Resenha de A Política

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Como o interesse fundamental é a felicidade coletiva, torna-se fundamental que a localização da cidade esteja em um local estratégico, que facilite a vida de sua população, ou seja, o lugar ideal seria próximo do mar e do campo, pois ajudaria na obtenção de alimentos e no escoamento de produtos, além de ser mais seguro em casos de guerra. Outro aspecto interessante é a preocupação com a educação das crianças, uma vez que elas serão responsáveis pela cidade no futuro. Então, ensinam a elas quatro elementos básicos: as letras, a ginástica, a música e a pintura, a fim de prepará-las fisicamente e mentalmente.

Após relatar os aspectos da organização social, o autor descreve as formas de governo existentes abordando as principais características de cada uma. A monarquia é o governo que pertence a uma única pessoa; a aristocracia é aquele confiado a poucas pessoas consideradas mais honestas e, na república, a multidão governa para a utilidade pública. Porém, essas três formas podem degenerar: a monarquia em tirania (voltada somente para o interesse do monarca), a aristocracia em oligarquia (visa a utilidade dos ricos) e a república em democracia (ajudar os pobres).

De forma geral, o autor trabalha em A Política a noção de felicidade comum, que deve ser o ideal buscado por um governo justo, a partir da prática das virtudes medianas, ou seja, aquelas que evitam o extremo e mantém o equilíbrio das relações. Ademais, é fundamental o engajamento dos políticos que devem priorizar a harmonia social em detrimento de seus interesses particulares, garantindo uma melhor vida à população.

Sendo assim, verifica-se a profundidade dos estudos aristotélicos e a sua importância para melhor compreender alguns aspectos históricos da Antiguidade e que podem facilitar o entendimento das abordagens sociais recentes, uma vez que não são fatos isolados e estão ligados por marcos temporais. Por isso, é extremamente aconselhável a leitura da obra A Política, à medida que amplia a análise crítica do leitor diante dos acontecimentos que o cercam e permite a sua reavaliação como cidadão e membro de um determinado contexto de maneira análoga ao descrito no livro, mas possuindo a liberdade de refutar aquilo que não lhe parece conveniente e correto.