Resenha - Dois perdidos numa noite suja, plinio marcos
Por: kamys17 • 28/12/2017 • 1.203 Palavras (5 Páginas) • 455 Visualizações
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O interiorano então conta ao paco que pensa em fazer um assalto a algum casal que estivesse no parque da cidade com o revolver que ganhara para que pudessem conseguir dinheiro e comprar os itens que desejavam para sair da situação que viviam. Após planejar como fazer tal ato, e Tonho deixar bem claro que paco apenas seguiria suas ordens, os dois saem para tal ação. Ao chegarem no quarto, discutem sobre o que aconteceu. O flautista ignorou o combinado e no assalto bateu com um porrete no namorado do parque, Tonho ficou muito aborrecido com o que havia acontecido, e após conversarem sobre os feitos começaram a dividir os frutos do roubo.
Após dividirem as muambas o sapato que o companheiro de Paco almejava não o serviu, pois era muito pequeno para seu pé. E então este momento foi o fim da paciência de Tonho, ele se exalta, coloca uma bala no tambor de seu revolver e avança sobre paco. Após discutirem e Paco sofrer da raiva e frustração de seu colega, Tonho ao final fuzila com o revolver a cara do flautista, pega todos os pertences diz ser “Tonho maluco, o perigoso” e sai com as bugigangas cantando e dançando.
4. APRECIAÇÃO
Na obra, Plinio retrata de uma forma muito próxima a marginalidade de dois rapazes a parte da sociedade, desprovidos de qualquer oportunidade digna para sua ascensão social e para a melhoria da sua qualidade de vida. Em Dois Perdidos Numa Noite Suja a simplicidade do personagem Tonho faz com que ele interprete sua falta de oportunidade com relação ao seu sapato, mas longe da sua simples linha de raciocínio o problema é muito maior e muito mais profundo do que apenas seus sapatos. Tanto Tonho quando Paco sofrem da miserabilidade causada pelas oportunidades abstraídas de suas vidas por suas origens simples, a falta de estudo completo e de suas especializações para um melhor enquadramento no mercado de trabalho. Não vendo outra saída para seus problemas, já que o dinheiro que ganhavam mal dava para pagar seu sustento alimentar e seu quarto hoteleiro barato, os jovens cogitam uma saída rápida e iludidamente mais fácil usada por muitos, o crime.
O livro aponta uma questão muito importante socialmente, a invisibilidade social que atingi esses indivíduos as margens da sociedade, fora da utopia genérica criada pela sociedade a qual mostra-se o que deve falar, vestir, usar, comprar, e tudo que for fora disso não tem importância nem é devidamente visto por essa sociedade. Os dois colegas de quarto tentam assimilar de sua maneira essas diferenças sociais que sofrem e atribuem a diversos itens e modos, quando na verdade o preconceito, a invisibilidade social e a marginalização atribuída a eles não oferecem espaço para que possam ser vistos, compreendidos e mudados de acordo com o que seria a ideologia social de sua época e de seu meio.
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