2002).

Lincoln vence as eleições, então, pelo fato de a presidência ser exercida por um republicano nortista foi visto pelo Sul como uma ameaça à sua autonomia e interesses, bem como ao sistema escravista. Assim, mesmo antes da posse de Lincoln, em 1860, sete estados sulistas liderados pela Carolina do Sul decretam sua separação (sua secessão) da União, formando os Estados Confederados da América, presididos por Jefferson Davis.

A guerra torna-se inevitável, e, tão logo toma posse, Lincoln declara Guerra aos Confederados, principalmente, após o caso do Forte Sumter, em 12 de abril de 1961, e ao fato da Virgínia decidir-se a favor da Confederação, significando que a capital da União, Washington, ficaria à mercê das tropas confederadas, assim, o presidente mostrou-se determinado a levar a guerra até as últimas consequências (MAGNOLI, 2006).

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DIFERENÇAS CULTURAIS

A população do Norte era mais receptiva à tecnologia e modernização do que a população do Sul, bem como às mudanças econômicas e sociais geradas por ambas. Os ideais do Norte eram trabalho pesado, educação e a independência econômica. À época da independência mais fraco economicamente do que o Sul, o Norte, graças ao seu grande desenvolvimento econômico no final do século XVIII e na primeira metade do século XIX, tornou-se muito mais desenvolvido economicamente, possuindo uma economia balanceada e variada. Já a população do Sul continuava fixa aos valores do passado.

Entre a década de 1850 e de 1860, os Estados Unidos foram a porta de entrada de imigrantes vindos da Europa - principalmente irlandeses, alemães, escoceses, italianos – e do Canadá - além de comerciantes judeus, fugindo da pobreza e da miséria da Europa, ávidos por trabalho e riqueza. A maioria dos imigrantes optavam por habitar nos Estados do Norte, fazendo com que esse se desenvolvesse ainda mais. Vieram colonos, profissionais dos mais diversos ramos, e aventureiros. Esta imigração aumentou ainda mais as disparidades sociais, econômicas e culturais entre o Norte e o Sul.

A economia do Sul era baseada na agricultura sustentada pela escravidão. Sua população branca, em geral, era mais dada aos requintes que o luxo da aristocracia proporcionada pela oligarquia escravista poderia trazer. Enquanto isto, o Norte fazia grande uso do trabalho imigrante. A mão-de-obra imigrante era mais barata e eficiente que a mão de obra escrava, uma vez que os imigrantes europeus não eram escravos, sua motivação única e exclusiva era fazer fortuna, eram livres, prezavam por essa liberdade, e politicamente eram muito ativos. Aqueles que trabalhavam em atividades menos nobres, em caso de problemas de saúde, eram facilmente descartados pelos patrões, e substituídos. Os escravos afro-americanos, por sua vez, tinham a motivação da chibata e do terror impostos pelos seus donos, eram mais caros de sustentar e conservar que trabalhadores livres, e tinham que ser mantidos vivos e saudáveis, pois não eram facilmente substituídos em casos de doenças, onde a descartabilidade dificilmente se aplicava (por causa do alto preço dos escravos).

As elites intelectuais das duas regiões eram muito diferentes entre si. O Norte era a favor do "solo livre", do "trabalho livre" e do "homem livre", pois com a chegada

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