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Modelo de Resenha Atualizado

Por:   •  15/10/2018  •  1.894 Palavras (8 Páginas)  •  451 Visualizações

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- PORQUE TOLERAMOS A DESIGUALDADE?

Após as primeiras impressões sobre a desigualdade que prevalece na sociedade em todo mundo, é necessária uma reflexão sobre as razões que nos levam a aceita-la. Bauman nos traz alguns desses motivos como a crença no destino, no curso natural da vida, pois assim como uns ficam altos e outros baixos, uns nascem brancos e outros negos, de igual modo uns nascem pobres e outros ricos, logo isso é próprio da natureza, do destino.

Porém, apesar de parte desse argumento ser verdadeiro, as escolhas realizadas pelo indivíduo são influenciadas por fatores externos como a mídia, a ideologia, e as tecnologias que têm sido usadas comumente como meio de conformação e bestializarão, impedindo o indivíduo de refletir sobre sua condição.

Contudo, ao tirar o véu da ignorância percebe-se facilmente que o discurso em favor da desigualdade é utilizado para manter a dominação à classe subalterna, nesse sentido nota-se que as justificativas como: o elitismo é eficiente, a exclusão é normal e necessária e a desesperança é inevitável, trata-se de grandes absurdos e que são no mínimo inaceitáveis.

Logo, é necessário esclarecer que deve prevalecer nas escolhas é o caráter do indivíduo, que por sua vez possui a capacidade de influenciá-lo e lapidá-lo, pois é fruto da sua autonomia, liberdade e escolha de resistir a dominação ou submeter-se a ela.

- ALGUMAS GRANDES MENTIRAS SOBRE AS QUAIS PAIRA MENTIRA MAIOR AINDA.

Nesse momento é necessário apresentar certos mitos que são contados para acalmar os ânimos e promover a aceitação da desigualdade social. São eles: o crescimento econômico é o único meio de solucionar os problemas que a coabitação humana exige; o aumento permanente do consumo como a efetiva maneira da sociedade buscar a felicidade; a desigualdade entre os seres humanos é natural; a rivalidade é necessária à justiça e a produção da ordem social.

O primeiro mito é facilmente refutado pelo autor, pois diante dos dados já expostos fica claro que o crescimento econômico só beneficia os mais ricos, uma vez que a maior parcela dos lucros ficam com eles, logo, o problema não está na obtenção da riqueza, mas na sua distribuição, pois tal crescimento não traz um futuro promissor para os mais pobres por esses não fazerem parte desse ganho. Além do mais em períodos de crises esses sãos os que mais sofrem, pois os sacrifícios propostos para a recuperação da economia são geralmente a redução da proteção aos trabalhadores e o aumento de impostos, por sinal essa têm sido a proposta do governo brasileiro.

Enquanto isso, os grandes executivos se beneficiam até das catástrofes, pois ao serem demitidos recebem indenizações milionárias por quebra de contrato, o que os proporciona um período de estabilidade até que surja outra oportunidade, sem falar no retorno obtido pelos investimentos em fundos, que por si só são suficientes para manter o padrão de vida.

Ao refletir sobre o segundo mito - o aumento da riqueza como a principal maneira de promoção da felicidade – é possível compreender que a relação da felicidade com o consumo foi algo introjetado na sociedade pelas empresas que visam sempre o lucro, mesmo que seja através da miséria e frustação humana, para tanto oferecem produtos de consumo com vida útil pré-determinada a fim de provocar uma dependência e alimentar o fetiche da mercadoria.

Atrelado a isso há o desejo de satisfazer o narcisismo e o ego humano, uma vez que este tem cada vez mais se fotografado, filmado e mostrado e sua vida de “ostentações” para o mundo. Além do mais o pensamento de que o caminho para a felicidade passa pelas compras vêm crescendo cada vez mais, criando um espaço de competição entre os que mais e menos consomem, por consequência os mais e menos felizes.

Nesse sentido cresce nos infelizes o sentimento de raiva e humilhação por não conseguirem entrar na competição, os levando a se revoltarem e a saquearem as lojas. Enquanto que para os ditos “felizes” as lojas são farmácias onde é possível encontrar remédio para todos os males, gerando um sentimento de “compro, logo existo”.

Diante disso é necessário que se volte a reflexão sobre a fonte da felicidade, segundo Bauman ela deve estar pautada na troca de experiências entre as pessoas e não na busca de riquezas, deve ter como base o convívio humano, mesmo que num primeiro momento isso signifique renunciar o desejo de consumo imposto pelo mercado.

O terceiro mito refutado é o da desigualdade entre os homens como algo natural. Esse pensamento é comum na sociedade pois é entendido como inato, uma vez que há pessoas que nascem com certas habilidades, logo, alcançarão o topo, enquanto outras nascem desprovidas dessas capacidades, então estão condenadas a viverem em condições subalternas.

Porém com o Estado Social esse pensamento pôde ser questionado, pois pessoas pobres puderam ter acesso a serviços que antes eram privilégios de poucos, como educação, em especial acesso ao curso superior, saúde, habitação, contas bancárias, internet, dentre outros. Apesar de que, isso não bastou para eliminar a crença na desigualdade como algo natural, pois apesar da maioria da população saber da sua não-naturalidade, pouco se faz para eliminá-la.

Por fim a última mentira contada é a da rivalidade como promotora da ordem social e da justiça, que para o início da análise desse tema considera-se a relação existente entre sujeito e objeto que é utilizada para explicar a relação entre os seres humanos na sociedade individualizada.

Esse modelo foi apropriado pelo mercado que passou a ser aplicado na relação consumidor-mercadoria, no qual o único sentido de existência dessa é realizar os desejos daquele, assim que cumprir sua função será tão logo substituída por outra que atenda os seus anseios.

Nesse sentido, o tal modelo fora adaptado para as relações homem-homem, onde ambos são transformados em sujeitos e objetos ao mesmo tempo, o que por sua vez provoca diversos prejuízos nessa relação, uma vez

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