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HEURÍSTICAS E VIESES DE DECISÃO: A RACIONALIDADE LIMITADA NO PROCESSO DECISÓRIO

Por:   •  27/11/2018  •  3.358 Palavras (14 Páginas)  •  407 Visualizações

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É possível ocorrer também o viés da recuperação. Por meio de estereótipos pré formados o decisor poder acabar por influenciar sua escolha. Isso, pois ele poderá se basear por alguma memória recente de algo já vivido ou vivenciado por ele. E por fim temos o viés da associação pressuposta. Nesse viés o julgamento será dado pela frequência com que dois eventos podem ocorrer concomitantemente.

Após analisar a heurística da disponibilidade e os vieses que a pertencem, é possível exemplificar esse modelo por meio de um filme. As características presentes no filme O Jogo da Imitação (nome original: The Imitation Game) podem exemplificar bem essa heurística. No filme é possível compreender a dedicação de uma equipe para decifrar um enigma alemão usado para enviar mensagens aos submarinos na Segunda Guerra Mundial. O chefe da equipe cria uma máquina que analisa inúmeras possibilidades de codificações em 18 horas. A semelhança se dá na característica de criar uma máquina capaz de encontrar padrão recente e compará-los, ou seja, a “memória” recente da máquina a ajuda associar códigos e resolve-los. Porém, no dia seguinte seria necessário começar tudo novamente, visto que o padrão era perdido. Se por algum motivo algum código mudasse, a máquina já não seria útil.

Representatividade

Representatividade é a tendência em utilizar estereótipos para realizar julgamentos.

Segundo Bazerman (1994) a Heurística da Representatividade é o julgamento por estereótipo, onde as bases do julgamento são modelos mentais de referência. Os gerentes avaliam a probabilidade de ocorrência de um evento através da similaridade da mesma aos seus estereótipos de acontecimentos semelhantes. Em alguns casos, quando sobre controle, o uso dessa heurística é uma boa aproximação preliminar. Porém em outros, leva a comportamentos que muitos de nós encaramos como irracionais ou moralmente condenáveis - tais como a discriminação. Um problema evidente é o fato de que indivíduos tendem a se basear em tais estratégias, mesmo quando estas informações são insuficientes e há outras de melhor qualidade com base nas quais se pode fazer um julgamento correto.

Um exemplo desta heurística no campo das finanças é crer que o desempenho brilhante de uma organização no passado é “representativo” de um desempenho geral que a empresa continuará a obter no futuro (Boussaidi, 2013).

Vieses da Heurística da Representatividade

Os indivíduos tendem a ignorar as proporções da base na avaliação da probabilidade de eventos, quando é fornecida qualquer outra informação descritiva, mesmo se esta for irrelevante.

Frequentemente, não são capazes de apreciar o papel do tamanho da amostra na avaliação da confiabilidade das informações da mesma.

Esperam que uma sequência de dados gerados por um processo aleatório pareça ser "aleatória", mesmo quando for demasiado curta para que aquelas expectativas sejam estatisticamente válidas.

Tendência a ignorar o fato de que eventos extremos tendem a regredir à média nas tentativas subsequentes.

Julgar erradamente que as conjunções (dois eventos que ocorrem em conjunto) são mais prováveis do que um conjunto mais global de ocorrências do qual a conjunção é um subconjunto.

Ancoragem

Segundo Yu (2011) a heurística de ancoragem refere-se à tomada de decisão a partir de uma “âncora” inicial. Ou seja, uma decisão é tomada a partir de um parâmetro estabelecido. Por exemplo, quando uma pessoa vai comprar um sapato, ela vai a uma loja para saber o preço, depois vai a outra loja para saber o preço do mesmo produto; o preço da primeira loja será o parâmetro utilizado na decisão de compra fazendo-se um comparativo com o preço da segunda loja.

Para Bazerman “O valor inicial ou “âncora”, pode ser sugerido a partir de antecedentes históricos, pela maneira como um problema é apresentado ou por informações aleatórias.” Desse modo, tem-se em experiências vividas soluções para problemas semelhantes, atuais e futuros.

Yu (2011) ressalta que:

No processo decisório, as âncoras servem como referenciais iniciais de grande utilidade, pois simplificam o raciocínio para o estabelecimento dos objetivos de dada decisão. Em contrapartida, no caso de não questionar esses referenciais, o agente de decisão pode escolher objetivos familiares, mas que não necessariamente sejam os mais pertinentes para o sucesso da decisão a ser enfrentada.

Percebe-se a grande utilidade das “âncoras” para nortear as tomadas de decisões, mas é necessário que se tenha cautela ao utilizá-las, pois ao se basear em antecedentes históricos, pode-se estar limitando as possíveis decisões a serem tomadas, a decisões bem sucedidas de problemas anteriores, mas, de contextos distintos, podendo levar a uma decisão equivocada.

Yu (2011) recomenda que para que se minimizem os efeitos da ancoragem na determinação dos objetivos, é preciso que se explorem vários objetivos para o problema, além de analisar se esses objetivos atendem ao problema em questão, e ainda complementa como a necessidade de se buscar opiniões de áreas distintas.

Desse modo, percebe-se a necessidade de se traçar vários objetivos e buscar “âncoras” apropriadas para ao contexto que envolve a decisão a ser tomada, não se prendendo a decisões tomadas anteriormente, que podem não solucionar o problema atual.

Um exemplo de Heurística de ancoragem pode ser encontrado no filme Take Me, comédia dirigida e estrelada por Pat Healy, ao lado de Taylor Schilling, lançado nos EUA em 05 de maio de 2017. O filme conta a história de Ray, dono de uma empresa de simulação de seqüestros. Ele criava pacotes variados baseados em diversos tipos de seqüestros existentes, a fim de agradar a todos os tipos de clientes. No entanto, seus negócios vão de mal a pior quando uma refém pouco convencional acaba cruzando seu caminho. Como ela se comportou de maneira inesperada durante o seqüestro, o serviço oferecido por Ray foi um fracasso. Percebe-se ai o uso de “âncoras” na tomada de decisão do dono dessa empresa ao se basear em modelos prontos de seqüestros, nos quais não funcionaram com a cliente.

OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é mostrar as principais influencias sobre o uso da intuição, dos três tipos principais

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