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EXEGESE DO DIZIMO

Por:   •  5/9/2018  •  2.217 Palavras (9 Páginas)  •  518 Visualizações

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ESTRUTURA LITERÁRIA

I- Regulamentação básica – v. 22

- A instrução: Tu dizimarás...

- O produto a ser dizimado: produto de tua semente... do campo

- Data de entrega: Ano a ano

II- Regulamentação do Dízimo anual - v. 23-26

- Regulamento para a cerimônia de entrega do dízimo – v. 23

- A refeição

- O local

- Os ingredientes

- Razão – Para que aprendas a temer a Javé...

- Instrução alternativa – v. 24-26

- Caso – v. 24

- Os que moram distante

- Os que não têm condições físicas de carregar

- Os que têm dificuldade de ir ao Templo

- Recomendação – v. 25

- Trocar o produto por valores

- Levar os valores ao Templo

- A cerimônia de entrega do dízimo anual – v. 26

III- Regulamentação sobre o dízimo trienal – v. 27-29

- Recomendação preliminar – v. 27

- Destinatário: os levitas

- Razão

- Recomendação básica – v. 28

- Data

- Produto a ser dizimado

- Local de entrega

- Desdobramento – v. 29

Explicação da Estrutura

Este texto apresenta uma regulamentação para o povo de Israel, falando sobre a importância do dízimo para comunidade. Podemos dividi-lo em três partes: regulamentação básica no versículo 22, a regulamentação do dízimo anual nos versículos 23 a 26, trazendo a razão do Dízimo anual (23b) e a instrução alternativa (24-26). E por fim a regulamentação do Dízimo Trienal com a especificação e benção.

Data e Local

Podemos afirmar que Deuteronômio é dividido em três partes, tendo o seu núcleo primitivo Dt. 12-26, escrito no Reino do Norte anterior a queda de Samaria no século VIII. Supõe-se que na época da queda de Samaria alguém levou o manuscrito para o Templo, sendo encontrado no tempo do Rei Josias em 622, conforme II Reis 22,23. Provavelmente Josias acrescentou os versos 24-26 (instrução alternativa) e regulamentação do Dízimo Trienal (versos 27-29).

COMENTÁRIO

I- Regulamentação básica – v. 22

Em Deuteronômio 14 se encontra a primeira regulamentação, orientação para o dízimo. É perceptivo algumas finalidades: primeiro o dízimo deve ser entregue e servir de alimento para comer diante de Javé. Segundo, o dízimo deve ser para ajudar os necessitados (levita, estrangeiro, órfão e viúva) da própria região a cada três anos.

É preciso destacar que o dízimo não era algo restrito do povo de Israel, segundo Dicionário Internacional de Teologia[1], o dízimo era uma prática entre os egípcios, os gregos e os mesopotâmios. Na Bíblia podemos perceber o exemplo de Abrão (Gn. 14.20), que estava em Ur e dizimou para Melquisedeque, outro exemplo é o de Jacó que em Betel fez o voto de dar um dízimo a Deus (Gn28.22), portanto o povo de Israel recebe a cultura do dízimo de outros povos e insere na sua cultura com o crivo da fé, acrescentando uma teologia nesta prática.

A primeira palavra que podemos perceber nesta perícope é dízimo em que se aceita como raiz hebraica ‘sr, a qual tem relação com o verbo árabe ‘ashara, que significa “formar uma comunidade” ou “constituir um grupo”. Esta raiz hebraica aceita como raiz nas palavras: (‘eser), (‘asarâ) dez; (‘asar) dez (só em combinação com outros números); (‘asar) tomar a décima parte de, dizimar; (‘asôr) dezena, décimo.

Com base no verso 22: “Dizimarás, ´asar, todo o produto, tebu`ah, de tua semente, zera´, o que sai, yasa`, do campo sader, ano a ano, xanah” podemos perceber que o texto reforça esta prática ao mencionar duas vezes “Dar dízimo” “darás dízimo” em duas formas verbais, não deixando assim nenhuma dúvida. Com esta atitude o povo traz a lembrança de reconhecer que tanto eles como a terra pertenciam ao Senhor (Lv 25.23).

A instrução é para dizimar todo o produto, totalidade, não parte, o que era de Deus não poderia ser diminuído, da semente que sai do campo, subtende que ninguém poderia ficar sem dizimar, ou seja, conforme a prosperidade do produtor, precisa dizimar ano a ano, periodicamente, Javé deseja fidelidade, honestidade.

II- Regulamentação do Dízimo anual - v. 23-26

“E comerás, `akal, diante de, panim, Javé, teu Eloim, no lugar, maqom, que escolher bahar, para ali habitar, xakan, Seu nome, xem, o dízimo, ma´aser, do teu trigo, dagan, do teu vinho, tirox, e do teu azeite virgem, yisehar, e dos primogênitos, bekor, do teu gado maior, baqar, e das tuas ovelhas, so`n, para que aprendas, Iamad, a temer, yara`, a Javé, teu Eloim, todos os dias, yom.” (v.23)

O ato de entrega deve ser uma Festa de comemoração e o povo tem de comer diante de Javé, através disso é determinado pelo Senhor o tipo de refeição, local e os ingredientes. A cerimônia de entrega vai ser perante Javé, no local em que Ele indicar e que deseja o seu nome ser habitado, dando o entendimento que Javé deseja que o dízimo possa ser entregue num santuário, no Templo de Jerusalém (Josias centralizou o culto). O Senhor sempre deu importância às reuniões periódicas do seu povo, e podemos perceber que Ele faz isso, pois quer um momento de comunhão, regozijo do povo, feliz com Javé e uns com os outros e se alimentando dos frutos da terra.

No entanto, não pode esquecer de que a razão de tudo isso é para que o povo possa aprender a temer a Javé todos os dias. A palavra temer da raiz hebraica (yr’) tem como significado: temeroso, com medo, temor, que pode ser resumida como uma emoção do medo, reverência

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