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INCLUSÃO, EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

Por:   •  20/11/2018  •  2.004 Palavras (9 Páginas)  •  237 Visualizações

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a) O que é diversidade? Ela relatou que compreende por diversidade as várias identidades que formam e caracterizam os grupos e a sociedade;

b) Como você trabalha com as questões da diversidade na escola?Sua intervenção, explicou, visa a auxiliar na formação de cidadãos esclarecidos, críticos e tolerantes, levando em conta sempre o ambiente social em que os alunos estão inseridos.

c) Quais diversidades estão em evidência na sua escola? Durante o diálogo, a professora descreveu os vários tipos de diversidades encontradas em seu ambiente de trabalho até o presente momento. Identificou a diversidade de cor, relativa as diferentes etnias que compõe a população escolar. Constatou, também, durante os anos em que labora, que existe uma discriminação de gênero, ou seja, uma discriminação voltada a prevalência do sexo masculino sobre o feminino, uma questão cultural identificada em nosso estado. Algo enraizado que surge no meio familiar (herança cultural). Também relata ter encontrado nas séries iniciais do Ensino Médio, uma desigualdade etária, onde alunos repetentes tornam-se líderes informais, influenciando os demais alunos em idade regular de forma que, na maioria das vezes acabam sendo, de certa forma, influências negativas aos demais. Outra forma de disparidade encontrada, foi relativa às pessoas com deficiência, onde as mesmas necessitavam de uma atenção especial e diferenciada em seu aprendizado com relação a turma. No entanto o tipo de discriminação que carecia de atenção, sendo difícil de trabalhar, é relacionado à orientação sexual dos alunos, haja vista que, no ambiente escolar ocorre várias manifestações de opções de gênero sexual. Existem homossexuais, transexuais e demais tipos de orientação, cabendo à professora manter o respeito a estas orientações. Durante o tempo em que leciona, a professora observou, também, um tipo de discriminação muito difícil de se conter: a referente ao nível sócio econômico de cada aluno. Muitos alunos, manifestam suas considerações a respeito do outro, ridicularizando direta ou indiretamente a condição social do colega.

d) Quais ações a escola deveria realizar para a promoção do respeito à diversidade na escola? A entrevistada relatou que, em sua área, promoveu atividades voltadas para este fim. Implementou nas atividades realizadas com os alunos, questionamentos sobre esportes culturalmente considerados de meninos e de meninas, demonstrando ao final, que todos os esportes podem ser praticados por ambos os sexos. No entanto, por um critério de avaliar-se o potencial de cada individuo, convenciona-se que ao praticar-se um esporte, ocorra a separação entre os sexos. No tocante à discriminação por aspectos socioeconômicos, relata que por meio do diálogo buscou construir a noção de que, no ambiente escolar, todos possuem a mesma possibilidade de êxito. Por fim, citou também a importância do planejamento escolar, o Projeto Político Pedagógico, onde sempre visou na sua implementação, a educação com pluralidade cultural, uma forma de encontrar um caminho para atenuar as diversidades encontradas, já que considera a escola o lugar ideal para preparar os alunos para um mundo de diferenças.

2.2 Discussões e reflexões: a diversidade na Educação Física Escolar

O Brasil, por seu histórico imigracional que compreendeu diversas e numerosas etnias e nacionalidades, é um país com notória pluralidade em todos os campos, tanto nos aspectos raciais, quanto nos aspectos socioculturais. Somam-se a tais diferenças as naturais, como a diversidade de sexos, a capacidade motora, a inteligência espacial e reflexos, a orientação sexual, as deficiências físicas e intelectuais, e encontramos uma complexidade intrínseca ao ambiente escolar que resulta em um cenário, por vezes, propício para a reprodução dos preconceitos de toda ordem.

Muito disto parte de aspectos culturais enraizados, onde se tem uma visão eurocentrista da sociedade brasileira que não condiz com a realidade plural desta[1]. O preconceito étnico e racial em um país tão plural é, não meramente por aparência, uma contradição. Tal como o preconceito de ordem socioeconômica, em um país denotadamente tão desigual.

Ainda, também resta assentado no âmago social ocidental a noção de que o sucesso do educador físico é expresso na sua capacidade de identificar os alunos com natural capacidade motora avançada e encaminhá-los à carreira profissional[2], o que acarreta em uma natureza muito excludente no tocante às oportunidades recebidas por cada aluno neste âmbito. Esta natureza excludente gera, ainda, o bullying, que, em termos ulteriores, pode até mesmo desencadear o suicídio[3] das vítimas desta prática.

Para se combater, entretanto, esta exclusão, que é até mesmo inconsciente por parte dos educadores[4], é ineficiente manter o modelo de, numa maneira homogênea, impor o mesmo padrão de perfeição sobre alunos com coeficientes motores diversos.

Nesse sentido, temos proposto uma Educação Física Plural, cuja condição mínima e primeira é que as aulas atinjam todos os alunos, sem discriminação dos menos hábeis, ou das meninas, ou dos gordinhos, dos baixinhos, dos mais lentos. Esta Educação Física Plural parte do pressuposto que os alunos são diferentes, recusando o binômio igualdade/desigualdade para compará-los. Sendo eles diferentes e tendo a aula que alcançar todos os alunos, alguns padrões de aula terão que, necessariamente, ser reavaliados.[5]

Esta divergência de aptidão motora é, ainda, especificamente segregadora das alunas no ambiente escolar[6]. Soma-se, a elas, o preconceito social sobre as capacidades motoras, os paradigmas socioculturais que inibem o seu interesse e as oportunidades de aprenderem práticas físicas reservadas aos homens, e a falsa associação da força física biologicamente diversa entre os sexos com a capacidade esportiva.

Embora seja, tanto a Educação Física como ciência por excelência, quanto o esporte – grande protagonista desta no âmbito escolar – em sua dicotomia intrínseca de um versus outro, racionalidades lógicas, há de se compreender que esta racionalidade “não modifica por si só o imaginário e as representações coletivas negativas que se construíram sobre os ditos "diferentes" em nossa sociedade”[7].

Também há de se incluir na grade curricular saberes que articulem a noção histórica das origens plurais da população brasileira[8]: desconhecimento alimenta o preconceito racial, tal como cega tanto os alunos quanto os professores para os fatores que constituem o cenário atual.

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