A REDE URBANA NO BRASIL: Potencialidades e Limites ao desenvolvimento econômico, social e ambiental
Por: Salezio.Francisco • 10/8/2018 • 1.817 Palavras (8 Páginas) • 495 Visualizações
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Como podemos observar, o REGIC 2007 do IBGE considera em seu estudo preponderantemente fatores populacionais. O que leva a uma rede urbana concentrada nos grandes centros urbanos, São Paulo, como a grande polarizadora nacional ao lado do Rio de Janeiro.
O mapa abaixo, subtraído do REGIC 2007 evidencia essa malha urbana brasileira a partir das duas metrópoles. Vejamos.Mapa 1 - Hierarquia Urbana Brasileira - REGIC 2007
[pic 3]
Fonte: REGIC, 2007.
De forma semelhante, o estudo do IBGE considera essa rede a partir dos centros de controle da malha urbana brasileira, ou seja, uma rede formada a partir dos centros não necessariamente econômicos mas de poder de decisão. Na prática tal cenário não se modifica fortemente, mantendo a hierarquia urbana idêntica. Vejamos
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Mapa 2 - Rede Urbana - Gestão do Território.
[pic 4]
Fonte: REGIC, 2007.
Outra forma de analisarmos a rede urbana se dá através de outras variáveis tais como voos de cargas e de passageiros, ligações telefônicas, entre outras. Esses indicadores nos mostram a quão polarizadora pode ser uma dada região ou cidade. Nesse contexto, uma cidade polarizadora no mais alto grau de centralidade, seria àquela de destino e origem do maior número de voos, de ligações telefônicas, agências bancárias, etc. O mapa abaixo ilustra essa movimentação considerando os voos de passageiros e de cargas. Vejamos.
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Mapa 3 - Fluxo de voos comerciais e de cargas.
[pic 5]
Fonte: REGIC, 2007.
Como já colocado anteriormente, a formação da rede urbana brasileira é resultado do próprio processo de formação econômica do Brasil, considerando todos os seus aspectos sociais, políticos e econômicos. A própria densidade urbana, no mapa abaixo, evidencia essa característica.
Nesse contexto, o processo de industrialização brasileira a partir dos anos 1950, fundamentalmente amplificou as desigualdades regionais já existentes, gerando uma profunda concentração dos centros de decisão das regiões centro-sul do Brasil.
O que procuramos nesse estudo será analisar esse cenário considerando outras variáveis para além das já citadas econômicas e populacionais. Para tanto considerar outras características é fundamental. Não se trata de construir um cenário de rede urbana hierarquizada a partir de várias variáveis, mas sim identificar elos nessa rede que transponham o caráter eminentemente econômico. Vejamos o mapa da densidade populacional, que mostra entre outras coisas como se consolidou o desenvolvimento econômico brasileiro. Vejamos.
Mapa 4 - Densidade Demográfica - 2010.
[pic 6]
Fonte: REGIC, 2007.
Por fim, podemos identificar, no que tange à centralidade urbana, basicamente oito níveis de influência, que vai da centralidade mais forte, notadamente as maiores capitais brasileiras, à mais fraca, onde se concentram a grande maioria dos mais de 5.000 municípios brasileiros. Vejamos.
Tabela 1 - Níveis de Centralidade das Cidades Brasileiras.
[pic 7]
Fonte: Fonte: IPEA; IBGE. Caracterização e tendências da rede urbana do Brasil: estudos básicos para caracterização da rede urbana. Brasília: IPEA, 2001, p.42
Apenas a título de ilustração, quando considerados a rede urbana do estado de São Paulo, diferentemente do Brasil, nota-se uma rede muito mais espraiada no território, resultado do grande desenvolvimento econômico atingido nesse estado (berço da industrialização brasileira), diferentemente do que ocorre com o mapa do Brasil. Vejamos.
Mapa 5 - Rede Urbana de São Paulo - 2007.
[pic 8]
Fonte: REGIC, 2007.
6. O ÍNDICE DE CENTRALIDADE URBANA - ICU
Considerando o que discutimos acima, cujo trabalho do IBGE bem sistematizou, encontramos uma situação não muito diversa do ICT desenvolvido nesse trabalho. Considerando o ÍNDICE GERAL, o mais apropriado para esse trabalho, e adotando como corte cidades com índice acima de 0,70, observam-se nessa categoria as cidades médias e grandes brasileiras. Contudo o resultado alcançado traça um cenário diverso daquele esperado, na medida em que muitas grandes e médias cidades, consideradas importantes e nós de intersecção no cenário brasileiro, aparecem abaixo desse índice de corte apontado, como a cidade do Rio de Janeiro, que alcança um índice de 0,638. O que pode explicar essa situação, em grande medida, foi a exclusão dos indicadores relacionados ao mercado de trabalho, e por outro lado, considerarmos indicadores de desenvolvimento humano, ambiental e de saúde, como fundamentais, o que pode puxar para baixo o indicador de algumas cidades, que pese serem hierarquicamente fundamentais do ponto de vista da economia brasileira.
A rede urbana em qualquer país, evidencia os ''nós'' econômicos, políticos e sociais de uma sociedade. Nesse sentido, sua compreensão é de fundamental importância para a elaboração de políticas públicas de desenvolvimento econômico, regional, educacional, de saúde, ambiental, entre outros.
É evidente que essa hierarquia, construída a partir desses "nós'' urbanos, na grande maioria das vezes resulta do processo de urbanização a que fora submetido o país. No caso particular do Brasil, essa urbanização está intimamente ligada ao seu processo de industrialização, que estabeleceu em seus centros de maior dinamismo econômico, os centros de comando hierárquicos urbanos.
O propósito dessa pesquisa, ainda inacabada e cujos melhoramentos podem e serão contemplados futuramente, foi o de tentar, ainda que de maneira superficial, construir uma abordagem alternativa e compreender a hierarquia urbana brasileira a partir de uma ótica diferente, que considerasse critérios para além daqueles estritamente econômicos.
O resultado
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