CARÁTER MASCARADO - O QUE BATMAN NOS ENSINA SOBRE O EVANGELHO?

...

de Paulo de confrontar as heresias e os falsos mestres que pervertiam o evangelho em Éfeso, onde Timóteo estava. E, nessa ótica, vemos que Paulo com seu discurso panegírico a respeito do cristão, não está, simplesmente, fazendo declarações afirmativas sobre uma vida coerente, mas criando um contraste entre o verdadeiro e o falso, o coerente e o incoerente.

Os falsos mestres ensinavam assuntos religiosos e muitos poderiam até ter algumas qualidades que Paulo menciona, mas eram incoerentes em sua espiritualidade. Portanto, o que Paulo está trazendo e o que eu estou expondo aqui não é apenas uma mudança no seu estilo de vida ou em determinadas áreas na sua vida, mas uma conexão inseparável com Deus, as Escrituras e a fé.

O HERÓI DA ETERNIDADE

Por último, Paulo vai pintar um quadro do evangelho na salvação do homem. E eu gostaria de convidar você a mergulhar profundamente, nesses últimos parágrafos, na mais perfeita beleza da eternidade: Cristo!

Cristo é chamado aqui de o mistério da piedade porque só podemos conhecê-lo pelo fato de ele ter se revelado, e ainda assim jamais poderemos conhecê-lo plenamente, pois seu caráter e suas obras transcendem nossa capacidade de compreensão. O Redentor da igreja é imensuravelmente grande e essa grandeza é manifestada neste hino da igreja primitiva.

Hans Bürki destaca que o capítulo não termina com o olhar sobre a igreja, mas com um hino para Cristo. E é em direção desse hino que tudo aponta; a primeira e a última coisa não é a igreja, mas Cristo; não o corpo, mas o cabeça. No entanto, ambos formam uma unidade da forma que os versículos 15 e 16 os conectam.

Esse hino converge na cruz do calvário, onde o Rei da Glória morre debaixo da ira do Pai pelo meu e o seu pecado. E esse mesmo Jesus que ouviu os gritos ensandecidos da multidão: "Crucifica-o, crucifica-o", agora vê os céus abrindo seus portais para recebê-lo. Ao entrar na glória o vitorioso Rei, os céus prorromperam em cânticos efusivos, proclamando: Digno é o Cordeiro... (Ap 5.11,12). Essa é a declaração final, que ecoará sobre toda a terra muito em breve.

O HERÓI QUE NÃO MERECEMOS, MAS PRECISAMOS

No segundo filme da Trilogia, Batman entra em ação para destruir o crime organizado de Gotham com a ajuda do promotor Harvey Dent. Porém, em determinado momento o vilão principal assassina a mulher de Harvey, além de deformar parte do seu rosto, e isso o leva a loucura. Tomado por vingança, o promotor, que antes era símbolo de justiça, mata os envolvidos na morte de sua amada. Batman, para impedir que Harvey (agora Duas Caras) mate uma criança, o agarra e pula com ele do prédio em que estavam.

É aí, então, que vemos o verdadeiro herói nascer. Batman, cheio de feridas, pede ao comissário de polícia que culpe a ele pelos crimes de Harvey e divulgue para a população que foi ele quem matou aquelas pessoas, para que a imagem de Harvey permanecesse limpa perante a sociedade. No último ato do filme, vemos uma ilustração da cruz. O símbolo incorruptível de justiça se faz criminoso. Um herói que assume os crimes do vilão e toma sobre si toda a perseguição e sofrimento. Um herói que carrega as dores de um assassino. Quando o filho do comissário pergunta ao seu pai porque Batman está fugindo, ele responde: “Porque ele é o herói que merecemos, mas não o que precisamos agora!”

De um lado, o homem por trás da máscara é a ilustração de nossa corrupção. Do outro, o herói que toma sobre si os crimes de outro é a ilustração de Nosso Salvador. Convido todos a tirarem suas máscaras hoje e confessar seus pecados, suas fraquezas. Você não é o herói. Ele é o herói. E a medida que tiram suas máscaras e se enxergam da forma que são - frágeis - entreguem sua vida a Ele, o único capaz de tomar os seus pecados. Porque Jesus Cristo é o herói que precisamos, apesar de não o merecermos.