Matemática financeira
Por: Lidieisa • 1/5/2018 • 5.419 Palavras (22 Páginas) • 326 Visualizações
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- Financiamento Interno e Externo
As empresas nascem para obter lucro e uma das partes dos lucros destina-se a remunerar os seus empresários e a outa parte vai permanecer nestas. É desta forma que é constituída a poupança das empresas representando a capacidade de financiamento. A isto chama-se autofinanciamento ou financiamento interno.
A economia está a atravessar um período muito complicado e a poupança já não é suficiente para todas as dificuldades existentes principalmente quando é necessário efetuar algum tipo de investimento de inovação ou aumentar a capacidade produtiva. Deste modo as empresas procuram obter financiamento externo de duas maneiras distintas, recorrendo à venda de ações ou títulos-financiamento externo direto ou recorrendo a instituições de credito- financiamento externo indireto.
Financiamento externo: direto e indireto
Direto:
A poupança das empresas pode ser obtida diretamente através da colocação de títulos no mercado que transacionam livremente. O financiamento externo direto é composto por dois mercados o primário onde os títulos que ainda não foram cotados em bolsa são colocados e o secundário onde são colocados os títulos que já passaram pelo mercado primário, ou seja aqueles que estão a ser avaliados em bolsa. Este mercado é dominado também por bolsa de valores.
Os títulos que mais transacionam nestes mercados são:
- Ações: Representam uma parte do capital de uma sociedade anónima. O acionista tem o direito de receber uma parte dos lucros dos distribuídos no caso destes existirem de uma forma proporcional ao número de ações que possui e é também permitido ao acionista vender as suas ações no mercado quando quiser.
- Obrigações: Títulos que representam um empréstimo efetuado por um qualquer agente económico que pode pertencer a uma empresa como pode pertencer ao próprio Estado.
A grande diferença entre ações e obrigações encontra-se nos lucros. Os possuidores de ações que são sócios da empresa têm direito a receber lucros enquanto os possuidores de obrigações são credores da empresa e não tem direito a receber lucros apenas recebem um valor monetário que tenha sido afixado.
Indireto:
Existe quando as empresas não conseguem recorrer ao financiamento externo direto. Neste caso as empresas pedem às instituições financeiras o montante que necessitam para ultrapassar as suas dificuldades financeiras.
As instituições servem de intermediárias entre a oferta e procura de fundos de financeiros. Fazem parte delas as instituições financeiras monetárias classificadas de bancos e as instituições financeiras não monetárias. As instituições financeiras monetárias e as não monetárias distinguem-se pelo facto das monetárias criarem moeda pois aceitam depósitos e concederem créditos.
No financiamento externo indireto as instituições às quais os agentes económicos podem recorrer para se financiarem são:
- Instituições de Créditos (segundo o Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de Dez, que estabelece as instituições de crédito):
Bancos e Caixa Geral de Depósitos; Caixas económicas; Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo e caixas de crédito agrícola mútuo; Instituições financeiras de crédito; Sociedades de investimento; Sociedades de locação financeira; Sociedades de factoring; Sociedades financeiras para a aquisição de crédito; Sociedades de garantia mútua; Instituições de moeda eletrónica; Outras que legalmente vierem a ser consideradas como tal.
As instituições referidas anteriormente têm como atividade o recebimento de depósitos por parte dos agentes económicos, para depois concederem empréstimos a terceiros.
- Sociedades financeiras:
Sociedades financeiras de corretagem (dealers); Sociedades corretoras (brokers); Sociedades mediadoras dos mercados monetários ou de câmbios; Sociedades gestoras de fundos de investimento; Sociedades emitentes ou gestoras de cartões de crédito; Sociedades de desenvolvimento regional; Agências de câmbios; Sociedades gestoras de fundos de titularização de créditos; outras sociedades classificadas como tal.
- Política de financiamento
A política de financiamento é um conjunto de decisões que tem como objetivo obter capitais necessários para o crescimento e para a gestão da empresa. Estas decisões na perspetiva do balanço resultam de várias alterações na composição e na extensão dos empréstimos obtidos e do capital próprio da empresa.
Em relação à origem dos capitais existe uma distinção entre interno e externo. O financiamento interno dominado por autofinanciamento corresponde à retenção dos resultados gerados pela empresa em suma com a dotação anual para amortizações e da variação de provisões. Por exemplo, uma empresa que tenha rendimentos obtidos de 1.000.000,00€, depois de contabilizados os gastos de 750.000,00€ (incluindo o ordenado dos gestores), tem um excedente de 250.000,00€. Esse valor formará uma reserva (poupança da empresa). Essa poupança pode ser utilizada para financiar necessidades futuras da empresa. Esse é o princípio do autofinanciamento .
O financiamento externo está relacionado com capitais próprios no caso de serem obtidos junto aos sócios atuais ou com empréstimos que são obtidos com recurso a credores. Se a empresa recorrer a empréstimos tem de realizar o seu reembolso num prazo pré-determinado onde também terá de pagar os juros referentes ao custo da utilização desses capitais. Os capitais próprios são reembolsados se houver falência e se o património disponível na altura permitir esse reembolso. As decisões de financiamento estão completamente ligadas às decisões de investimento.
Fontes de financiamento no curto prazo:
Crédito de fornecedores, financiamento bancário a curto prazo, papel comercial, factoring, contas correntes caucionadas, descoberto bancário, letras, livranças, hot Money, adiantamento de clientes, estado, outros entes públicos e trabalhadores
Fontes de financiamento no médio e longo prazo:
Capitais próprios ou investimento onde o financiamento externo em capitais próprios assume três formas essenciais: o aumento do capital, prestações suplementares
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