A Economia política na visão clássica
Por: Jose.Nascimento • 11/9/2018 • 2.368 Palavras (10 Páginas) • 266 Visualizações
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Com isso cria-se uma atitude conformista que com as ocorrências da vida decorrem as leis da natureza, e por outro lado, uma atitude de condenação de toda e qualquer intervenção na vida econômica sendo preconizada a total liberdade econômica.
No efeito há duas crises: crise de subprodução e sobreprodução. A primeira trata em uma diminuição das quantidades produzidas implicando assim em uma subida de preços e disso resulta um aumento de oferta, pois, aos agricultores e empresários se sentirão encorajados a aumentar sua produção para aproveitar a subida de preços. Já a sobreprodução é um processo idêntico, porém, inverso. Verificar-se-ia um aumento de produção e consequentemente uma descida de preços. Com esses mecanismos se asseguraria sempre o equilíbrio, pois o preço conduziria a produção ao nível de equilíbrio.
Com isso os clássicos elaboravam leis de validade universal que regulavam a atividade econômica, e a isso se deve a formulação de algumas dessas leis consideradas fundamentais para a compreensão do funcionamento da ordem econômica como a Lei do Interesse pessoal que explicita que cada indivíduo procurava sua realização econômica, sendo esse o motor da sociedade. De acordo com essa ideia os clássicos preconizavam a liberdade de cada indivíduo.
Adam Smith
Adam Smith era defensor do chamado Laissez Faire, que se referia ao “Estado Mínimo”. Ele defendia a tese de que o estado deveria intervir a menos possível nos negócios e na economia, pois os governos eram corruptos e ineficientes.
Smith defendia a liberdade do individuo e acreditava que na procura dos próprios interesses, cada um em sua particularidade contribuiria para toda a sociedade, assim o bem individual se torna um bem coletivo.
Jean-Baptiste Say
Teoria do Valor
Jean-Baptiste Say foi o mais destacado francês representante da escola clássica, ele concebia a economia política como uma fisiologia do corpo social, como ciência que independe da política. Sustentava a Teoria do Valor que sucedeu a de Smith e Ricardo, e tinha a concepção de que “O valor de uma coisa é o resultado da avaliação contraditória feita entre os que dela tem necessidade, ou que a procura, e o que a produz, ou oferece.” Salientava ainda que “o preço dos produtos se estabelece á taxa determinada pelos custos de produção, o autor conclui portanto que “não são os gastos que se fazem para produzir que determinam o preço que o consumidor consente em pagar, é unicamente sua utilidade”. Para ele “ A qualidade que faz com que uma coisa tenha valor é, evidentemente sua utilidade.” Ou seja, a utilidade é o elemento determinante da fixação de preço.
“A teoria dos Três Fatores de Produção”
Say acaba criando outra teoria denominada “A teoria dos Três Fatores de Produção”. Denomina-se a essa teoria a efetuação da produção a três fatores: natureza, trabalho e capital, sendo esses três portadores de serviços produtivos. Segundo a concepção de Say, quer a terra, quer o trabalho, quer o capital trazem uma contribuição natural para a produção de recursos. A figura do empresário para Say, é um agente principal de produção que efetua a aplicação da ciência da necessidade do homem.
A Lei dos Mercados dos Produtos
Say elaborou ainda A Lei dos Mercados dos Produtos (Lei de Say), essa dizia simplesmente que haveria sempre demanda suficiente, para absorver a produção, qualquer que seja o nível desta. Este resultado é obtido a partir da adoção das seguintes premissas: Produzir é querer comprar e Produzir é poder comprar. Em outras palavras a lei de Say pressupõe que os requisitos para a existência de demanda efetiva das mercadorias se acham implícitos no ato de produção das mesmas.
Thomas Robert Malthus
O Princípio da População
Malthus foi um economista clássico cujo seu pensamento teve importante influência. O seu princípio da população informou toda a teoria clássica da repartição do rendimento e do desenvolvimento econômico, com esse princípio Malthus procurava demonstrar que a riqueza das nações pode aumentar sem que dela se beneficiem todos os indivíduos, bastando, apenas que a população aumente em maior medida do que em quantidade de bens disponíveis. O princípio da população poderá, pois, resumir-se como uma pressão da população (com tendência a crescer) sobre as subsistências, ou seja, se não houver quaisquer obstáculos, a população duplicaria todos os 25 anos, aumentando uma progressão geométrica, enquanto as subsistências aumentariam apenas segundo uma progressão aritmética. Daí que segundo Malthus “Um homem que nasce num mundo já ocupado, se a sua família não pode alimentá-lo ou se a sociedade não pode utilizar o seu trabalho, não tem direito de reclamar uma porção qualquer de alimentos. Ele está realmente a mais sobre a terra”.
A Teoria da Renda
Malthus preocupou-se em explicar os elevados preços de trigo que havia na Inglaterra em 1815 que segundo ele “o estado existente da renda natural da terra é necessário para a produção atual e que o preço do produto, num país que progrida, deve ser quase exatamente igual ao custo de produção na terra, sendo assim, é evidente que o preço não pode ser menor, pois, se fosse o capital não seria empregado”.
Logo, se vê como esta teoria permitia a Malthus justificar os preços altos do trigo naquela época, já que ele argumentava que o preço do trigo é mais caro em países ricos. Com isso Malthus considerava a diminuição dos impostos sobre a agricultura como meio imprescindível ao desenvolvimento da Economia.
O Problema da Procura Efetiva
Nisso o autor se debruça sobre as crises de desemprego que o capitalismo vinha apresentando, criticando na sua análise o otimismo inerente à Lei de Say, considerando ela errada, admitindo que fossem possíveis sim crises de sobreprodução. Malthus considerava que “Quando os lucros são fracos e incertos, quando os capitalistas não sabem como empregar com segurança, os seus capitais e quando, por esse motivo, os fundos passam para o estrangeiro, as circunstâncias demonstram que não existe uma procura efetiva de capitais no país”.
Malthus explicou o desemprego conforme o princípio da população, pois o superpovoamento impedia não só que a sociedade alimentasse
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