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PROJETO INTEGRADOR

Por:   •  28/3/2018  •  2.502 Palavras (11 Páginas)  •  268 Visualizações

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O projeto está organizado em quatro capítulos. No primeiro capítulo será abordado sobre a pedofilia na igreja dentro do campo psicológico e traçar algumas características de um pedófilo religioso. No segundo capítulo terá abrangência nos casos de pedofilia comprovados internacionalmente, e posteriormente no terceiro capítulo o âmbito será voltado aos casos brasileiros. Por fim no quarto capítulo retratará sobre a proteção dos pedófilos religiosos por parte da igreja e as impunidades que abrangem esse assunto.

PEDOFILIA NA IGREJA: ATÉ QUE PONTO PODEMOS IR EM NOME DA FÉ?

- PEDOFILIA E SEU ÂMBITO NA PSICOLOGIA

A pedofilia é um tema que consterna a sociedade há muitos anos e vem sendo instrumento de estudo em diversas áreas, dentre elas a psicologia. Tal violência sexual envolve a criança que por sua vez ainda não possui aparelho psíquico eficientemente estruturado para compreender o ato libidinal desse adulto.

Freud (1905) atribui as diversas formas de práticas sexuais que fogem do padrão social, de “perversão”, do latim (pervertere); em sua obra “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905) ” tratou a pedofilia como um desvio ao objeto sexual, sendo assim um indivíduo sexualmente imaturo. Ao escrever sobre a sexualidade infantil, Freud elaborou um minucioso e complexo processo de evolução da sexualidade, onde em algum momento se o processo natural for alterado, haverá repercussões graves para o resto da vida; a pedofilia é uma dessas repercussões, e, sua fonte está segundo as teorias psicanalíticas no equivocado desenvolvimento da sexualidade da pessoa quando criança. Em outras palavras, a pedofilia é movida por um ciclo, na maioria das vezes o abusado vira o abusador.

Em seus conceitos sobre perversão, Freud (1915), atribuiu novos conceitos que tem por nome “renegação”; tal processo ocorre quando a criança, até certa idade, acredita que todas as pessoas, diferentemente de sexo, possuem pênis. Para a criança, em seu consentimento absoluto o pênis é o maior representante de força e poder, e então idealiza e o transforma em um símbolo de onipotência. Posteriormente a criança percebe a diferença entre sexos, vivencia a angústia de castração pois acredita que quem não possui pênis, foi penalizado por algo. Então o significado que o órgão genital masculino tivera, transfere-se para outro objeto. No caso da pedofilia o significado transfere-se a uma criança e para o adulto a vítima não é parceira na relação, mas sim um objeto indefeso.

Outros autores formularam teorias sobre o assunto, e nota‐se que ambas tratam o pedófilo como um ser em separado, não mais fazendo parte do gênero “criminosos sexuais” como eram tratados em outras teorias biológicas e sociológicas.

Vale também ressaltar a importância de Carl Gustave Jung, que em análise sobre o comportamento do homem, identificou duas figuras, a “persona” e a sombra”, que ajudam a explicar as variações dos tipos de pedófilos. Tais teorias nos direcionam para saber analisar e compreender que todos e quaisquer criminosos se dividem em causas e efeitos, circunstâncias e resultados.

2.1 QUAL O PERFIL DE UM PEDÓFILO RELIGIOSO?

O ato pedofílico é uma traição. A criança é traída em sua confiança no adulto e no mundo adulto. Em outros casos a família também é traída; são aquelas histórias em que o abusador é de confiança dos familiares, como por exemplo, amigos, companheiro de trabalho, e em sua extensão mais perplexa, o representante de Deus.

A pedofilia na igreja não é mais frequente do que fora dela, porém é mais pungente, pois tal ato é ofensivo e mais lesivo. A entidade religiosa que comete tal traição insídia não só a confiança da criança ou da família da vítima, mas – e pior – trai também a confiança na divindade, a qual, por princípio, representa.

Em sua maioria, os pedófilos religiosos passam uma boa imagem para a sociedade, porém não possuem controle interno e seus desejos sexuais desviantes da normalidade tanto social como religiosa, que tentara esconder, aflora. Conquistam a criança e também a família, utilizam o mecanismo chamado de pressão psicológica ou abuso psicológico (quando uma pessoa submete ou expõe outra a um comportamento que pode ressaltar em traumas), para que a vítima não revele tão ato tão repugnante. Normalmente esses pedófilos são voltados para a sua própria satisfação, possuem a concepção de estar fazendo o melhor para a criança, e alegam culpa as vítimas por se “insinuar” demais.

2.2 PORQUE A MAIORIA DAS PESSOAS TEM MEDO DE ASSOCIAR UM CRIME A UMA ENTIDADE RELIGIOSA?

É um grande desafio falar de um tema que até hoje enfatiza um “silêncio”; o tabu que a pedofilia manifesta ainda é mais abrangente quanto tal delito é associado a quem menos desconfia-se. Correlacionar tais crimes a entidades religiosas, falar de fé e principalmente ir de encontro a quem propicia ela, causa medo e receio. A sociedade deve perder esse medo, e começar a se questionar que tais delitos não são só pecados, mas sim crimes que precisam de punições. As leis são para todos e por todos devem ser respeitadas. Indagar, duvidar e relacionar crimes a entidades religiosas não faz tal sujeito menos ou mais religioso. O que fere moralmente a fé é fechar os olhos para a real situação.

É fato que nem todos religiosos são pedófilos, e não se pode condenar toda instituição. Como em uma grande floresta, onde as árvores trabalham silenciosamente em sua determinada função, quando caem algumas, o estrondo é grande. São assim os religiosos pedófilos, quando “caem” fazem um estrondo, mais existem aqueles que se dedicam em sua função com honestidade, fraternidade e sacrifícios. Aqui eis dois pontos: reconhecer o erro presente na instituição, porém não culpar toda ela. Ao compreender tais pontos de vista, destruímos um pensamento unilateral de que a sociedade eclesiástica ou é perfeita e autossuficiente, ou é pecadora em toda sua extensão. Em todos âmbitos, possuem exceções, faces e extensões.

- PEDOFILIA NA RELIGIÃO NO CONTEXTO INTERNACIONAL

A igreja vem sofrendo ao ser alvo de várias denúncias de abusos contra a criança. Em alguns casos os pedófilos são afastados de seu cargo, porém poucos foram julgados perante a lei. Tais fato percorrem o mundo inteiro e há denúncias contra a instituição tanto pela pratica como pelo acobertamento. Em sua maioria a igreja tenta omitir para não gerar um “olhar

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