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A CONCRETIZAÇÃO DA HISTORICIDADE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Por:   •  31/10/2018  •  6.603 Palavras (27 Páginas)  •  353 Visualizações

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Segundo Brasil (1998) a Educação Inclusiva vê o aluno com deficiência como um sujeito global e único. A educação inclusiva constitui-se em estratégias de ensino e avaliações que partem de uma premissa em que não é necessário todos os alunos possuírem as mesmas metas educacionais quando aprendem juntos.

Foi graças à Declaração de Salamanca em 1994 que a Educação Inclusiva começou a caminhar rumo a sua regularização. Para entender todo esse avanço é necessário conhecer o que esta declaração propõe.

Ao longo dos séculos a escola tem passado por transformações significativas na tentativa de adequar-se às necessidades de uma sociedade cada vez mais complexa.

Portanto, o interesse pelo tema justifica-se pela preocupação vivenciada pelas professoras pesquisadoras, tendo em vista, que a inclusão educacional do aluno com deficiência é um processo irreversível, sendo então necessário que todos os profissionais da escola sejam conscientizados de seus papéis nesse processo para garantir o aprendizado desses alunos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Ao analisar o período histórico brasileiro nos séculos XVII e XVIII Vieira (2013) afirma que é possível notar que se evidenciam teorias e práticas sociais de discriminação, promovendo infinitas situações de exclusão. A ignorância e rejeição do indivíduo deficiente foram uma das principais características dessa época, a família, a escola e a sociedade em geral condenavam essas pessoas de uma forma extremamente preconceituosa, de modo a segregá-los do meio social.

Segundo Rogalski (2010) historicamente falando a Educação Especial tem sido caracterizada como ensino de pessoas com deficiência, seja ela mental, auditiva, visual, motora, física múltipla ou decorrente de distúrbios evasivos do desenvolvimento, até mesmo pessoas superdotadas também têm integrado o alunado da educação especial.

No Brasil, até a década de 50, praticamente não se falava em Educação Especial. Foi a partir de 1970, que a educação especial passou a ser discutida, tornando-se preocupação dos governos com a criação de instituições públicas e privadas, órgãos normativos federais e estaduais e de classes especiais (ROGALSKI, 2010 p. 2).

Os anos de 1960 e de 1968 foram marcados pela crise da nova Pedagogia e pela articulação de tendência tecnicista. A educação nessa época passou a ser utilizada como ferramenta para o desenvolvimento da economia e após isso, nos anos de 1968 a 1971, a educação, a escola e o ensino foram concebidos como investimentos. Esta nova ideologia que visava a produtividade refletiu nas preocupações didáticas da época, reproduzindo o ensino da disciplina à dimensão técnica, afirmando a neutralidade científica dos métodos (ROMANELLI, 2003, p.15).

É importante dizer que todo o movimento realizado para inserir pessoas com deficiência na rede de ensino regular foi proposto por pessoas intimamente ligadas a essa causa, e é justamente por este fato que para a escola essa é uma ideia relativamente nova, porém, a escola é parte fundamental da nossa sociedade e é justamente por isto que essa inclusão deve se começar por essa instituição.

Há certo receio por parte dos professores quando se diz respeito à Educação Inclusiva, na verdade estes profissionais ainda sentem certo despreparo no que concerne a esta forma de ensino, cabe ao poder público e as autoridades competentes a resolução deste problema com capacitação para estes profissionais.

Além de tratar sobre o que significa a Educação Inclusiva e sua história, também optou-se por tratar a Educação Inclusiva juntamente com a Deficiência Mental e quais as problemáticas que se dão no decorrer deste processo.

É sabido que os fundamentos teórico metodológicos da inclusão escolar centralizam-se numa concepção de educação de qualidade para todos, no respeito à diversidade dos educandos. Assim, em face das mudanças propostas, cada vez mais tem sido reiterada a importância da preparação de profissionais e educadores, em especial do professor de classe comum, para o atendimento das necessidades educativas de todas as crianças, com ou sem deficiências.

Para Paulon (2005) a deficiência mental é um quadro psicopatológico que diz respeito, especificamente, às funções cognitivas. No entanto, tanto os aspectos estruturais quanto os aspectos instrumentais também podem estar alterados. Mas, o que caracteriza a deficiência mental são os atrasos e alterações nas estruturas mentais para o conhecimento. A delimitação e entendimento dessas dificuldades podem ser feitas a partir de diferentes concepções, os quais trarão diferentes consequências à prática daqueles que trabalham com as mesmas.

A deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e para a definição do Atendimento Educacional Especializado, pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo (GOMES,e tal. 2007 p. 140)

O propósito maior da educação a respeito da escola inclusiva deve ser rever as práticas escolares com foco no ser humano, e, se a isso os envolvidos se dispuserem, então, a inclusão efetivamente acontecerá.

É muito fácil denominar as politicas publicas como culpado, o Sistema Capitalista, em que se vive, pela exclusão escolar, e é ingênuo pensar que políticas públicas são redentoras para a educação.

Ainda para Gomes (et al., 2007, p. 147) a Convenção da Guatemala, internalizada à Constituição Brasileira pelo Decreto nº 3.956/2001, no seu artigo 1ª define deficiência como [...] “uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social”. Essa definição ratifica a deficiência como uma situação.

Há ainda a falta de informação no que se refere ao ensino para pessoas com Deficiência Mental no nível regular de ensino, por isso muitos profissionais se sentem de certa forma despreparados para atuar na Educação Inclusiva, a própria Declaração de Salamanca afirma que a preparação do profissional que atua na Educação é fator fundamental para a regularização e qualidade da Educação Inclusiva.

Paulon (2005) ao falar da situação em que se encontram esses profissionais relata que uma política educativa que afirme que sobre o professor recaem as esperanças de melhoria da educação brasileira tem como único efeito dar mais um “fardo” a este profissional

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