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Resenha do livro Povo Brasileiro - Darcy Ribeiro

Por:   •  18/4/2018  •  3.638 Palavras (15 Páginas)  •  515 Visualizações

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No final do capítulo, o autor mostra um pouco do processo civilizatório que começou com as nações ibéricas, movidas pela revolução tecnológica atravessaram oceanos com a intenção de criar uma civilização universal. Deram origem aos latinos, neobritanicos e aos eslavos. No brasil, a obra de Portugal não foi menos radical. Mataram milhares de pessoas, derrubaram montanhas, acabaram com as florestas na busca de recursos. Ao contrário que se pensa, o produto gerado desta ocupação não foram os ouros roubados, porém sim o povo que surgiu, a mestiçagem caracteriza o povo brasileiro.

Pouco a pouco a base da sociedade brasileira estava se concretizando, os pilares adaptativos (navegação, engenho de cana, introdução de gado e etc.) e ideológicos (língua portuguesa, igreja oficial e etc.) organizaram e criaram a primeira imagem de uma colônia oficial de Portugal, ou seja, uma primeira sociedade com traços civilizatórios

No segundo capítulo, o autor trata da gestação ética, ou seja, o processo de fusão das matrizes indígenas. Ele dá destaque a uma pratica adotada a séculos atrás, o Cunhadismo. Sua ideologia era incorporar um estranho à comunidade oferecendo uma moça índia como esposa, possibilitando uma relação de parentesco com os índios dessa família. Para os colonizadores essa pratica tornou-se a condição necessária para o processo de pilhagem nas terras conquistas e também a própria condição da conquista de terras. Além do mais, como cada europeu posto na costa podia fazer muitos desses casamentos, essa pratica funcionava como um caminho para obtenção de mão de obra para os trabalhadores pesados. É preciso deixar claro que foi graças a essa pratica que houve o processo de mestiçagem e formação do povo brasileiro. A mistura de costumes nas aldeias, a vivencia e a participação de estrangeiros em cerimonias foram essenciais para estes. O único problema foi que qualquer europeu podia desembarcar junto ás aldeias indígenas, aumentando o número crescente de navios e incorporando a indiada ao sistema mercantil de produção.

Portugal, enfurecido com a entrada de estrangeiros, admite supremacia nas capitanias instituindo as donatarias para manter terras em seu poder, sob o comando de um donatário que correspondia a coroa portuguesa. Destaca-se o Martin Afonso, responsável por fazer a maior injeção de nobreza no Brasil. A concorrência no litoral do brasil era tão imensa que havia disputa principalmente de Alemães, Holandeses e principalmente Franceses. Devido a isso, os portugueses criaram um governo geral (sobreviventes das donatarias) com contingentes militares e numerosos povoadores para serem a maioria de colonizadores – tudo começou pelo norte, principalmente pela Bahia. Como não haviam chegados mulheres, as índias eram alvo dos estrangeiros e os padres jesuítas não admitiam isso, queriam mulheres de toda a qualidade. As poucas mulheres que vieram para a colônia não exerceram um papel importante constituição da família brasileira.

Em um outro contexto, a economia dava grandes passos, destacavam- se já as fazendas de canavial, a comida já não era para sustento próprio e sim para mercadorias para a metrópole. A subordinação de índios já era muito evidente, muitos eram escravos dos engenhos de cana e os conflitos de resgate aconteciam sucessivamente. Em 1563 a situação da Bahia já era crítica, a fome atormentava os índios famintos e o espirito de selvageria, o natural do homem tomou conta das vilas. Os índios se recusavam plantar, trabalhar – a partir daí surgem os jesuítas novamente, com a intenção de reduzir esses povos com um exército de índios Para piorar a situação, houve uma onda de varíola que vastou a comunidade indígena ao redor dos pais, diminuindo também seu número de povos. Nesse ponto, Darcy deixa bem claro a ascensão das capitanias do norte e o enfraquecimento do sul, São Paulo e Rio de janeiro eram medíocres, enquanto a Bahia e Pernambuco eram os maiores produtores e mais civilizados.

É preciso lembrar que devido ao conflito pela produção de açúcar no litoral a população nativa já não era mais a mesma, havia a chegada dos negros africanos, combinados com os índios e europeu. Iam surgindo várias vertentes de cultura, como os caboclos, os baianos, os pernambucanos, gaúchos e sertanejos. Logo no início da utilização de mão de obra indígena, eram os Brasilíndios que sofriam a subordinação, depois foi substituída pelos afros que desempenhavam tarefas pesadas nas lavouras de canas e exploração de minas.

Foram humilhados, mutilados e mortos. Todavia, sempre se revoltavam, resistiram a opressão, utilizando de sabotagens aos seus donos: quebrando equipamentos de trabalho, mostrando ineficientes e fugindo de seus senhores. Não só, as mulheres negras cometiam aborto para que uma nova geração de escravizáveis não viessem ao mundo. A cultura que os negros deixaram de legado foi maior que a opressão. Foram suficientemente fortes para destruírem o sistema que os subjugou.

O que nos fez conhecer a cultura foi mérito dos letrados como Gregório de Matos e Frei Vicente. Mostraram um horizonte do Brasil e muitas vezes humorizando os costumes, a religião, a mestiçagem e povos. Também relataram nossa fauna e flora e pior, denunciaram os deslizes e pecados da época, como a corrupção.

Já no final do segundo capítulo, Darcy compara a divergência no crescimento de brancos, negros e índios. Nos surpreende o tamanho crescimento negro, enquanto os índios iam sumindo vagarosamente. Em 1600 a quantidade de negros incorporados ao empreendimento colonial era de 30.000; quantia que subiu para 1.500.000 em 1800. O autor frisa que, entretanto, é difícil quantificar o total de negros que foram trazidos ao brasil, mas alerta que o tráfico negreiro foi um dos negócios mais sólidos da colônia, que duraria três séculos, possibilitando lhes transladar milhões de africanos ao brasil e, dessa forma, absolver a maior parcela para as empresas açucareiras, de algodão, tabaco, cacau e café. O autor acaba concluindo que um total de 6.352.00 escravos foram importados entre 1540 e 1860.

O terceiro capítulo é simplesmente o mais importante. Darcy começa narrando as guerras do Brasil e os descaminhos da Empresa Brasil com o uso de uma escrita envolvente. Ele diz que o conflito se dá pela luta dos nativos contra os invasores que visam implantar novos moldes de economia e de sociedade. Então conclui, de uma guerra de extermínio, que visa implantar novos sistemas. O início do capitulo destaca as guerras: Revolta dos Tamoios (portugueses conta índios revoltados), Guerra de Cabanos (lusitanos contra caboclos), Guerra de Palmares (escravos contra senhores de escravos) e Guerra

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