JOGOS SÃO APENAS ENTRETENIMENTO SEM CONHECIMENTO?
Por: kamys17 • 15/11/2018 • 3.073 Palavras (13 Páginas) • 307 Visualizações
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Para Piaget os jogos tem dupla função, a de consolidar as estruturas já formadas (aprendizagens adquiridas) e a de dar prazer e/ou equilíbrio emocional à criança.
Dos vários pesquisadores que investigaram o desenvolvimento infantil nas áreas psicológicas ou da psicanálise na educação ou em outra área foi necessário abordar a relação da criança com o brinquedo, o jogo e as artes.
Esses são alguns dos aliados na tarefa de desenvolver a criatividade e a independência das crianças. Segundo especialistas esses instrumentos dão possibilidades de formar pessoas independentes, capazes de recriar situações e não apenas repetir o que aprendem.
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Figura 1 - disponível em: http://www.fabricadejogos.net/wp/wp-content/uploads/2015/07/infografico01.jpg
Conforme KISHIMOTO (1994), especialmente no campo da educação infantil, psicólogos e pedagogos tem dado grande atenção ao papel do jogo na constituição das representações mentais e seus efeitos no desenvolvimento da criança especialmente na faixa etária de 0 a 6 anos de idade.
O jogo como promotor de aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas praticas escolares como importante aliado para o ensino, já que coloca o aluno diante de situações lúdicas como o jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-los dos conteúdos culturais a serem vinculados na escola. (KISHIMOTO, 1994,p.13)
Mas ele não é preciso ser educativo para nos ensinar algo, as pessoas podem aprender muito com esses games, eles ensinam coisas que podem ser levadas para a vida toda, Florestam Fernandes apud MELO (1981), parece partilhar desta concepção ao ressaltar que pelo jogo e pela recreação, a criança se prepara para a vida, amadurece para se tornar um adulto em seu meio social. Em 2011 o IBGE realizou uma pesquisa descrevendo o perfil de pessoas que utilizam internet em seu cotidiano. Dentre os resultados, o percentual de crianças que utilizam a rede entre 4 e 6 anos foi de 33%. Essa porcentagem sobe para 71,5% para crianças entre 11 e 14 anos, chegando aos 90,2% para pessoas acima de 15 anos.
Uma pesquisa semelhante realizada pelo Instituto em 2008 investigou a finalidade da utilização da internet pelas pessoas. Os resultados indicaram que 83,2% das pessoas utilizam a internet para comunicação com outras pessoas, 65,9% indicaram finalidade para estudo e aprendizado e 68,6% indicaram acessar para atividades de lazer. Em relação aos jogos eletrônicos, podemos observar o quanto estes são vistos pelos jovens não somente como uma forma de recreação, mas também como forma de socialização e aprendizado. Assim como dizem também autores como Greenfield (1988), Kruger e Cruz (2001), Moita (2007), Ramos e Caetano (2008), que acreditam que os jogos eletrônicos caracterizam-se como potenciais agentes para o aprendizado, uma vez que oferece situações de desafio ao jogador exigindo deste observação, associação, escolha, julgamento, emissão de impressões, classificação, estabelecimento de relações e autonomia.
3.3 O que o jogo nos ensina e a utilidade disso
Segundo os autores, muitos jogos também favorecem a socialização, através das comunidades criadas em prol daquele desafio. Em determinados jogos, o esforço individual ou coletivo é significante para a resolução de conflitos, o que permite que o jogador vivencie diferentes papéis nos dinâmicos cenários criados (apud FERREIRA, OLIVEIRA 2011).
E podemos ver isso ao nosso redor, em sites, blogs, até mesmo em vídeos, como um exemplo, um youtuber, conhecido como Zangado, respeitados por muitos (mais de três milhões de inscritos em seu canal no YouTube) e reconhecido por grandes empresas desenvolvedoras de games, fala sobre isso em um de seus vídeos, mostrando ao fundo games exemplificando o que ele diz, mostrando que aquilo é fato.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam e acusam os games não são perda de tempo, não são responsáveis por assassinatos, não são responsáveis por notas baixas na escola. Os games unem as pessoas, entretêm e oferecem alegria temporária àqueles que que não conseguem ter essa alegria fora do mundo virtual, pois o mundo em si só as empurram para baixo.
Para Hizzy e Haidt (1998) o jogo está diretamente ligado à interação, sendo assim, a utilização de jogos desenvolve atitudes sociais como: respeito mútuo, solidariedade, cooperação e obediência a regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal. Jogando o jogador ou aprendiz compreende o sentido de grupo com limites e possibilidades, e da competição de forma sadia, ou seja, a situação de jogo deve favorecer oesforço pessoal, na qual prevalece o respeito mútuo e a consideração pelo adversário. Wallon (1994) evidencia o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem em seus aspectos relativos à socialização, a descoberta da relação com o outro que o jogo é capaz de propiciar.
Mesmo muitas vezes, mesmo não sendo o objetivo, os jogos tem muita coisa para nos ensinar, basta um pouco de atenção e verá que eles podem te passar uma grande mensagem, uma lição ou até mesmo uma inspiração.
Zangado diz que os games nos ensinam que quando você encontra inimigos, obstáculos, significa que está indo no caminho certo, pois nada é fácil na vida. Se quiser realmente um final feliz ao final da jornada, terá que lutar muito para conseguir. Que por mais que esteja preocupado, estressado, cheio de problemas, é preciso parar e ouvir, pois sábio é aquele que ouve mais e fala menos, pois aprende o que se escuta e transmite no olhar esses ensinamentos. Ensinam-nos que não existe sexo frágil. Que podemos errar várias vezes e os problemas vão se acumular, mas se tivermos paciência não desistirmos, nossos acertos fazem esses problemas desaparecerem, como mágica. Que toda escolha gera uma consequência, não apenas para quem a toma, mas também para o mundo e as pessoas à sua volta. Que vilões são vilões por alguma razão, e que aos olhos de alguns esses vilões estão certos e eles são os verdadeiros heróis. Que a dor é terrível, mas ela nos guia para nos tornarmos cada vez mais fortes. Que morrer é realmente triste, mas se for pelos motivos certos e principalmente para proteger quem se ama, então tudo bem. Todo mundo precisa de amor. Que não é preciso ser do mesmo sangue, raça ou espécie para esse alguém ser considerado família. Que rivalidade não significa inimizade. Que se você ama alguém de verdade, você só quer ver essa pessoa feliz, mesmo que ela fique com todo o crédito por algo que você ajudou. Que o obstáculo pode
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