Cultura e Sociedade
Por: Salezio.Francisco • 31/5/2018 • 1.245 Palavras (5 Páginas) • 824 Visualizações
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É de fundamental importância que professores usem a lei não só como um mero mecanismo para combater a intolerância dentro de sala, mas que a use para formar discentes conscientes de que nossa sociedade brasileira é multiétnica, culturalmente diversa, que foi criada sob a exploração brutal de africanos escravizados e sob a destruição de experiências societárias originárias (indígenas) e civilizatórias (dos povos africanos), que a imagem do negro não pode ser associada à um selvagem acorrentado à miséria ou que a África pode ser representada como a terra dos macacos, dos leões, dos homens nus e dos escravos, ou até mesmo que índios são povos sem civilização e preceitos e que o preconceito é intolerante ao ambiente escolar, pois a escola é o lócus de relações sociais que estruturam e marcam o processo de socialização.
Estes também devem desapegarem da concepção errônea de que indígenas e negros não possuem história, de que apenas influenciaram ou contribuíram para a vida cultural brasileira, principalmente por meio de hábitos alimentares, música e eventos esportivos. Também devem redirecionar as energias do movimento antirracista para que as políticas educacionais, tocadas pelos órgãos públicos, façam um compromisso para atender todas as demandas necessárias que foram promulgadas, pois somente o voluntarismo de militantes e empresário, por mais admirável que seja, não é o suficiente para atender todos os lugares necessários para se ter uma real mudança.
A educação das relações étnico-raciais deve ter como objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem quanto á pluralidade étnico racial, tornando os discentes capazes, sendo ele negro, branco, indígena, pardo ou amarelo, de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito aos direitos legais e valorização de identidade.
CONCLUSÃO
A ampliação das leis educacionais busca modificar a realidade social que exclui e agride moralmente e psicologicamente a população negra e indígena brasileira, propiciando condições legais para atender a demanda dessas populações que representa grande parte dos cidadãos, fazendo com que haja um reconhecimento e valorização das diferenças e que ao mesmo tempo promova a igualdade de acesso de negros e indígenas à educação. Porém, torna-se necessário para que essas leis se efetivem e se tornem um marco na vida de cada cidadão brasileiro, com uma maior participação do estado no combate ao racismo e discriminação, assim como uma melhor educação básica voltada para as diversidades culturais e étnicas que hoje representam o país, lutando então diretamente com a causa e não com as consequências sociais que se abatem sobre a sociedade atual.
Deve-se levar também em consideração que os professores, tanto os que estão se formando como os que já possuem uma graduação em mãos, devem ter o compromisso de passar ao seu aluno, seja ele de nível fundamental ou superior, questões de emancipação e transformação, combinadas junto as questões de conhecimento e crítica, para fornecer uma visão geral e atualizada dos assuntos atuais voltados a esse tema, possibilitando assim uma maior compreensão global das dinâmicas das culturas afrodescendentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SILVA, Rosângela Maria de Nazaré Barbosa e. ; COELHO, Wilma de Nazaré Baía. Os Enunciados nos Documentos Legais: A representação negra, um ritual pedagógico.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana
FERREIRA, Ana Paula Botelho. O Imaginário Docente e a Lei 10.639/03 e Viabilidades para o (Re) Pensar da Prática Pedagógica. Cadernos Zygmunt Bauman. ISSN 2236 – 4099. p. 97 a 107.
SOUZA, Maria Elena Viana. Relações raciais e educação: desafios e possibilidades para a formação continuada do professor. R. Educ. Públ. v. 21. nº 46. p. 289 - 301. Cuibá. maio/agosto 2012.
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