Segundo Lima (2005:1), a concorrência foi sempre um pressuposto fundamental para o funcionamento da economia capitalista

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sejam produzidos a partir da matéria-prima (I). Supondo que a empresa domine o mercado de factores no qual opera, nesse caso a função da produção de derivados seria:

D=q(I)

Onde:

D - quantidade produzida do produto final (derivados);

I - quantidade utilizada de matéria-prima;

q - forma implícita da função de produção que liga I a D.

O lucro da indústria processadora na produção de derivados seria:

π=q(I)∙Pd-I∙Pi-σ

Onde:

π - Lucro do processador na produção de derivados

Pd - preço dos derivados;

Pi - preço da matéria-prima, que depende da quantidade comprada desse produto pelo processador

σ - Custo de outras matérias-primas usados na produção de derivados

A condição de primeira ordem de maximização do lucro do monopsonista seria obtida, derivando-se a segunda equação, com respeito à quantidade de matéria-prima que seria comprada. Assim teremos:

(dq (S))/dS∙P_(D=ao valor do produto marginal da materia prima e;)

S∙(dP_S)/dS+P_(S=ao custo marginal de (S)na producao de (D))

Nota-se que, o produto marginal mede quanto a última unidade de matéria-prima utilizada acrescenta à receita proveniente da venda dos derivados, enquanto o custo marginal de (S) indica quanto custou, ao monopsonista, a última unidade de matéria-prima adquirida. A quantidade de matéria-prima a ser comprada para maximizar o lucro do monopsonista seria dada pela igualdade entre o valor do produto marginal de (S) e o seu custo marginal.

3. Mercado de factores com poder de monopsónio

De acordo com Pindyck (2002:364), o mercado de factores com poder de monopsónio, é caracterizado por:

Apresentar um número elevado de fornecedores de matéria-prima e do outro, lado uma empresa que compra e processa esta matéria-prima.

Presença de um único comprador para o produto, mesmo que, do outro lado, haja um número de vendedores consideráveis. O monopsonista geralmente não é um consumidor final do produto, mas apenas intermediário;

Compra de bens a preços inferiores ao seu gasto marginal porque se enfrenta a uma curva de oferta de gasto médio ;

4. Poder de monopsónio

Falar do poder do monopsónio é especialmente falar do poder que os compradores têm de influenciar os preços dos produtos no mercado. Este poder confere ao comprador benefício, pelo facto de poder comprar o produto por um preço mais baixo, comparado com um mercado competitivo.

De acordo com Perloff citado por Carvalho (2005:328), o poder de monopsónio é a habilidade de pagar, por um insumo, preços menores do que o preço que seria pago num mercado competitivo, mantendo lucros económicos no longo prazo. Esse efeito pode ser evidenciado no caso de um monopsónio, em que haveria um único comprador de produto agrícola, o qual actuaria num mercado competitivo na venda do produto final.

Pindyck (2002:365) salienta que, no mercado competitivo, o preço e o valor marginal são iguais. No entanto, um comprador monopsonista pode adquirir a mercadoria por preço mais baixo do que seu valor marginal, independente do custo de produção no produtor.

Ainda segundo o mesmo autor, a extensão da redução no preço depende da elasticidade da oferta com o qual o comprador se defronta. Se a oferta for muito elástica a redução do preço será pequena, mas com uma oferta muito inelástica a redução será grande, e o comprador terá um grande poder de monopsónio.

4.1. Fontes do poder do monopsónio

O poder de monopsónio depende segundo Pindyck (1998:366) de três factores importantes:

A elasticidade da oferta do mercado;

O número de compradores actuando no mercado e;

A forma de interacção por parte desses compradores.

4.1.1. Elasticidade da oferta do mercado

Um monopsonista se beneficia porque se enfrenta a uma curva de oferta dependente positiva porque o gasto marginal é superior ao gasto médio. Quanto menor for elástica a curva de oferta, maior será a diferença entre o gasto marginal e o gasto médio mas, o poder do monopsónio tem o comprador. Se for um comprador num mercado, seu poder de compra depende totalmente da elasticidade da oferta do mercado. Se a oferta for muto elástica, o poder do monopsónio é tem muito poucas vantagens pelo facto de ser o único comprador.

4.1.2. Número de compradores

Em relação ao número de compradores, Pindyck (2002:366) ensina-nos que, a maioria dos mercados tem mais de um comprador e, o número de compradores é um importante determinante do poder do monopsónio. Quando o número de compradores é muito grande, nenhum deles pode influenciar significativamente o preço. Portanto, cada um se enfrenta a uma curva de oferta muito elástica e o mercado é quase totalmente competitivo. O potencial para o poder do monopsónio surge quando o número de compradores é limitado.

4.1.3. Relação entre os compradores

O pode do monopsónio, também depende da relação e competição entre os compradores. Se quatro compradores competirem agressivamente entre si, elevarão o preço dos bens até quase o valor marginal do produto, significando assim que terão pouco poder de monopsónio.

Por outro lado, se competirem menos agressivamente, ou até se unirem, os preços não apresentarão muita elevação, e o grau de poder de monopsónio poderá ser quase tão alto quanto se existisse apenas um comprador actuando no mercado.

Considerações finais

O Monopsónio é uma forma de mercado com inúmeros vendedores ou fornecedores de produtos finais, e apenas um comprador chamado de monopsonista, ou melhor, é um tipo de competição imperfeita do mercado, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um vendedor e vários compradores. A avaliação do poder do monopsónio sobre o bem-estar do