Resenha - Jesus - Pagola
Por: Hugo.bassi • 8/12/2018 • 1.209 Palavras (5 Páginas) • 368 Visualizações
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No evangelho de Mateus, o evangelista apresenta Jesus como o “cumprimento da história de Israel” (p.534).
Após a queda de Jerusalém em 70 d.C, o povo judeu ficou de certa forma “órfão”, uma vez que o templo representava a presença de Javé no meio do seu povo. “Agora, destruído o templo, Mateus anuncia que Jesus, o ressuscitado por Deus, vem ocupar seu lugar. Jesus é a nova presença de Deus no mundo.” (p.537). Além disso, o messias é apresentado como “o novo Moisés”, portador da nova lei de Deus. Pagola divide essa “nova lei” em três formulações:
- A “regra de ouro” (Mateus 7.12).
- O “duplo mandamento do amor” (Mateus 22.37-40).
- “O mais importante da lei” (Mateus 23.23).
O terceiro evangelho nos mostra Jesus como o “Salvador”, as “novas de grande alegria para todo o seu povo” (Lucas 2.11), a alegria que brotava como resultado das curas e das libertações dos maus espíritos. Lucas, além de nos apresentar um Messias salvador e libertador (Lucas 4.21), também o apresenta como a “encarnação misericórdia de Deus” (p.539) para com o seu povo.
João apresenta o evangelho mais intimista dentre todos os quatro, “recordando os ditos e os feitos de Jesus à luz de sua ressurreição” (p.541).
O evangelho de João trás consigo uma visão comum presente em todos os outros três relatos dos evangelistas que é a revelação e o entendimento das palavras do mestre que só surgem a partir da observação do seu sofrimento, morte e ressurreição.
Sendo assim, o autor traça a repercussão do impacto da ressurreição nos seguidores mais próximos de Jesus. Sob o impacto desse “fato real”, é toda uma releitura da vida e significado de Jesus que vem processada: “Aquela vida surpreendente e cativante que conheceram de perto e cuja memória guardam viva no coração adquire agora uma profundidade nova” (p. 528).
Esses dois capítulos resumem de maneira bem concisa, mas simultaneamente emocionante o livro de José Antonio Pagola e a visão que o autor busca diligentemente investigar ao longo do seu livro. Eles nos mostram através de uma visão quase que dicotômica o Jesus histórico, humano, Galileu, pobre, ordinário e marginal, de um lado, enquanto do outro podemos observar a figura poderosa, cativante, miraculosa e cheia de vida que é o Cristo, o filho do Deus vivo, o filho do homem. Que uma vez ressurreto se revela novamente como a luz da vida que trás luz sobre tudo aquilo que os discípulos já haviam visto e ouvido, mas ainda não eram capazes de compreender.
Essa belíssima obra é altamente recomendada a todos aqueles que possuem alguma simpatia a pessoa de Jesus e definitivamente é necessária a todos aqueles querem se aprofundar mais nos estudos sobre a vida do Cristo e do Novo Testamento.
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