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Educação Cooperativista e o Processo de Formação do Quadro Funcional

Por:   •  8/4/2018  •  4.214 Palavras (17 Páginas)  •  381 Visualizações

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O intuito da educação cooperativista é difundir ideias, valores, princípios e crenças do cooperativismo, proporcionando uma formação técnica dos seus stakeholders. Ressalta-se que a educação cooperativista está atrelada a capacitação do quadro funcional das cooperativas, pois ela desenvolve habilidades e competências dos profissionais que nela atuam, acarretando no aumento da produtividade e da eficiência nos resultados da cooperativa.

Enfim, para a cooperativa este trabalho poderá servir para rever o seu processo de formação e o nível de capacitação dos seus colaboradores, dirigentes, conselheiros e caso seja necessário, implementar novas práticas de formação.

Reconhecendo essa importância para o cooperativismo o trabalho teve como procedimentos a pesquisa de campo por meio de questionário com questões abertas e fechadas aplicado aos stakeholders para verificar o funcionamento e seus resultados.

- FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

A educação é imprescindível na vida de todas as pessoas. Neste sentido, alguns autores apresentam conceitos direcionados a esta área como veremos abaixo.

Chiavenato (2004, p. 401) define educação como “toda influência que o ser humano recebe do ambiente social, durante a sua existência, no sentido de ser adaptar a normas e valores sociais vigentes e aceitos”.

Enquanto que Zanco e Vandresen (2013, p. 1) relatam que a educação como “um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano, visando a sua melhor integração individual, social e profissional”.

Marques (1996 apud BASSO, 2010, p. 29) afirma que:

A educação se cumpre num diálogo de saberes, não em simples troca de informações, nem em mero assentimento acrítico a proposições alheias, mas na busca do entendimento compartilhado entre todos os que participam da mesma comunidade de vida, de trabalho, de uma comunidade discursiva de argumentação.

Da mesma forma, acontece com a educação cooperativista, pois “a capacitação é o que viabiliza a cooperativa como empresa, enfatiza a formação e o aperfeiçoamento técnico”, (FERREIRA; SILVA, 2015, p.45).

Segundo Baioto (2008, p. 21) “a educação cooperativa identifica-se como um meio para mudanças de padrões e não como um fim em si mesmo ou treinamento e repasse de conhecimento. Até porque, a educação é considerada um processo de diálogo pertinente e criativo”.

Salienta-se que a:

A educação cooperativista sempre foi uma ação relevante para as cooperativas e, por isso, merecedora da atenção de estudiosos presentes no mundo todo. Antes mesmo de ser oficialmente criada a primeira cooperativa em 1844, a sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale Ltda, ou então chamados socialistas utópicos, como Robert Owen e Charles Fourier, já colocavam na pauta de suas discussões, seja nos grupos de estudo ou de trabalho, aspectos relativos à educação do homem, principalmente no que diz respeito à valorização humana, com vistas à melhoria das condições de vida do tecido social. Nas próprias palavras de Owen, a educação seria a pedra filosofal capaz de transformar o comportamento existencial da sociedade e criar uma estirpe nacional de cidadãos, (ROSA, AMODEO, SOUZA, 2012, p. 12).

Segundo Baioto (2008, p.15) “a educação cooperativa solidária visa potencializar formas de construções coletivas e interpessoais entre os trabalhadores, como forma possível de organização de trabalho”.

Na visão de Rodrigues e Barrinha (2015, p. 59) os princípios cooperativos são uma forma de orientar, mas só é possível se forem instrumentalizados por meio do princípio da Educação, cujo qual é mantido pela Aliança Internacional, onde se afirma que cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, representantes eleitos, administradores e funcionários para que eles possam contribuir para o desenvolvimento da cooperativa que pertencem.

Schneider (2003 apud Baioto, 2008, p.43) complementa Rodrigues e Barrinha, relatando a importância do quinto princípio cooperativo:

Embora princípios cooperativos sejam hierarquicamente iguais, o princípio de educação é conhecido como “regra de ouro”, uma vez que sua existência e aplicação proporcionam o melhor entendimento dos demais princípios e valores cooperativos. È através da educação que se torna possível entender o conteúdo de tais princípios, elaborar estatutos, entender a lei das cooperativas, bem como os direitos e deveres dos sócios, e entender a sistemática do processo de funcionamento das cooperativas como instituição e empresa. O compromisso das cooperativas com a educação é muito antigo, pois, durante a trajetória da formação e vigência dos princípios, a educação sempre esteve presente no elenco dos princípios, e obteve mais ou menos prioridade. Na atualidade a Declaração da ACI deixa bem clara a sua importância para o movimento cooperativo. A ideia de educação é acompanhada por informação e capacitação aos sócios e é estendida aos empregados, jovens e lideres de opinião.

Benato (2002 apud SANTOS; ROQUETE, 2013, p. 6), enfatiza que o objetivo de um programa de educação cooperativista é:

Dar condições aos dirigentes, associados e funcionários de conhecer os fundamentos do cooperativismo, a história, as propostas filosóficas, econômicas e sociais, de modo a capacitar cada um para exercer suas funções com eficácia e em beneficio da cooperativa. É importante que os dirigentes entendam as peculiaridades da cooperativa. Os funcionários deverão ter consciência de que os associados são os donos da cooperativa. O associado deverá saber que têm direitos e obrigações, sendo que a principal delas é a lealdade com a cooperativa. Um bom programa de educação cooperativista informa e forma as pessoas conscientes e comprometidas com o sucesso do empreendimento.

Schneider (2003, apud FELLER, 2012, p. 3) acrescenta que:

A educação visa explorar as potencialidades e habilidades de cada individuo e fazer com que o ser humano pense, reflita, discuta e haja. Pretende-se que a pessoa conheça a sua organização e se encontre com sua realidade. Deseja-se, por meio de um processo gradual, despertar o interesse das pessoas e motivá-las para que possam participar ativamente em suas instituições e serem agentes de melhoria ou de transformação de tal realidade.

Watkins (1989 apud SOUZA et al, 2009, p.205) ressalta

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