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Uma História Ilustrada do Cristianismo A Era dos Mártires.

Por:   •  25/4/2018  •  2.608 Palavras (11 Páginas)  •  461 Visualizações

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O judaísmo na Palestina

Devido a sua localização estratégica, a palestina se viu ao longo de sua história, ser cobiçada por vários povos e impérios que a rodeavam. No séc. IV a.C., Alexandre conquistou a Palestina. Entretanto, após a sua morte em 323 a.C., tornaram tempos de grande instabilidade política. Ptolomeu se apoderou do Egito, enquanto que Selêucidas dominou a Síria. E novamente a Palestina tornou-se motivo de discórdia, agora entre os Ptolomeus e os Selêucidas.

Alexandre (que foi o único discípulo de Aristóteles) tinha como ideal em suas conquistas, unificar os povos, principalmente tendo em vista a implantação do pensamento grego. E foi assim que o helenismo surgiu, mesclando elementos gregos com os de outras civilizações a medida que iam sendo conquistadas.

Para os judeus, essas misturas de culturas acabaram criando uma infinidade de deuses, formando uma séria ameaça a crença judaica no Deus único. E dessa época, até o ano 70 d.C., com a destruição de Jerusalém, persistiu o conflito entre o helenismo politeísta e do outro lado, os judeus com o monoteísmo.

O ponto principal desta luta foi a rebelião dos Macabeus, onde o sacerdote Matatias se rebelaram contra o helenismo Selêucida, que queriam impor seus deuses pagãos aos judeus. Até conseguiram resistir a essa influência. Mas João Hircano começou a ceder as tendências helenísticas circunvizinhas, e quando alguns outros judeus se colocaram contra esta influência, desencadeou a perseguição. E no ano 63 a.C., Pompeu depôs o último dos Macabeus, Aristóbulo II.

A política dos romanos era, em geral, tolerante em relação a religião e aos costumes dos povos conquistados. Mas a tolerância romana não contava com a obstinação do povo judeu, que insistiam em render culto somente ao seu Deus. Herodes construiu templos em honra a Roma e a Augusto em Samaria e Cesaréia, tentado com isso implantar o helenismo na Palestina. Mas, quando tentou colocar uma águia de ouro à porta do Templo, houve uma revolta dos judeus, sendo necessário o uso da força para conte-los. Os sucessores de Herodes usaram das mesmas técnicas para tentar implantar o helenismo.

Por essa razão, as rebeliões foram constantes. Arquelau teve de recorrer as tropas romanas contra uma rebelião judaica, nos tempos em que Jesus era apenas um menino. Essas tropas chegaram a crucificar dois mil judeus. Esta é a rebelião citada por Gamaliel em Atos 5.37. Mesmo com essas atrocidades, o partido dos zelotes continuou existindo, tendo grande papel na rebelião de 66 d.C. Tendo como consequência desta afronta aos romanos, a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., por Tito.

Devido a essas lutas, não foi de se estranhar que o judaísmo ganhou aspecto legalista.

Os fariseus eram o partido do povo, e tinham como meta manter o cumprimento da Lei.

Por outro lado, os saduceus eram a aristocracia, que até colaboravam em alguns aspectos com os romanos. Tinham como alvo religioso o culto do Templo, com o mesmo zelo que a Lei representava aos fariseus. Embora, não criam na ressureição e na existência de anjos como os fariseus.

Vendo isso, temos que perceber que o que Jesus criticava nos fariseus, era que deixavam os seres humanos de lado em prol da Lei.

Além desses partidos existiam vários outros. Além dos já citados temos os essênios, os quais eram como ermitões, a quem atribuímos a autoria do “Rolos de Qumran”.

Embora existissem vários partidos e seitas, todos tinham algo em comum: o monoteísmo ético e a esperança escatológica. Pregavam a necessidade de honrar ao Deus único, e mantinham a esperança na vinda do Messias.

De todos os grupos, os fariseus tinham mais chance de sobreviverem após a destruição do Templo, pois baseavam sua fé através da Lei e não do templo como os saduceus. Já tinha certo “costume” em uma adoração longe do templo, visto que herdaram características do período exílico. Por isso o judaísmo que conhecemos hoje vem principalmente da tradição farisaica.

O judaísmo da dispersão

Antes do nascimento de Jesus muitos judeus viviam fora da palestina. Tanto é que durante o império romano havia em muitos lugares do império que contavam ao menos com uma sinagoga. Chegou-se até a construir dois templos no Egito. Mas, essa não era característica dos judeus da “Dispersão” ou Diáspora”, pois não faziam sacrifícios nestes templos e sim, construíam sinagogas.

A Diáspora judaica teve grande importância para o início do cristianismo, pois, foi através dela, que nos trouxe a tradução do Antigo Testamento para o grego. O que foi de grande importância para a propagação da fé naqueles tempos.

Esses judeus se diferenciavam daqueles da palestina, pois, falavam grego e tinham um maior contato com a cultura helenista da época.

No primeiro século muitos judeus da palestina não falavam hebreu (idioma antigo). Entretanto, na região oriental ainda se falava o aramaico. Porém os judeus da Diáspora usavam o grego, assim como todos os povos provenientes das conquistas de Alexandre e sua implantação da cultura helenista.

Devido a essa grande influência da língua grega, foi necessário a tradução do Antigo Testamento para o grego. Denominada de “Septuaginta”, abreviada pelo número romano LXX. Essa nomenclatura provém de uma lenda, de que, o então rei do Egito, Ptolomeu II Filadelfo, ordenou que setenta e dois anciãos hebreus traduzissem a Bíblia independentemente, e ele traduziram trabalhos idênticos entre si. Essa lenda surgiu para dar autoridade aos escritos, “reforçando o aspecto inspirado” (grifo do aluno).

A Septuaginta teve grande importância na igreja primitiva. Sendo essa obra citada pela maioria dos autores do Novo Testamento. A Septuaginta foi tão usada pelos cristãos, que os judeus viram se obrigados a produzir uma outra versão do Antigo Testamento, denominada Aquila.

Como citado, uma característica marcante dos judeus da Dispersão, foi seu contato com o helenismo. Podemos até mesmo dizer que a Septuaginta foi um resultado dessa característica. Como os judeus da Dispersão viviam em contato com outros povos e suas religiões, era necessária uma obra para que também fundamentassem a defesa da sua fé, frente aos que afirmavam ser a fé judaica ridícula, antiquada e ininteligível.

Diante disso, em Alexandria surgiram judeus que associavam a compatibilidade entre o “melhor”

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