A CASA GRANDE SENZALA

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No Brasil colônia a Igreja assumiu um papel mais flexível em relação ao cotidiano e as relações sociais, especialmente na questão sexual. A alta sexualidade na sociedade colonial se devia muito aos próprios portugueses, que idealizavam especialmente as mulheres indígenas, como já descrito, criando uma cultura pecadora na concepção tradicional da Igreja da época. O cotidiano do Brasil colônia permeado pelas atividades sexuais, fazia com que alguns dogmas da Igreja fossem flexibilizados, mudando seu papel no processo de colonização do Brasil em relação a outros países. Com isso, a principal instituição que colaborou para o processo de colonização foi a família do Brasil, que por vezes até contrapunha a Igreja. A família brasileira, de características patriarcal, escravista e aristocrática é a essência do desenvolvimento da sociedade colonial. Como escreve Freyre: ''a unidade produtiva, o capital que desbrava o solo, instala as fazendas, compram escravos, bois, ferramentas, a força social que se desdobra em política''.

Conclusão

Casa grande e Senzala é um texto fundamental para real compreensão da cultura e dos valores de nossa sociedade. O texto de Gilberto Freyre, apesar ser criticado ao apontar traços conservadores ao exaltar a figura do senhor patriarcal nordestino e tratando com certo romantismo a colonização brasileira, revela uma visão contrária à da dominante na época. Ao mesmo tempo, Freyre coloca os índios e, principalmente os negros, como essenciais na formação cultural da sociedade brasileira contemporânea. A negação da importância dos povos dominados era tendência na época, mas não em “Casa grande e Senzala”, que além do reconhecimento da influência dos índios e africanos no processo de indenidade do brasileiro, defende os negros e índios de serem os responsáveis por todas as mazelas sociais. Percebe-se que o texto de Freyre é desenvolvido permeado por contradições, coexistindo no texto a desconstrução das concepções racistas da época e a exaltação dos senhores de engenho.