MOBILIDADE HUMANA PESQUISA SOBRE O TEMA
Por: Kleber.Oliveira • 6/12/2018 • 2.044 Palavras (9 Páginas) • 410 Visualizações
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Logo, torna-se necessário melhorar a qualidade do transporte público, restringir o uso excessivo do automóvel e integrar os diferentes sistemas, interligando ônibus, metrô, trens de superfície, ciclovias e áreas para estacionar bicicletas, motocicletas e carros. Algumas cidades brasileiras vêm investindo nessas mudanças. A maior metrópole do país, São Paulo, por exemplo, conta com 481,2 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus, além de corredores, e 381 quilômetros de malha cicloviária, de modo a incentivar a redução do uso de carros. Além dessas ações implantas, o pedágio urbano, cobrança de uma taxa dos carros que circulam nas regiões centrais da cidade, medida que já adotada em Londres, é eficaz. Outra é a Carona solidária, uso compartilhado de um automóvel por duas ou mais pessoas que fazem um trajeto comum, em que empresas podem dar benefícios (como vaga em estacionamento) aos usuários para estimular o compartilhamento.
Assim, cidades sustentáveis em termos de mobilidade humana são possíveis. O Reino Unido é exemplo nisso. Por décadas tem incentivado o uso do transporte coletivo e alternativo, como bicicleta e caminhada, além de legislação que racionalize o uso do automóvel. Dessa forma, um recente estudo realizado na Europa revelou que, nos últimos dez anos, o uso do transporte público cresceu entre adultos jovens, de 20 a 29 anos, no Reino Unido e em outros países do Velho Continente. Este resultado comprova os benefícios de ações de mobilidade urbana voltadas para as pessoas, que têm gerado mais qualidade de vida, economia e sociabilidade nas cidades inglesas e em seus vizinhos. Mas, ainda sim, continuam investindo em melhorias no transporte. Um exemplo que tem chamado a atenção é o “The Busway”, sistema que oferece um nível de serviço e de conforto superior ao de linhas de ônibus convencionais.
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À favor e contra às ciclovias em São Paulo.
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O Brasil enfrenta um problema crescente: a falta de mobilidade humana nas cidades. Essa questão se verifica nas horas de congestionamento urbano, no transporte público precário e nas calçadas impróprias para o uso da população. Esses transtornos demandam soluções imediatas e há longo prazo por parte do Estado, visto que garantir a mobilidade urbana é uma forma de respeito ao direito de ir e vir e de diminuição de problemas citadinos como a poluição, a violência no trânsito e as doenças causadas pelo excesso de veículos nas vias públicas. Nesse sentido, ações por parte das prefeituras, como a de criação de ciclovias nas cidades, não muito bem vista por parte da população, são imprescindíveis para a efetivação de uma mobilidade urbana sustentável.
O problema de mobilidade no ambiente urbano foi construído ao longo da história brasileira e agravado pela implantação da política neoliberal nas cidades. Iniciou-se esse processo quando o Brasil priorizou o sistema rodoviário, fato que privilegiou a indústria automobilística e consagrou o veículo automobilístico como principal meio de transporte. Além disso, a aquisição do carro passou a corresponder muitas vezes a uma cultura individualista e hedonista, disseminada pela Indústria Cultural, como através de músicas como a “O Cadillac” de Roberto Carlos, a qual retrata como o eu-lírico se sentia jovem e vivo possuindo o carro. Nesse sentido, o carro se tornou símbolo de status e poder. Resultado: carros se transformam em “monoveículos”. Dessa maneira, o transporte individual motorizado é mais atrativo que os demais, fato que precisa ser repensado.
Isso porque a aquisição do carro não significa mais mobilidade, já que as ruas estão lotadas. Embora obras de infraestrutura diminuam o problema, o viaduto, por exemplo, é muitas vezes apenas a forma mais rápida de chegar ao próximo congestionamento. Ademais, cada alargamento ou extensão de avenida, cada nova ponte, cada túnel dedicado aos automóveis acaba por incentivar ainda mais o uso do carro, piorando esse congestionamento depois de um curto período de alívio ilusório.
O espaço público também é cada vez mais perdido para o tráfego e estacionamento de carros. Por exemplo, a área construída de muitos estabelecimentos comerciais, como shoppings, costuma ter mais espaço para carros do que para pessoas. Há calçadas estreitas, que mal permitem a passagem de uma pessoa por vez. Elas poderiam ser ampliadas, se não fosse mais importante a via asfaltada que o calçamento. Além disso, as calçadas irregulares tornam a vida de deficientes físicos e visuais ainda mais difícil. Ademais, as pessoas pouco respeitam as faixas de pedestres, se tornando meramente decorativas – exceto em semáforos, onde funcionam como linha de largada.
Além disso, o número de carros nas ruas causa problemas ambientais e de saúde para a população. O automóvel causa dois tipos de problemas ambientais: contribui para o efeito de estufa, ao emitir dióxido de carbono (CO2), e põe em causa a saúde pública, poluindo a atmosfera com gases nocivos e partículas, sendo responsável pelo aumento de doenças respiratórias. Isso é preocupante, visto que segundo a OMS, a poluição atmosférica mata oito milhões de pessoas por ano.
Ademais, o inchaço das vias causam problemas sociais. A exemplo disso temos: a intensificação da violência no trânsito, principalmente contra as peças mais frágeis da engrenagem urbana: motociclistas, ciclistas e pedestres; problemas indiretos como o estresse e a ansiedade; prejuízos econômicos, visto que trabalhadores perdem tempo produtivo no trânsito; e fomenta o individualismo, pois as pessoas que passam menos tempo com a família e amigos tendem a importam-se menos com os outros.
Logo, diante de todos esses fatos, a implantação de ciclovias em cidades como São Paulo, jamais deveria ser contestada. Isso ocorreu recentemente: vereadores têm atuado contra essas vias em São Paulo. Uma vereadora, com 10 mil assinaturas, solicitou a remoção das ciclovias alegando que os moradores da região estariam descontentes, pois nas devidas ruas não passam nenhum ciclista. Outro vereador cita reclamações em 102 trechos. Já outro, sugere a transformação de algumas das ciclovias já implantadas em ciclo rotas –caminhos sem a separação das bicicletas do restante do tráfego, tendo a seu favor apenas uma sinalização de trânsito especial. Contudo, elas são mais perigosas para os ciclistas, visto que passam a compartilhar as mesmas ruas com os carros, principalmente diante da falta de altruísmo
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