Estudos sobre a Amazônia: Geografia, história e antropologia
Por: YdecRupolo • 22/4/2018 • 8.411 Palavras (34 Páginas) • 432 Visualizações
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Sendo uma região tão fascinante pelas suas peculiaridades naturais, a Amazônia tem em seu berço uma forte miscigenação. Muitos dos amazônidas são descendentes de povos nativos, os indígenas, de europeus, africanos, asiáticos e dos migrantes de outras regiões brasileiras, como os nordestinos e sulistas. A população da região Norte está dividida segundo a cor, conforme o IBGE, em: pardos (69,2%), brancos (23,9%), negros (6,2%), índios e amarelos (0,7%). Logo, com a presença de todas essas etnias, veio a surgir a figura do caboclo, que se desenvolveu com a miscigenação desses grupos, representando todas essas misturas, tanto nas características físicas como nas suas manifestações culturais.
3. VEGETAÇAO
O conceito de Amazônia nos remete, muitas das vezes, a sua densa e imensa vegetação. E não é para menos, pois o que mais caracteriza esse grande ecossistema é o predomínio da maior floresta tropical do mundo: a chamada Hileia amazônica, pois é por muitos considerada um lugar único, dotada de riquezas imensuráveis. Ademais, concentra muita matéria orgânica e tem uma flora e fauna diversificada. Com todos esses atributos não é estranho considerarem o ecossistema amazônico o maior e rico meio ambiente do planeta.
A vegetação amazônica é uma consequência do clima e das condições do solo. Por se situar em áreas de linhas imaginárias latitudinais da linha do Equador, o território apresenta temperaturas bem elevadas ao ano e pouca amplitude térmica, como também há a predominância de grande pluviosidade, ou seja, chuvas constantes. Desse modo, o seu clima é caracterizado por ser equatorial (quente e úmido) com temperaturas medias entre 24 graus Celsius e 28 graus Celsius.
Assim, a floresta amazônica desenvolveu-se em um solo frágil e superficial, pois sua fertilidade está restrita à camada superior, onde possui húmus (detritos orgânicos) que caem sobre o solo e ajudam a fertiliza-lo. Quando essa cobertura vegetal é retirada, o solo começa a passar por um processo de erosão bastante acelerado. Com isso, em poucos anos a fertilidade dos solos amazônicos deu lugar a depósitos de areia ou formas erosivas violentas como as voçorocas.
Com todos esses fatores climáticos e terrestres, a Floresta Amazônica outras peculiaridades no que se refere à sua flora, como as características seguintes:
- Característica perenifólica – quando certas árvores mantêm-se com as mesmas folhas o ano todo;
- Higrófitas- São as arvores típicas de ambiente úmido;
- Aspecto latifoliado- Plantas de folhas largas, uma característica de lugares úmidos como os igapós;
- Estratificada- apresenta plantas de diferentes alturas e ciclos biológicos.
Além dessas peculiaridades, a floresta- conforme muitos geógrafos- pode ser dividida em:
- Mata de Igapó- onde os solos são permanentemente alagados, ácidos, arvores que podem alcançar 20 metros de altura, plantas epífitas- que vivem sobre outras sem retirar das mesmas seus nutrientes, e cipós. Uma espécie muito conhecida da mata de igapó é a vitória-régia, cuja as folhas podem atingir um diâmetro enorme.
- Mata de Várzea- ocorre em terrenos sazonalmente alagados. As altitudes das arvores é inferior a 40 metros. E o fator que define a floresta de várzea é estarem inundadas durante parte do ano, nas cheias dos rios. Este período de cheia, geralmente, ocorre de dezembro a junho, sendo o período de estiagem de julho ao final de novembro. O nível da agua pode chegar a subir 20 metros na estação chuvosa, mas geralmente não ultrapassa 10 metros. A mata de várzea é, também, grande fonte de alimento para os peixes de rios e lagos. Nesse ambiente é comum encontrar espécies variadas de peixes apreciadas pela população local e com valor comercial, como o tambaqui, o pirarucu, a pescada, o surubim e o tucunaré.
- Mata de terra firme- ocorre nas áreas onde não há inundações sistemáticas, cobre aproximadamente 90% da Amazônia e possui árvores de grande porte, como as castanheiras. Há árvores que podem atingir 350 metros de altura e suas copas são muito elevadas formando um dossel continuo que impede a penetração de raios solares. Daí o motivo do interior da mata ser escuro.
4. HIDROGAFIA
Descrever a amazônia não é apenas citar as suas matas, sua gente, mas também o seu aspecto hidrográfico. Isso porque a sua exploração e os desbravamentos de estrangeiros pela floresta se deu através de expedições fluviais. E é claro que ao falar de hidrografia é imprescindível não deixar de comentar sobre a importância que o rio Amazonas tem para essa região.
Na verdade, o rio Amazonas é a maior bacia fluvial do mundo que ocupa 6 milhões e 800 mil quilômetros quadrados, é derivado de vários rios. Sua nascente é no Peru onde se chama marañon, depois entra no Brasil com o nome de Solimões e vai até o rio Negro próximo à capital Manaus. Daí até a foz segue com o nome de Amazonas. Na sua foz apresenta um dos fenômenos naturais mais impressionates que existe, a pororoca, uma perigosa onda continua com a té 5 metros de altura que se forma na subida da maré e que é muito explorada por surfistas.
O rio Amazonas possua uma vazão, que é a quantidade de água que passa em determinado período de tempo, aproximada de 210 mil metros quadrados por segundo, valor superior a soma das vazões dos 9 maiores rios do planeta, correspondendo assim com 15% de água doce que desagua no oceano atlântico.
Outra característica hidrológica do rio Amazonas, como também de outros rios, é o regime pluvial, ou seja, eles dependem das chuvas, e o Amazonas possui um regime mixto, pois a origem das suas águas está relacionada na sua nascente ao degelo da Cordilheira dos Andes e da chuva.
Com todas essas particularidades, não é de estranhar que o rio Amazonas se revelou um grande ponto geográfico estratégico. Tornou-se por séculos um itinerário para descobertas e conquistas de terras interioranas. Vale destacar também que além da presença da bacia amazônica, na região está localizada boa parte da Bacia do Tocantins. É nessa bacia hidrográfica que está instalado a Tucurui, uma das maiores usinas hidrelétricas do planeta.
4.1 As cores das águas da Bacia Amazonica
Há três tipos de sistemas de águas: águas brancas (barrentas), pretas e claras (verde azuladas). O aspecto barrento das águas brancas é decorrente da quantidade
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