Resenha fraudes corporativas
Por: Kleber.Oliveira • 16/1/2018 • 965 Palavras (4 Páginas) • 374 Visualizações
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Ao contrário do que o senso comum imagina, o auditor independente não tem a missão de buscar fraudes. As normas que regem a profissão no Brasil e no exterior determinam que ele deve estar atento ao risco de sua ocorrência e, assim, testar os controles da empresa por amostragem, analisar a estrutura de governança e solicitar o diagnóstico de especialistas para apurar operações fora de sua área de conhecimento, dentre outros procedimentos. Mas, ao final, seu julgamento confere uma asseguração razoável das demonstrações contábeis; não é (nem poderia ser) um atestado antifraude.
Se o auditor independente foi cúmplice no ilícito, deve ser responsabilizado, mas por sua posição de cumplicidade, que nada tem a ver com a função de auditor. Caso tenha feito um mau trabalho, ignorando indícios de irregularidades e negligenciando a obrigação de alertar a administração (verdadeira responsável pelas demonstrações contábeis e pela condução dos negócios de determinada organização) sobre a fragilidade dos controles, cabe-lhe responder proporcionalmente aos danos causados por sua imperícia. Mas o que acontece na maioria das vezes é o auditor não detectar a fraude por ela estar oculta sob uma aparência de total lisura, mesmo efetuando uma auditoria de qualidade, dentro das normas profissionais.
Se a fraude é um problema universal, as medidas para coibi-la também são. O desafio é construir uma cultura interna que não deixe brechas para sua ocorrência. A auditoria independente faz parte dessa cultura de transparência e observância das normas, mas não tem a pretensão (nem a possibilidade) de ser a protagonista no combate desse mal.
*Idésio Coelho, é presidente do Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
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