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As Práticas de Consumo na Cidade de Belo Horizonte

Por:   •  3/12/2018  •  2.980 Palavras (12 Páginas)  •  392 Visualizações

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1.4 Como expor

A feira conta com cerca de 2200 expositores, aqueles que já expõem regularmente são convidados, todo ano, a passar por um recadastramento, em que são renovados os documentos e lhes é dado o licenciamento pela Prefeitura de Belo Horizonte, caso tudo esteja de acordo com o que foi pedido. O comerciante deve ir, pessoalmente ou por meio de procuração, até a Gerência Regional de Feiras Permanentes, que fica no centro de Belo Horizonte, para entregar seus documentos. O não comparecimento ou a sonegação de informações fazem com que o direito de expor na Feira Hippie seja perdido. Para os novos expositores, a Prefeitura de Belo Horizonte lança, de tempos em tempos, uma licitação abrindo oportunidades e vagas para aqueles que desejam. Os processos seletivos, como o feito em 2011, são destinados exclusivamente à pessoas físicas que moram na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A seleção citada, no ano de 2011, atraiu cerca de dez mil pessoas.

- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O artesanato surgiu devido a autossuficiência da sociedade. Como primeira forma de produção, o artesão era dono dos meios de produção, participando de todo o processo. Depois de anos e com o crescimento populacional, o trabalho artesanal foi dando lugar para outros meios de produção, como a industrialização, e ele mesmo se juntou ao processo.

Mesmo com o processo de industrialização, a Feira Hippie não se rendeu a isso. Foi criada uma lei, o Projeto de Lei 35/2009, que proíbe a comercialização de produtos industrializados na Feira de Arte e Artesanato da Avenida Afonso Pena. De acordo com a lei, é considerado produto industrializado todo aquele que é produzido em série e que não apresente característica artesanal. Infelizmente, a lei não é seguida à risca, ocorrendo a venda em barracas desses produtos industrializados de forma ilegal.

Assim, o artesanato continua sendo uma parte muito importante da economia brasileira e, em cidades com feiras nessas proporções, como em Belo Horizonte, ele se torna ainda mais importante. A variedade de produtos que podem ser encontrados pelos consumidores é grande, com diferentes técnicas e de diferentes origens, eles materializam uma cultura dentro de um objeto, seja ela qual for, e faz com ela possa ser representada por esse objeto. Além disso, com a regulamentação da Feira Hippie, e com esse espaço dado pela Prefeitura para que ela seja desenvolvida, também há uma relevância financeira, além da cultural citada anteriormente. A feira é um grande investimento que dá retorno aos governantes, pois atrai pessoas de outras localidades para a cidade, pois além daqueles que compram de atacado, a feira acabou virando um ponto turístico, e isso é um atrativo para uma maior movimentação de dinheiro na cidade.

Toda cidade, mesmo que de forma inconsciente, tem sua tradição de domingo de manhã e em com Belo Horizonte não poderia ser diferente. A Feira Hippie já é algo tradicional na história da capital, o que acaba por atrair muitos turistas de todo o país, ou seja, o público é extremamente variado, desde jovens até idosos.

Uma parte da feira que chama muita atenção são as barracas de alimento. Existe uma grande diversidade de alimentos vendidos e das mais diversas culturas, ou seja, isso prende as pessoas por ela atender essa variedade. Um exemplo disso são os jovens que saem diretamente das baladas para a feira para se alimentarem.

Além disso tudo, a existência da Feira Hippie é um incentivo aos artistas e artesãos independentes à sobreviverem com seu trabalho e para que eles continuem produzindo, justamente porque é um espaço legal e regulamentado, que atrai um público significativo, o que ajuda muito esse tipo de trabalhador. A estrutura da feira faz com que se venda, em um período pequeno de tempo, muito mais do que se venderia em um estabelecimento ou shopping durante um dia, por exemplo. Além disso, por serem objetos produzidos à mão e, normalmente, por uma pessoa só, sem uma industrialização complexa, com o envolvimento de empresas, marcas e vários empregados, seus produtos acabam sendo mais baratos, ou seja, vários objetos que podem ser encontrados em outros lugares estão presentes na feira e com um preço significativamente melhor, e isso não é uma desvantagem para os vendedores, pelo contrário, ajuda no atrativo dos consumidores e faz com que as compras aumentem ainda mais, pela interrelação de qualidade e preços baixos.

A acessibilidade também é uma vantagem, tanto aos vendedores e consumidores, quanto à cidade. Isso porque ela se encontra na Avenida Afonso Pena, um ponto central de Belo Horizonte e que possui fácil acesso, ou seja, é fácil para que moradores e turistas cheguem até ela. Além disso, as ruas fechadas e policiadas dão uma sensação de segurança e liberdade para que os consumidores explorem a feira por mais tempo e comprem mais. Essa abertura ao público em um domingo de manhã, que é tradicionalmente um dia para lazer e que a maioria das lojas ficam fechadas, também faz da Feira Hippie um atrativo de programa em família e entre amigos. Assim sendo, essa acessibilidade e clima familiar encontrado faz com que tradições sejam criadas e torna a feira, além de um atrativo para consumo, um ponto de encontro. Isso, especialmente para o setor alimentício presente na feira, é muito bom, pois esses encontros de pessoas, sejam famílias ou amigos, incentiva o consumo em geral mas especialmente nesse setor.

Sendo assim, os atrativos que a Feira de Artes e Artesanatos tem a oferecer aos seus consumidores são muitos, e eles vão desde os produtos oferecidos, perpassando os baixos preços e objetos do mundo da moda feitos pelos artesãos , e indo até em questões de tradições familiares e entre amigos. Isso faz com que haja movimento significativo nesse mercado de consumo, o que é vantajoso tanto para os vendedores, que usam a tradição ao seu favor, quanto para a prefeitura da cidade, que possui um retorno significativo já que investe, organiza e ajuda nesse comércio.

- METODOLOGIA DE PESQUISA

Para a pesquisa, analisamos o público da Feira de Artes e Artesanato por meio de visitas, pesquisas, entrevistas e questionário online. Conseguimos observar sua rotatividade, ou seja, de quanto em quanto tempo essas pessoas vão até a feira fazer compras. Claro que, a cada dia, mais pessoas que nunca foram à feira vão até lá, especialmente turistas. Porém, também há um grupo de pessoas que tratam essa visita de forma rotineira. As faixas etárias presentes na feira, também, são muito variadas, assim como os objetos que são procurados.

Ainda,

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