O Estudo de Caso Samarco
Por: eduardamaia17 • 2/12/2018 • 1.414 Palavras (6 Páginas) • 282 Visualizações
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Houve 3 fases do programa de educação popular ambiental de Bento Rodrigues, a primeira fase, entre 1997 e 1998, estudantes universitários realizaram um diagnóstico social das demandas da comunidade, a partir daí, foram desenvolvidas ações pontuais para reduzir os elevados índices de desnutrição e verminoses na população local, além de trabalhos na escola para reduzir os níveis de evasão escolar e repetência. Esses trabalhos buscaram melhorar o desempenho dos alunos de primeiro grau por meio da elevação da sua auto-estima, com atividades envolvendo os alunos, de levantamento de aspectos culturais, históricos e naturais de Bento Rodrigues. Para Sérgio Dias houve pouca participação da população nas soluções encontradas para os problemas da comunidade.
A segunda fase, entre 1999 e 2000, foi marcada pela tentativa de fortalecimento da organização comunitária e pela melhoria da infra-estrutura local. A ideia era garantir uma base para que a comunidade resolvesse seus problemas de maneira autônoma. Essa tentativa foi representada principalmente pela criação da Associação Comunitária de Bento Rodrigues. A Samarco participou da criação da associação, mas não tinha representantes formal dentro dela, o que permitia maior independência da comunidade.
A terceira fase, de 2001 a 2003, caracterizou-se pelo incentivo à identificação e ao desenvolvimento de novas propostas de atividades produtivas pelos membros da comunidade, além do exercício sistemático da gestão participativa para a discussão de questões locais relacionadas a educação, meio ambiente, saúde, trabalho e renda, cultura, lazer e cidadania. Teve como princípio orientador a criação de condições para que a própria comunidade seja agente do seu desenvolvimento. A identificação e o desenvolvimento das novas propostas de atividades produtivas foram estimulados e formalizados pela criação da AHOBERO (Associação de Hortigranjeiros de Bento Rodrigues).
Com esse término houve redução no número de repetências entre os alunos de 1 primeira a quarta séries e de evasão escolar, diminuição da carência nutricional e queda de 30% na incidência de verminoses, redução do número de queimadas na região, ampliação das alternativas de trabalho para a população local, como o trabalho com hortaliças e a participação em uma agroindústria local, coordenada pela Ahobero. Para medir esses resultados, a empresa realizou uma avaliação na AHOBERO e também buscou opiniões de professores quanto aos resultados na área educacional.
O Projeto Salvamar
No processo de desenvolvimento de sua Política Ambiental, com vistas à certificação ISSO 14000, a Samarco criou um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) cuja implementação envolveu, entre outras atividades, a elaboração de um Plano de Emergência de Derrame de Óleo. O plano foi elaborado após a capacitação de um grupo de funcionários da planta de Ubu, município costeiro do estado do Espirito Santo, onde a Samarco mantinha um porto construído para escoar a produção de pelotas de minério de ferro da Samarco e também movimentar cargas diversas para consumo da empresa e de terceiros. Um dos funcionários ao participar da capacitação identificou a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido sobre os impactos ambientais de um derrame de óleo no mar junto aos pescadores locais, os quais lançavam o óleo usado pelos motores de seus barcos diretamente ao mar. A ideia consiste em utilizar instalações locais que a Samarco mantinha para reciclagem do óleo utilizado em sua produção, as quais tinham longos períodos de ociosidade, para que o óleo dos barcos de pesca fosse reciclado e revendido pelo preço de custo do processo aos pescadores.
Em maio de 2000 foi lançado pela Samarco o projeto Salvamar com o objetivo de reduzir os resíduos gerados pela atividade pesqueira e turística na praia do Perocão, em Guarapari, e nas praias do município de Anchieta, tonas no estado do Espirito Santo. Com o projeto o objetivo era promover a recuperação da diversidade de peixes e da qualidade da água, por meio da reciclagem e reutilização do óleo queimado pelos motores de barcos pesqueiros. O projeto também buscava conscientizar pescadores e a comunidade local quanto à importância da preservação dos ecossistemas costeiros. Inicialmente, investiu-se na sensibilização dos pescadores e dos empregados da Samarco e na articulação de parcerias com as prefeituras e comunidades costeiras. Em seguida foram instalados coletores de óleo nas áreas em que os pescadores atracavam suas embarcações. Em 2002, a Samarco realizou, a cada dois ou três meses, a coleta e reciclagem do óleo, que era, então, revendido para os pescadores a um preço quatro vezes menor que o óleo novo.
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